Pular uma batida

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    A primeira coisa que Draco pensou foi que ele estava tonto, mesmo sem ter acordado totalmente, e tinha uma náusea presa no estômago tentando subir pela garganta. Abrir os olhos foi uma provação e quando conseguiu fazê-lo percebeu que conseguia piscar com o olho direito, o que significava que não estava mais completamente inchado. Suas pernas estavam dormentes, ele não sentia o braço direito e os músculos das costas estavam rigidos.

    Ele expirou com força pelo nariz para desobstruir as vias respiratórias, expelindo um coagulo de sangue, e depois respirou fundo. Ele se arrependeu de ter feito isso assim que sentiu o cheiro de umidade e excrementos de rato. Ele gemeu ao sentir seu rosto com a mão esquerda; Pelo menos seu nariz parecia reto. Ele estava deitado de costas, o que causou outra onda de tontura. Fechar os olhos também não ajudou, então ele ficou deitado de lado, piscando lentamente.

    — "Está acordado?"

Sua mente estava tão embaçada e pesada que ele teve dificuldade em perceber que estavam falando com ele. Ele ergueu o rosto para olhar para Astoria, que também estava deitada no chÃo. Ele tentou responder, mas sua voz só emitiu um som rouco.

    — "Sim" — "ele respondeu, após pigarrear.

    — "Achei que você não ia acordar."

    — "Quanto tempo eu dormi?"

    — "Quase dois dias" — ele soltou um suspiro, voltando a sua posição reclinada.

Dois dias. Agora ele entendia por que tudo doía.

    — "Está bem?"

Ele lambeu os lábios, percebendo como eles estavam secos. Além da náusea constante no estômago, ele percebeu que também estava com fome.

    — "Preciso de água" — ele respondeu.

    — "Você terá que esperar até amanhã, a noite ninguém vem aqui.

    — "É de noite?" - perguntou.

Ele olhou em volta instintivamente, como se pudesse verificar, mesmo sabendo que o quarto não tinha janelas.

    — "Isso é o que imagino" — ela respondeu. — "Tudo fica mais tranquilo a noite, certo?"

Draco permaneceu em silêncio, prestando atenção ao que estava ao seu redor além de onde estavam. Eu podia ouvir alguém andando, um homem rindo ao longe e o som das ondas ao fundo, mas não havia aquele rebuliço habitual de gente rondando no mesmo lugar. Ele supôs que Astória estava certa, então. Ele estava feliz por ter sido assim. Ele não parecia capaz de lidar com alguém como Smith ou algum outro caçador enquanto tentava conter a náusea e a dor em seu corpo.

Ele se sentia cansado, apesar de estar inconsciente a dois dias. Ele tentou se acomodar da melhor maneira possível no espaço deixado pela jaula e fechou os olhos novamente. Seu sono era instável e leve. Ele poderia jurar que só haviam se passado alguns minutos desde que adormeceu, mas estava obviamente errado, porque quando acordou o navio parecia ter voltado a vida. Havia barulho por toda parte.

    — "Uau, parece que nossa alteza finalmente acordou."

A adrenalina e o medo fizeram seu corpo reagir antes de sua mente. Ele se levantou rapidamente, permanecendo sentado. Ele piscou rapidamente para limpar a visão embaçada e tentar impedir que sua cabeça desse voltas. Ao chegar lá, viu um homem corpulento, com cabelos castanhos escuros emaranhados nos ombros, olhos tão negros que escondiam a íris e um sorriso grotesco no rosto. Ele estava inclinado sobre a jaula, fazendo seus ombros e peito parecerem ameaçadoramente largos.

    — "Greyback" – ele adivinhou.

O homem ampliou o sorriso, deixando o queixo quadrado. — "Draco Malfoy" — ele pronunciou.

ÁureoWhere stories live. Discover now