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ANA FLÁVIA,
point off view.

E ali estava eu e Gustavo, sem dizer nem uma palavra, sentados no tronco de uma árvore de frente para a fogueira, que era a única fonte de luz do local tirando a lua

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E ali estava eu e Gustavo, sem dizer nem uma palavra, sentados no tronco de uma árvore de frente para a fogueira, que era a única fonte de luz do local tirando a lua. Só tinha nós dois ali fora, o resto das pessoas já entraram nas suas barracas.

Estávamos com o caderninho nas mãos, e eu não fazia a menor ideia do que escrever. Tipo, o Gustavo tem alguma coisa que eu gosto nele?

Ele beija bem.

Escutei minha mente dizer, mas resolvi ignorar isso.

- Me fala uma qualidade sua. - eu disse virando meu rosto para olhar para o rosto do garoto ao meu lado.

Ele me olhou de volta, arqueou uma sobrancelha e vi um sorrisinho aparecer no seu rosto.

Me arrependi de perguntar.

- Qualidade eu tenho várias, mas sei de uma que você gosta. - ele disse apoiando seu braço no tronco, e se aproximando seu rosto do meu. - Uma que você tem igualmente. - ele murmurou desviando seu olhar para meus lábios.

Que porra ele acha que tá fazendo?

Eu poderia bater na cara desse idiota, mas o problema é que por algum motivo, meu corpo não quer fazer isso.

- Saber qual é Ana Flávia? - perguntou com a voz baixa. E meu Deus, como que Gustavo pode ser tão irritante em um segundo e no outro pode estar tão... Irresistível.

- Não. - eu respondi com medo da minha voz falhar.

- É sua boca contra a minha. - disse e senti seu rosto se aproximar mais.

Sua respiração bateu contra meu rosto, e eu soltei um suspiro, enquanto meus olhos se fechavam automaticamente.

Eu prometi a mim mesma que isso não aconteceria novamente, e olha eu aqui, esperando ansiosamente que seus lábios toquem os meus.

Quando finalmente nossas bocas estavam grudadas, senti uma coisa que eu definitivamente não tinha sentido antes. Meu coração acelerou, de uma forma nada normal.

Sentia que iria sair pela minha boca.

Quando o ar faltou nos nossos pulmões, pensei que iria se separar de mim, mas dessa vez desceu seus beijos pelo meu maxilar, até meu pescoço.

Eu não deveria, mas eu gostava da forma como estava me beijando, e da forma que suas mãos apertavam minha cintura.

Meu coração batia tão forte contra meu peito, que eu tinha medo dele escutar.

Senti seus lábios beijarem e mordiscar um pouco forte demais, e eu sei que ficaria uma marca ali, e que eu iria ficar bem puta amanhã com ele e comigo por deixar isso acontecer. Mas no momento, eu não me importava.

Quando se separou de mim, abri meus olhos lentamente, percebendo que minhas mãos estavam no seu cabelo, e eu não fazia a menor ideia de como foram parar lá.

Vi seus olhos olharem diretamente para meu pescoço, e isso foi uma confirmação de mim para mim mesma, de que, tinha ficado marca de um chupão ali.

O foco dos seu olhar subiu para os meus olhos, e me encarou abrindo um sorrisinho.

- Uma qualidade que eu gosto de você sem brincadeira, é sua personalidade. - ele disse com sinceridade e inconscientemente, um sorriso apareceu no meu rosto. - Por mais que as vezes você é meio doida, mas eu admiro a forma como não se deixa abalar pelas coisas.

Não conseguia impedir que o sorriso se mantivesse no meu rosto.

- Eu gosto da maneira que você sempre está inacreditavelmente alegre. - eu disse também com sinceridade.

Gustavo era irritante, mas dificilmente eu o via extremamente irritado. Ele sempre estava sorrindo e fazendo uma piada sobre tudo, principalmente sobre mim.

- Acho que estamos nos entendendo, morena. - ele disse olhando de volta para meus lábios.

Eu abri um sorriso nervoso, ao perceber que ainda estávamos muito próximos.

Por que eu ainda permito que esse tipo de coisa aconteça entre mim e Gustavo?

(...)

- Fico feliz em saber que terminaram a lista. - disse a diretora pegando a lista de três coisas que gostamos um no outro em cima da mesa.

Já tínhamos voltado e agora estávamos na sala da diretora, e eu estava pensando em uma forma de tentar me tirar do castigo de ter que fazer as tarefas do acampamento.

- Quais são as três coisas que você gosta no Gustavo, Ana? - perguntou olhando para mim, e eu arquei uma sobrancelha não entendendo, já que eu escrevi no papel.

- Eu tenho que falar em voz alta? - murmurei, e ela concordou.

Respirei fundo, engolindo meu orgulho e a humilhação que eu vou passar agora.

- Eu gosto de como Gustavo, às vezes, sabe ser engraçado. Gosto também, um pouco, da sua personalidade, e... E pelas vezes que me ajudou. - eu disse sobre o dia da festa que me não me deixou lá, sozinha.

Não me atrevi a olhar para Gustavo, e mantive meu olhar nas minhas mãos o tempo todo.

- Sua vez agora, Gustavo. - escutei a diretora falar para ele, que estava de pé ao meu lado.

- Eu gosto da personalidade da Morena, gosto da maneira que fica quando eu a irrito, é engraçado. - ele disse e eu o olhei com tédio. - Mas também gosto quando eu faço ela rir, por mais que seja bem difícil.

Eu achei incrível a maneira como ele falou tudo tão naturalmente, totalmente diferente de mim, que falei baixo, com receio e quase tendo um treco.

- Muito bem. - escutei a diretora exclamar parecendo feliz.

Quando olhei para ela, ela tinha um sorriso gigante nos lábios. Essa mulher é louca.

- E agora, eu vou poder sair do castigo? - perguntei com esperança.

Ela me olhou, e ficou em silêncio por um tempo, enquanto pensava no que responder.

- Sim, acho que aprenderam a lição. - ela disse e eu não consegui segurar meu sorriso de felicidade. - Agora vão, que já vai começa a atividade de hoje. - concordamos e saímos da sala.

Eu estava feliz em saber que estava livre do castigo.

E estava me sentindo estranha, porque não conseguia tirar da minha cabeça as vezes que eu beijei Gustavo. Comparando os outros beijos, esse último foi diferente. Eu senti uma coisa diferente.

E eu não sei se gostaria de descobrir o porquê disso.

I hate you | miotela ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora