Capítulo 5 - Água

118 15 10
                                    

— Sou irmão de vocês — Tyson disse alegre enquanto Percy estava confuso e Meddy estava em choque — eu to muito feliz.

O ciclope pulou da mesa e foi em direção aos dois, e abraçou Jackson e Meddy, fazendo todos rirem.

Enquanto todos riam, Meddy empurrou Tyson com raiva e saiu de perto deles, e logo sendo seguida por Percy e Tyson.

— Meddy! — Percy gritou seguindo ela enquanto ela ia em direção a floresta.

— Meddy!!

Ela os ignorou, e continuou caminhando firmimente e bem rápido enquanto os dois a seguiam. Percy estava preocupado com sua irmã, enquanto Tyson parecia encantado com cada folha de árvore.

— Meddy.. — Percy chamou vendo que sua irmã tinha parado perto da cachoeira.

Ela não respondeu, apenas deu um grito, um grito muito forte, que fez o ciclope tentar se esconder atrás de Jackson, enquanto o loiro via ela gritar e a água interagir com seu grito como se fosse uma extensão dela. Chocando-se contra as árvores, deslizando sobre a grama, causando um tipo de ataque contra a própria natureza ali.

Percy ouviu um barulho e olhou para trás, vendo Tyson se encolhendo entre seus braços. O garoto foi até ele, e quando tentou acalma-lo, Meddy passou por eles, pisando duro e encharcada.

— Ela me odeia — Tyson disse enquanto suas lágrimas deslizavam por seu rosto e ele fungava.

— Ela não te odeia — Percy informou tentando conforta-lo.

— Então por que ela ta tão brava? — o ciclope perguntou e fungou.

— Eu não sei, acho que ela só ta irritada com o Tântalo — Percy tentou explicar.

— Ela me odeia não é? — continuou o ciclope.

— Não — Percy disse olhando para a garota se distanciar no meio da floresta — vem, vamos voltar.

No chalé 3, Tyson continuava fungando quando ele e Jackson chegaram, Meddy havia ido tomar banho. Ela saiu do banho e não disse nada para eles, apenas deitou na sua cama e virou contra Tyson, já que ele pediu para dormir entre ela e Percy, e o loiro concordou.

Percy não sabia explicar o que estava a deixando tão irritada, tão selvagem, e ele começou a pensar nas possibilidades, talvez Dionisio, talvez Tântalo, talvez Luke e talvez seu proprio pai. Mas ela estava mais irritada do que nos dias em que estava com sua flor vermelha, seja lá o que isso significasse.

Durante o café da manhã, Meddy parecia normal, estava brincando com Clarisse, como todos os cafés da manhã no acampamento, depois ela foi até Annabeth e conversou com a morena também. Percy ficou com Tyson, explicando para ele o que cada coisa no acampamento significava, explicou sobre o que havia acontecido um ano antes e contou sobre o colar.

— Então deveriamos se livrar do colar — Tyson disse — isso deixaria ela feliz.

— Eu acho que isso deixaria ela irada — Percy disse conhecendo sua irmã — ela é muito apegada ao colar — explicou o loiro.

— Ela ta apaixonada pelo Luke? — Tyson perguntou enquanto eles passavam por alguns sátiros.

— Não sei — disse o loiro confuso em seus pensamentos — mas Tyson, nunca toque naquela caixa, ela não deixa nem eu mexer naquilo, me prometa que não vai mexer — Percy pediu olhando para o ciclope.

— Prometo, não quero que a Meddy me odeie mais ainda — ele disse e fungou.

— Ela não te odeia, só da um tempo pra ela — Percy pediu enquanto eles viam a garota se aproximando deles.

— Vem, vou te treinar — Meddy disse chamando o loiro — o Tyson também.

Eles seguiram ela até a floresta, próximo da onde ela havia ido à noite, Percy parecia confuso, mas ele reconheceu aquela espada, era a espada de treino de Luke Castellan.

— Onde você pegou isso? — Percy perguntou.

— Nas coisas dele, estavam no chalé 11 em um baúzinho, ele me mostrou o esconderijo das coisas dele uma vez — ela contou — Tyson — ela virou para o ciclope — senta ali, e não sai dali, pra não se machucar.

O ciclope fez o que ela pediu, sentou perto de um tronco de árvore e apenas ficou olhando para eles, ou se distraindo com uma pequena borboleta que sentou em seu joelho.

Percy tirou a tampa da caneta, enquanto Meddy ficava em posição de ataque. Os dois se aproximaram, os pés afundando na grama macia. Meddy girou sua espada, testando o peso. Percy se movimentou com graça, sua lâmina cortando o ar.

O treino começou.

Ela avançou, sua espada descrevendo um arco. Percy bloqueou com facilidade, seus músculos tensos. Eles dançaram em círculos, lâminas se cruzando, faíscas voando.

Percy era rápido, mas Meddy era mais experiente. Ela o empurrou para trás, fazendo-o recuar. Ele se recuperou, girando e atacando novamente.

Os golpes eram rápidos e precisos. Jackson sentia o suor escorrendo pelo rosto, mas não desistia. Ele queria provar a si mesmo. Meddy sorriu vendo a determinação de seu irmão mais novo. 

Com um golpe rápido, Meddy desarmou Percy, o deixando indefeso.

— Você ta desacostumado — ela informou — a gente vai treinar todo dia, você precisa se acostumar com isso de novo.

— Ta bom — Percy concordou.

Os dois sentaram no chão e começaram a descansar enquanto viam Tyson brincar com aquela borboleta.

— Vou te ensinar outra coisa — ela disse.

— O quê?

— Controlar a água — ela disse e ele a olhou com curiosidade — tenta criar uma bolha na sua mão.

Ele olhou para a água e respirou fundo e tentou. Mas a água parecia não obedecer da maneira que ele queria, um enorme jato de água foi em direção a eles, mas Meddy interviu a devolveu a água ao rio.

— Calma, não usa as emoções — ela disse e o garoto tentou novamente.

Dessa vez um enorme jato de água caiu em cima deles, os derrubando no chão e os molhando.

— Percy — ela disse atenciosa — você precisa sentir a água, sinta ela, deixe que ela flua em você como seu sangue, ela não é sua inimiga — ela disse pegando gentilmente a mão de Percy e a colocando junto a sua na água — sente a água te envolvendo, te acolhendo como parte do mar — ela disse enquanto fios de água subiam em seus braços — só sente ela — enquanto a garota dizia isso os dois estavam de olhos fechados sentindo a água subindo em seu corpo.

Quando eles abriram os olhos, Percy respirou fundo novamente e olhou para Meddy enquanto ela parecia conversar com a água, apenas com seus olhos.

— Pede pra ela fazer algo, mentalmente — ela disse — pede pra água se formar em uma bolha, molda ela, imagina ela — ela disse.

O garoto seguiu o conselho da irmã, e com cautela, ele conseguiu, havia feito uma bolha de água em suas mãos.

— Isso! — ela disse beijando a testa do irmão orgulhosa.

(1) Daughter of the Sea - Luke Castellan Onde as histórias ganham vida. Descobre agora