Capítulo 8

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Orm

O adentrar do escritório me fez momentaneamente admirar todo o pretexto arquitetural que o lugar era.

O tecido bruto de Trakrar que arrodiava em vermelho e amarelo sobre símbolos arcaicos, mediante linhas convergentes umas às outras e perambulavam por toda a imensa sala, marcante e digno de um general. Se encontrava em um certo desgaste, certamente, porém com o toque tribal dos tempos passados nossos, me relembra mesmo de minha vontade por luta.

Porém não considero isso uma coisa boa.

— Sente-se, Orm, sente-se — Afy contornou sua própria escrivaninha ali por volta das grandes estantes, recheadas de livros empoeirados — Sabe, eu não esperava você aqui, Orm.

— É mesmo? — perguntei, analisando os 3 outros generais jazidos sobre as poltronas ao qual me escorei em seu apoio — Por que?

— E você pergunta? — ele riu, sacana — O querido Orm, o único general isento de tudo isso. O nome mais conhecido, mas o mais desconhecido de todos os generais — riu, me fitando levantado, apoiado sobre a cadeira — Eu falei pra você sentar.

— Por que tem tantos generais aqui na volta, Afy? — indaguei, longe de me mover e o encarando com o olhar mais frio que um guerreiro poderia apresentar a um possível inimigo — Isso é uma afronta?

— Não! Não! Deus, não! — Afy negou, e logo riu genuinamente — Porra, isso foi muito mal-interpretado — tossiu um riso — Os outros generais na sua presença apenas queriam conhecer seu maior ídolo. O grande general Orm, que terminou 3 guerras e apoiou Deus na maior das tormentas — nervosos, todos riram  — Esqueci que você é assim, Orm. Perdão — e gargalhou mais ainda — Agora você pode se sentar?

Tive de suspirar. Isso é desconcertante e desconfortável.

— Muito bem — estava eu ali, analisando os generais a minha volta — Pensei que você iria me levar pro meu dormitório, Afy — eu disse de forma cansada, sobre a mão tapando meu rosto — Me deixe adivinhar, estamos aqui pra conversar do passado, não é?

— É o que os velhos fazem — disse sarcástico, em conjunto com o riso dos outros — É que faz tempo que não conversamos, e éramos até que bons colegas, afinal — éramos? — Senhoras e senhores, deixe-me contar como nos conhecemos.

E então ele discursou longos minutos de uma época muito incomum do passado.

Antigamente, eu e ele trabalhávamos juntos em uma galeria de homens e mulheres, guerreiros treinados pelas cotas más de guerra entre a terra da batida por recursos, para proteger deuses da antiga capital Guba.

Em setores diferentes da defesa dos deuses constelares e minguantes, nos conhecemos quando um deus noviço chegou para reunir e melhorar a distribuição de guerreiros para proteger toda a larga campanha de deuses de Guba.

Igh, filho de Ige e Lih, irmão de Lha e Loj, foi o mais novo dos novos deuses a nascer naquela época, e foi o quarto último depois da queda da antiga capital no golpe.

Eu e Afy éramos inimigos de ego, se for pra colocar um termo pra isso tudo.

Guerreávamos um contra o outro. Na arena, era tudo muito dividido entre eu e ele sobre vitórias e derrotas.

Então, ocorreu a "paz".

Na "paz", quando o garotinho da diplomacia falou seu primeiro pranto, uma lei de revigoração que limitava a vinda de novos deuses e da guerra de recursos, se instaurou por quase todos os povos.

Com isso, ocorreu um rechazo com a relação geral dos cordalistas, aqueles que negaram com tudo que tinham contra essa ideia.

Foi inútil, no final.

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