ANA FLÁVIA,
point off view.Como meu pai disse que não vai mais me pagar nada, decidi procurar um emprego hoje e Gustavo vai me levar. Eu sei que minha mãe disse que eu não precisava do dinheiro dele, já que agora ela trabalha, mas eu quero ter o meu próprio dinheiro, assim ele não vai mais poder querer me controlar.
Decidi começar pelo centro, mas sempre me diziam que não estavam precisando de funcionários no momento e se precisassem, me chamavam, mas eu sentia que não iriam me chamar. Estava começando a desanimar conforme ficava mais tarde.
- Acho que eu desisto. - eu disse suspirando, enquanto segurava meus currículos nas minhas mãos.
Eu estava soada por conta do calor e do tanto que andei.
- Vamos tentar no shopping. - sugeriu Gustavo.
O shopping não ficava tão longe do centro, e não custa muito tentar.
- Eu conheço alguém que talvez possa te ajudar. - disse Gustavo quando entramos no seu carro.
- E porque não disse antes? - perguntei cansada.
- Porque agora que eu me lembrei, gata - ele disse dando de ombros e ligando o carro.
- E quem é?
- Uma amiga. - ele disse e eu ergui uma sobrancelha.
- Uma amiga?
- Está com ciúmes? - perguntou segurando o sorriso e eu revirei meus olhos.
- Lógico que não, idiota. - eu disse prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo por conta do calor.
- Tem certeza? - ele perguntou com aquele maldito sorrisinho.
- Tenho. - eu disse começando a ficar irritada por ele ficar insinuando que eu estou com ciúmes.
Ele balançou a cabeça, focando na estrada enquanto dirigia rumo ao shopping. Não demorou para chegarmos e Gustavo me levou diretamente na direção da loja que a tal da sua amiga trabalha.
Andamos um pouco, até entrarmos em uma loja grande de sapatos.
- Precisam de ajuda? - uma atendente perguntou a nós.
- Estou procurando a gerente. - Gustavo disse para a funcionária da loja.
- Aconteceu alguma coisa para está procurando ela? - perguntou a funcionária franzindo o cenho.
Quando Gustavo abriu a boca para falar, foi interrompido pela voz de uma mulher.
- Tudo bem Angélica, é um conhecido meu. - disse uma mulher loira e exageradamente elegante atrás de nós.
A funcionária que estava falando com Gustavo antes, se afastou deixando nós a sós no meio da loja.
- Gustavo, que surpresa você por aqui. - ela disse sorrindo.
Ela era bonita e eu dava pra ela uns 30 anos.
- Preciso pedir um favor. - disse Gustavo sorrindo. - Na verdade, esse favor é para minha namorada Ana Flávia. - disse me apresentando.
- Namorada? - perguntou surpresa e um sorriso apareceu no seu rosto quando direcionou seus olhos verdes para mim. - Eu sou Louise. - disse estendendo a mão na minha direção pra mim apertar.
- Prazer, eu sou Ana Flávia. - eu disse apertando sua mão e falando novamente meu nome, mesmo que Gustavo já tenha o dito.
- Qual seria o favor? - perguntou ela revezando o olhar entre mim e Gustavo.
- Um emprego para ela. - disse Gustavo. - Você disse que precisava de funcionários.
- Ah, que ótimo. - ela disse sorrindo. - Podemos conversar sobre a vaga disponível, e como é uma recomendação sua posso aceitar.
- Sério? - perguntei sorrindo.
- Sim, é claro. - ela disse e então me chamou para conversar no seu escritório, enquanto Gustavo esperava lá fora.
Ela me perguntou sobre disponibilidade de horário e mais algumas coisas do tipo se eu tenho interesse em fazer faculdade, e essas coisas.
Depois que ela parou com as perguntas, se levantou e eu também me levantei, um pouco nervosa por estar na presença dela. Essa mulher é realmente muito elegante, e eu me pergunto da onde Gustavo conhece ela.
- Sabe, Ana Flávia, eu sou uma pessoa muito intuitiva e eu confio muito nos meus instintos e sabe o que eles dizem sobre você?
- O que? - perguntei curiosa e com um pouco de medo talvez.
- Que você é uma boa garota, a vaga é sua. - ela disse e eu não consegui controlar meu sorriso.
Saimos do seu escritório e Gustavo veio ao nosso encontro.
- Então?
- Sua namorada começa na segunda. - ela disse e eu sorri abertamente. - E você também.
- Como assim eu também? - Gustavo perguntou mudando o semblante para uma careta.
- Eu prometi para sua mãe que eu cuidaria de você, e eu vou cuidar. Você precisa aprender a trabalhar, se não vai ser um menino mimado para sempre. - ela disse e eu ri da parte do menino mimado.
Mas Gustavo não gostou disso, o que deixou mais engraçado.
- Eu não preciso trabalhar. - ele disse ainda fazem careta.
- Para de ser mimado e aceita. - eu disse o empurrando de leve pelo ombros, fazendo ele me olhar feio e eu sorrir mais com isso.
- Eu sou péssimo nisso, você vai perder clientes. - ele disse e Louise revirou os olhos.
- Eu tenho algumas coisas para resolver, foi um prazer conhecer você Ana Flávia. - ela disse pra mim, ignorando totalmente o Gustavo.
- Igualmente. - eu disse sorrindo.
- Eu vejo os dois aqui segunda. - disse dando ênfase no "os dois" olhando para Gustavo.
- Pode deixar. - eu disse feliz.
Ela se despediu de nós e eu e Gustavo saímos da loja.
- Desmancha essa cara, além de eu ter conseguido um emprego, você também conseguiu. - eu disse feliz entrando no seu carro.
- Eu não quero trabalhar, Ana Flávia. - ele disse ligando o carro.
- Para de ser metido, vai ser legal a gente trabalhar juntos. - eu disse sorrindo e vi um leve sorriso aparecer nos seus lábios, enquanto ele me encarava. - Afinal, você não me disse da onde conhece ela?
- Ela era melhor amiga da minha mãe, vivia lá em casa. - ele disse sorrindo. - Praticamente minha tia.
- Ela parece ser legal.
- É, ela é. - ele disse enquanto saia do estacionamento do shopping.
Eu estava me sentindo muito bem em saber que eu consegui um emprego e que eu estava a um passo de me livrar das cobranças idiotas do meu pai.
Não demorou muito para o carro parar em frente a minha casa.
- Obrigada. - eu disse me lembrando que não agradeci a ele por ter me ajudado.
- Não precisa agradecer. - ele disse sorrindo e aproximando o rosto do meu, para me dar um selinho na minha boca, que eu fiz questão de transformar o selinho em um beijo de verdade.
-Tchau. - eu disse quando paramos de nos beijar, ainda sentindo a sensação dos seus lábios nos meus.
- Tchau, até amanhã. - ele disse sorrindo e eu também sorri quase automaticamente quando olhei o seu sorriso.
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I hate you | miotela ✓
Teen Fiction" só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido" Para Ana Flávia, Gustavo é apenas um badboy estereotipado que irrita profundamente com seus comentários maliciosos e coberto de ironia. E Gustavo sabe que a paciência de Ana Flávia é curta, e por isso...