Chapter 7

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8 de abril de 1890

A noite passada me trouxe um peso insuportável para a minha mente, não consigo mais dormir, sempre que fecho os olhos daquela criatura vem em meus sonhos, transformando em verdadeiros pesadelos.

Tento fechar os olhos, mas tudo que vejo é seus olhos brilhando perante a escuridão, algumas vezes até mesmo posso ouvir seus ossos se quebrando. Ouvi dizer que era maldição de família, meu pai esconde registros em seu escritório, eu quero ir lá... eu preciso.

Nossa família é de caçadores, então por quê? Por que ele se tornou aquele monstro? Eu não consigo entender.

Allison Elizabeth Forbes

Com o livro embaixo do braço, eu caminho pela cidade, seguindo uma rota que me levará para a floresta, onde posso encontrar as cachoeiras que me levarão para o mausoléu da família do meu pai. Para chegar às cachoeiras, eu tinha que passar pela escola, pois é o caminho mais rápido para chegar lá, visto que todas as festas de eventos escolares que os alunos planejam, são feitas por lá.

Não consigo dizer em qual período as aulas estavam, mas eu já conseguia ver alguns alunos perambulando pelo pátio da escola. Tenho certeza que a maioria deles estavam saindo antes das aulas acabarem de fato, tudo para ter mais tempo livre durante o dia.

Pensei que eu não teria distrações hoje, mas eu não sabia o quanto estava enganada. Dentre todas as pessoas que eu poderia ver no pátio da escola, lá estava ela, Rebekah. Seu sorriso no rosto e postura confiante enquanto entregava alguns panfletos visivelmente coloridos e chamativos.

É engraçado como sempre nos encontramos, se eu realmente acreditasse no destino, eu diria que ele está fazendo um ótimo trabalho para garantir que eu sempre perceba a sua presença, independente de estar a procurando ou não.

Quando pensei em ir embora, Rebekah olha para a minha direção, o que me fez entrar em desespero e começar a fingir que estava procurando por alguém. Pensei que eu poderia adquirir o poder da invisibilidade se eu apenas pensasse em me fundir com o ambiente, mas acredito que minha pele não se camuflaria igual a dos camaleões. Meus olhos acabaram se encontrando com os dela novamente e vi Rebekah acenando para mim, o que me fez retribuir o aceno de forma um pouco mais tímida.

Assim que pisquei os meus olhos, vejo-a andando em minha direção de forma sorridente.

— Não sabia que você gostava de espionar as pessoas. - comentou Rebekah, assim que parou ao meu lado.

— Eu não estava espionando ninguém. - respondi com um sorriso incrédulo por não imaginar que ela seria tão direta assim — Eu estava procurando pela minha irmã e você entrou no meu campo de visão.

Menti, por não achar uma desculpa melhor que essa. Para a minha surpresa, Rebekah começa a olhar em volta, como se estivesse procurando por alguém.

— Sua irmã não está aqui. - concluiu Rebekah, me fazendo concordar com a sensação de quase ter sido pega no flagra.

Então ela me entrega um dos panfletos que ela segurava, ao pegá-lo em mãos, percebo que se tratava de uma festa que aconteceria após a aula.

— Vai ser na minha casa, para inaugurar a casa nova. - explicou Rebekah, com um sorriso — Adoraria ter a sua presença lá.

— Obrigada pelo convite. - agradeci — Eu não perderia essa festa por nada.

Antes que pudéssemos trocar mais algumas palavras, o sinal tocou, atraindo o nosso olhar para o edifício, obrigando todos os alunos a voltar para as suas respectivas últimas aulas do dia. De longe, já consigo ouvir as reclamações de todos.

Beautiful Things - Rebekah Mikaelson Where stories live. Discover now