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Giovanna Antonelli

Depois de uma boa tarde de sono para renovar as minhas energias, acordei ansiosa para saber tudo que aquela noite de novos prazeres poderia me entregar.

Já tinha ido a uma luta clandestina alguns anos atrás, mas acabei me interessando por um bonitão logo que cheguei e não tive olhos pra mais nada. No fim, saí de lá em menos de meia hora agarrada nos braços musculosos dele.

Valeu muito a pena a desistência, se querem saber.

Utilizei desse dia apenas para relaxar até que a madrugada tivesse início e nós pudéssemos nos locomover até o endereço indicado pelo affair de Alessandra, o qual eu sequer tinha visto o rosto.

Quando eu paro pra pensar nos perigos que nós duas corremos vivendo a vida da forma que escolhemos, me dá até um arrepio. Mas faz parte do pacote.

— Tu tem certeza que o endereço é esse? — perguntei meio inquieta assim que o uber estacionou.

O receio já começou pelo caminho até ali, que tinha sido beirando algumas favelas da região, depois ficou ainda pior quando ele entrou com o carro em um beco escuro que fedia mais do que qualquer coisa.

— É o endereço que vocês colocaram. — o motorista respondeu amigavelmente, revisando na tela do celular o endereço. — Esse mesmo, moças.

Nesse momento, tive que lançar um olhar meio assustado na direção da minha amiga. Era só o que me faltava a gente ter caído no golpe de um marmanjo qualquer, e ainda por cima terminar a noite se dando mal.

—É... — antes que eu pudesse pedir para que ele nos levasse de volta para casa, Alessandra saiu do carro indo em direção a um rapaz que apareceu do nada ali na nossa frente.

— Obrigada pela viagem. — agradeci ao motorista, saindo do veículo em seguida ainda meio encabulada com a situação.

Tinha escolhido um vestido preto, daqueles bem justos que marcam cada curva do meu corpo, em conjunto com saltos altos vermelhos. Meus fios loiros estão soltos e ondulados, como sempre os utilizo quando saio de casa pronta pra matar.

Minhas joias são o ponto-chave de tudo, deixando claro para qualquer um o poder que eu tenho.

— Ami, vem aqui. — a voz de Alessandra me tirou da minha fuga da realidade. — Esse aqui é o Rô, o rapaz que eu conheci ontem lá no cassino.

Me aproximei dos dois com um sorriso simpático no rosto, o mesmo sorriso que eu utilizo nas ocasiões mais aleatórias da minha vida, por exemplo quando eu vou parar em uma boca de fumo cheia de traficante e tenho que parecer o mais simpática possível para evitar o meu próprio velório.

— Oi, Rô? — pergunto meio incerta, abraçando-o e dando dois beijinhos na sua bochecha em cumprimento. — Muito prazer, sou a Giovanna.

— Rodrigo! Mas pode me chamar de Rô também.

O cara é definitivamente um galã, não tem outra palavra que sirva para definir o que eu estou vendo com os meus próprios olhos. Ele é alto, todo malhado e tem uma cara de homem problema. 

Sorte a da minha amiga que adora os problemas, que ama pegar um maluco pra cuidar.

— Vamos entrar? Já tá quase na hora da primeira luta. — ele sugeriu, e nós aceitamos sem questionar.

Afinal, não estamos no nosso território e já é de grande avanço não termos sidos sequestradas por um desconhecido até agora. Os riscos foram gigantescos, mas eu sempre confio que no fim tudo dá certo.

NocauteWhere stories live. Discover now