Ravenclaw

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    Eles estavam em Hogwarts há três dias e Draco não podia reclamar. Era um lugar agradável e sereno, às vezes silencioso demais para o seu gosto, mas ele apreciava um pouco de calma.

Ele conheceu as  gêmeas Patil, responsáveis ​​pela área de cura e, felizmente para ele, retiraram o curativo de suas costelas. Ele também foi apresentado a Lavender Brown, uma garota falante e sorridente que lhe contou com muitos detalhes sobre a vez em que encontrou Seamus e Dean deitados na mesma cama e que Cedric e Cho estavam secretamente em um relacionamento, eu nem sei quem eram aqueles dois, ou que era inútil Blaise e Hermione competirem pela atenção de Ron porque era dela que o ruivo gostava.

Draco tentou não encontrar Lilá novamente. Ele não sabia se relacionar com pessoas excessivamente felizes, muito menos quando eram tão indiscretas.

Seu segundo dia lá passou lentamente. Ginny tentou ensiná-lo a atirar com arco, mas mirar de longa distância não era sua praia, então ela convenceu os gêmeos a ensinar-lhe a técnica que usavam para balançar de um lado para o outro pendurados nas cordas.

— "O capitão vai ficar zangado." – objetou Fred.

— "E isso vai nos matar. Não sem antes nos torturar" – continuou George.

Houve um momento de silêncio enquanto eles se entreolharam, antes de sorrirem para Draco.

— "Nós faremos isso!" — disseram eles em uníssono.

Não foi fácil no começo. Teve que acostumar o corpo a manter o equilíbrio, pousar corretamente e, principalmente, não cair. Ele levou alguns golpes fortes contra um dos mastros do navio, ficou preso na corda inúmeras vezes e a pele de suas mãos estava machucada por segurá-la com muita força.

Ele não ousou pular de um lado para o outro em Hogwarts porque uma coisa era cair no convés do navio e outra era cair direto no mar. Ainda assim, Draco não desistiu.

A sensação de leveza e liberdade que o balanço no ar lhe proporcionava, a adrenalina que sentia logo antes de se lançar e o orgulho que o enchia ao conseguir pousar corretamente eram incomparáveis. Naquele momento ele decidiu praticar o equilíbrio na grade de madeira do Phoenix, aproveitando a pequena onda que havia naquele dia.

Ele sorriu ao chegar ao final da proa e rumou para a traseira do navio com os braços levantados, nivelando o peso sobre os pés e mantendo o corpo o mais reto possível. Os nervos estavam crescendo em seu estômago quando ele olhou para a esquerda e viu a água, mas tentou manter o foco e seguir em frente.

— "Vamos, Draco! Você está indo bem."

Ele sorriu enquanto ouvia Colin, e se não fosse por ter que manter os olhos nos pés, ele os teria revirado.

— "Sim, porque seria uma pena se você caísse."

Ele parou de repente. Seu corpo permaneceu completamente imóvel. Se não fosse a situação, os gêmeos o teriam parabenizado por ter alcançado tal equilíbrio. Ele virou a cabeça para olhar para Smith, que estava parado não muito longe dele, observando-o com um sorriso malicioso. Ele respirou fundo antes de falar.

— "Estou de tão bom humor, acho que vou te ignorar."

— "Claro. Alguém tão extraordinário como você não deveria me levar em consideração." - disse Smith.

— "Eu não sou extraordinário, apenas melhor que você." – respondeu ele, continuando sua marcha com metade da atenção nos pés e a outra metade em Smith.

— "Fascinante" – Houve uma risada amarga do outro. – "Fascinante e mimado pelo capitão. Parece que você tem tudo."

Ele estreitou os olhos e cerrou os dentes. Ele diminuiu o passo até ficar no mesmo nível de Smith e desceu ao convés com um salto ágil.

ÁureoWhere stories live. Discover now