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Giovanna Antonelli

Sai daquele cômodo correndo, como se tivesse cometido o pior dos crimes, e cometi. Mas foi um crime cometido contra a minha própria sanidade, porque nem nos meus piores sonhos eu imaginei algo assim.

Algo tão explosivo, tão intenso.

O cara era bom de cama, e olha que nem na cama nós transamos.

Devia estar toda descabelada e com cara de quem foi muito bem fodida, mas não poderia me importar menos com o que iriam achar de mim.

— Vou pra casa, Ale. Você vai ficar? — apareci ofegante na frente de Alessandra, ignorando completamente sua feição curiosa ao olhar o meu estado.

A história é longa demais pra ser contada em meia dúzia de palavras, no meio da pegação dela e do seu galã de novela das nove.

— Pode deixar que eu levo ela depois, Gio. — Rodrigo assegurou, me deixando mais aliviada.

Precisava mais do que qualquer coisa ficar sozinha por umas boas horas pra colocar a cabeça no lugar, pra entender tudo que se passava na minha imaginação fértil.

E nem estou falando apenas de todo o sex appeal que tive com o bonitão, acredito que a minha curiosidade vai muito além daquele corpo malhado e gostoso dele.

Posso dizer que nunca tinha me divertido tanto quanto nessa noite, principalmente ao conhecer esse mundo quase que obscuro da luta clandestina.

Ô loira pra gostar de coisa errada, viu?

Passei o resto da madrugada martelando tantas ideias na minha cabeça que eu sequer sabia onde daria, só queria conhecer mais daquele mundo. Conseguia enxergar um futuro pra mim ali, principalmente se tivesse o melhor lutador do meu lado.

Nada que uma boa lavada de dinheiro na mão não conseguisse resolver, não há ninguém no mundo que resista a uma boa grana, ainda mais quem necessita disso.

Apesar das roupas mais arrumadinhas, a gente vê de longe quando alguém não teve a vida fácil. Seja pelas mãos calejadas, pelas rugas no rosto e até mesmo pelas marcas no corpo.

Ou seja, a manobra perfeita pra eu fazer o que eu achasse mais vantajoso. Era só oferecer algo que crescesse seus olhos e o fizesse enxergar além.

Nada melhor do que uma historinha de pobre coitado pra ganhar a mídia na marra, sei bem do que estou dizendo.

Tão bem, que não me aguentei até marcar uma reunião com o affair da minha amiga pra tentar entender melhor o que se passa naquela cabecinha de deus grego.

— Pode sentar, Rô. Já pedi um vinho branco e a sugestão do chefe para almoçarmos.

Ter o levado até um dos restaurantes mais boa pinta do Leblon talvez já fosse parte desse plano infálivel.

— Não quero mentir pra você e fingir que te chamei aqui porque adorei te conhecer. — dei uma risadinha, tentando aliviar o clima. — Também tô bem longe de ser talarica.

E deu certo, assim que ouvi a gargalhada de Rodrigo, senti meu corpo relaxar.

O assunto era reto e direto, não tenho sequer tempo pra ficar pensando no que pode dar errado. Porque o que pode dar certo é tão superior, tão melhor, que vale a pena.

— Desembucha, loira. Não vai me dizer que ficou gamadinha naquele canalha? — descontraiu, dando um tapinha na mesa em indignação. — Aquele ali é bicho ruim, Gio. Não é pro seu bico, não!

NocauteWhere stories live. Discover now