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Alexandre Nero

Não sei quanto tempo demorei pra assimilar aquela presença sentada na mesa da cozinha da minha casa, conversando banalidades com a única pessoa que eu a queria longe, com a única pessoa que realmente importa pra mim.

Me deixei levar pelo choque do momento e pela raiva também, pouco me importando de parecer um grosseirão na frente da minha mãe. Só queria pegar aqueles fios loiros e arrastar ela pra bem longe dali, sem nenhum tipo de decoro.

Mulher desgraçada!

Eu deveria ter imaginado que ela usaria todas as suas armas pra me fazer aceitar aquele acordo, aceitar a proposta mais indecente que eu já tinha recebido.

Indecente porque era boa, porque crescia os olhos. Mas como confiar em alguém que faz os piores tipos de barbaridades com um sorriso no rosto?

Convenhamos que não é tão fácil assim.

— Que porra você tá fazendo aqui? — joguei seu corpo na minha cama assim que bati a porta do quarto, não me importando em ser o mínimo delicado naquela situação.

Ah, se eu pudesse, não seria nada delicado com aquela demônia de cabelos loiros.

— Vim ver se você já pensou na minha proposta, lutador. 

Sem nenhuma vergonha na cara, a cachorra teve a coragem de deitar na minha cama, apoiando os cotovelos para me olhar melhor. Subiu uma de suas pernas, pisando com o salto alto fino no meu lençól limpinho.

Infelizmente a carne é fraca demais e eu acabei me perdendo por um segundo naquelas pernas malhadas, cobertas por um vestido tão curto que quase não deixava nada pra imaginação.

Essa mulher é uma maldição, feiticeira do caralho.

— Como você descobriu onde eu moro? — me aproximei lentamente dela, pegando sua perna pela canela e esticando-a na cama, não deixando que ela estragasse o meu lençól.

Giovanna sorriu diabolicamente, levantando seu corpo apenas para deixar nossos rostos bem próximos, cara a cara. 

Uma coisa eu tenho que assumir, que ela não tem medo de nada mesmo. Tá sempre com esse nariz em pé, pronta pra enfrentar qualquer um que tenha a opinião contrária da dela.

Por isso ela é uma desgraçada, porque não existem pontos fracos pra acabar com a raça dela. Pelo menos, não que eu saiba.

— Nada que um pivete não me desse de bandeja por um trocadinho, badboy. — piscou pra mim, colocando a mão no meu ombro e esfregando a palma pela região. — Você não apareceu mais, tive que dar meus pulos pra te encontrar por aí.

Apertei com força os seus dois pulsos, afastando suas mãos de mim com rapidez. Não poderia me deixar levar por aquele joguinho ridiculo de sedução que ela tentava fazer, me desviando do motivo principal que a trouxe aqui.

— Eu te disse que precisava pensar, não disse? — joguei com força ela de volta na cama, me levantando para andar de um lado a outro do quarto. — Você tem noção que você poderia ter acabado com tudo? Minha mãe não sabe sobre as lutas, sua maluca!

Apontei o dedo na sua cara mesmo de longe, começando a sentir todo o estresse voltando ao meu corpo sem que eu pudesse ter controle.

— Eu sei disso, bonitinho. Pode ficar tranquilo que eu fui muito obediente com a sua mãezinha, ela nem desconfia que o filhinho prodígio dela na verdade é quase um cafetão. — senti sua presença atrás de mim, e as malditas mãos voltando a encostar no meu corpo sem que eu pudesse evitar.

NocauteOnde histórias criam vida. Descubra agora