Lar doce lar

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   Ottery St. Catchpole não parecia ser muito grande, de lá Draco podia ver quase toda a cidade costeira e atrás dela, colinas verdes se estendiam pelo horizonte. Ele olhou para o mercado no cais, admirando como era bonito. Cada entreposto comercial tinha telas de cores diferentes para seus toldos, criando uma paisagem pitoresca, não era como a Grifinória, onde tudo era vermelho, e havia uma multidão exagerada de pessoas pelo tamanho do lugar.

Seu corpo estava tenso e seu coração batia acelerado enquanto ele caminhava no meio da multidão, como se estivesse preparado para o momento em que teria que correr. Pisar em terra firme o desestabilizou um pouco, já acostumado com os movimentos do navio. Ele ficou perto do capitão inconscientemente e, quando percebeu isso, sentiu-se um pouco ridículo, embora não se afastasse dele. Eu preferia ser ridículo do que estar morto. Aos poucos ele relaxou e percebeu que as pessoas olhavam para ele com curiosidade e um pouco de espanto, mas ninguém tentava se aproximar dele.

Ele parou em frente a uma barraca de tecidos quando o capitão o fez. Uma mulher mais velha, com cabelos escuros e cacheados presos em um coque, cumprimentou-os com um sorriso amigável.

– "Capitão Potter, que bom ver você novamente, parece que foi há anos a última vez que você pisou aqui. "

— "Faz um tempo que não viemos para casa" – ele concordou. – "Marietta, você tem tecido suficiente para uma vela de navio? "

Ela sorriu com conhecimento de causa.

— "Eu sempre guardo pano para você, capitão."

Draco assistiu a interação divertido. Sua atenção foi atraída por um pedaço de seda cinza à sua esquerda. Ele adorava seda, como ela era macia, brilhante e fresca, e foi por isso que sua mãe comprou seus lençóis de seda como presente de aniversário. Seu sorriso desapareceu ao lembrar que sua casa certamente não existia mais.

— "Vamos?"

Ele se virou para Potter, que carregava uma enorme peça de pano nos ombros.

Ele assentiu e se preparou para retomar sua caminhada. É verdade que os Weasley eram bem conhecidos por lá, pois ele notou que todos acenavam para eles enquanto caminhavam. Ele estava tão distraído com a multidão que nem percebeu que eles haviam passado pela cidade e chegado às colinas.

O panorama à sua frente era maravilhoso. Havia um grande prado verde com grama alta que dançava com o vento criando reflexos dourados do sol, algumas árvores que pareciam enormes e um milhão de flores silvestres de todas as cores.

Nem mesmo Wiltshire era tão fantástico.

— "Onde é sua casa?" – perguntou a um dos gêmeos, vendo que não parecia haver nenhuma moradia por perto.

— "Um pouco longe "– disse um.

— "Um pouco" – o outro apoiou com um sorriso travesso.

Ele deveria saber que um 'pouco longe ' seria muito longe, porque horas depois ele se viu cansado, com os músculos das pernas queimando e o suor escorrendo pelas costas. Ele não sabia como Potter conseguia ficar tão inteiro com a tela a tiracolo.

– "Falta muito?" – o loiro perguntou exausto.

— "Nada, apenas alguns metros." – responderam Fred e Jorge.

— "Isso foi o que vocês disseram há cinco quilômetros!" - falou o áureo exasperado.

Os meninos não pareceram perturbados pelo seu grito, porque eles olhavam para ele com zombaria.

— "Mas desta vez é real" – responderam eles, fingidamente ofendidos.

Se não fosse pelo cansaço que estava e porque o que eles disseram era verdade, Draco teria batido neles. O alívio percorreu seu corpo quando chegaram à casa dos Weasley.

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