A valiosa sinceridade

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Eles estavam a três dias da Lufa-Lufa. Pelo menos foi o que Dean lhe disse, o que significava que ele teria que esperar três dias para sair do navio. Porque ele iria deixar o Phoenix, isso estava claro para ele.

Ele engasgou, sentindo os músculos dos braços cansados ​​e os joelhos doloridos. Deitou-se no chão do navio fazendo ranger as costas e fechou os olhos aproveitando o sol e o vento forte que batia em seu rosto e esfriava seu suor. Ela não achava que algum dia se acostumaria a limpar o convés, por mais que Colin insistisse em quão divertido era. Ele engoliu em seco quando uma sombra surgiu sobre ele. Seu coração disparou nervosamente, sua respiração falhou e ele quase teve medo de abrir os olhos. Ele relaxou quando viu que era apenas Blaise.

— "Terminei" – Draco disse, endireitando-se para se sentar.

— "Já percebi."

— "Achei que poderia consertar a figura da proa." - o loiro tentou.

Zabini o estudou por mais tempo do que o necessário e depois ergueu uma sobrancelha, desconfiado.

— "Você acordou muito ansioso hoje."

Ele encolheu os ombros e se levantou, olhando para o pano que segurava.

— "Quero ajudar."

— "Você sabe o que aprendi com você nesse tempo?" — "Blaise perguntou com um sorriso zombeteiro" — "Quanto mais inocente você parece, mais culpado você é."

Ele fez um esforço para parecer o mais indiferente possível. Seu padrinho também costumava dizer algo assim.

— "Eu só quero me distrair."

Distraia-se e, se possível, evite o capitão até pousar.
Ele passou parte da noite tenso e inquieto, sua mente repassando repetidamente a disputa na taverna e sua conversa com Potter. Eu nem tinha um motivo sólido para ter cometido tanta loucura como beijá-lo, simplesmente não tinha pensado nisso. Ele olhou para Harry e quis tirar aquela expressão magoada de seu rosto. Ele queria mostrar a ele o quanto se sentia culpado, o quanto estava deprimido com o que havia acontecido no passado. O que sabia com certeza que tinha sido estúpido, e o olhar surpreso que o capitão lhe lançou era prova disso.

Por isso se levantou de madrugada e se escondeu com Theo no porão até que o menino se cansou dele e o expulsou. Ele estava com um pouco de medo de sair, mas rapidamente percebeu que o capitão estava na sala de mapas, então Draco aproveitou o tempo para limpar o convés para se distrair e evitar desviar o olhar a cada dez segundos para verificar se Potter estava fora.

— "Bom" – respondeu Blaise, trazendo-o de volta ao presente. – "Vem comigo."

Draco assentiu, seguiu Zabini até o porão para selecionar um pedaço de madeira grande o suficiente e uma goiva, e voltou para o convés. A escultura não era o seu forte, mas ele se defendia e acima de tudo o ajudava a relaxar, por isso foi a atividade perfeita para aquela manhã. Além disso, ele não precisou reconstruir toda a figura da fênix, mas sim parte da asa direita, por isso não deveria exigir muito esforço.

Ele sentou-se no chão, na proa do navio, que atualmente era a área mais silenciosa, e observou por trás de vez em quando, as idas e vindas da tripulação ou como as nuvens cinzentas começavam a turvar o céu. Ele se concentrou tanto em sua tarefa durante as horas seguintes que, antes que percebesse, o céu já estava completamente coberto por nuvens escuras e um vento forte começava a soprar.

— "Abaixe as velas para que o vento não as rasgue. Temos que começar a ganhar velocidade antes que a tempestade chegue."

Ele ficou tenso quando percebeu que Potter havia saído para o convés. Durante todas as horas que sua mente o manteve acordado, ele imaginou muitas reações do capitão e chegou a uma conclusão clara: não iria gostar. Ele não via Potter encantado com a vida e sorrindo para ele como se nada tivesse acontecido. Se ele fosse honesto consigo mesmo, também não o via retribuindo. Seu avô era o culpado pela morte dos pais de Harry, e um fato desse calibre não podia passar como se nada tivesse acontecido. Ele tinha certeza de que o moreno iria pelo menos repreendê-lo, senão acabaria jogando-o ao mar ou esfolando-o vivo. Pelo amor de tudo que é sagrado, ele era um maldito pirata. Alguém com uma espada afiada, que sabia a usar com maestria.

ÁureoWhere stories live. Discover now