C. 2

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Luna

- Agora que eu matei o Peter, acha que Andrew e seus parceiros sabem a identidade do assassino? - perguntei após engolir o macarrão. - Ou seja, que foi eu?

- Não sei. - ele respondeu.

- Não sabe? - questionei, levando meus olhos para ele. - Você não é o favorito dele?

Brandon desviou o olhar e umedeceu os lábios.

- Andrew acha que foi você, mas não tem certeza. - apontou. - Ele já deve ter recebido a ligação da sua soltura. Apenas falta ele ter a confirmação. Eu fingi que não sabia de nada. Fingi estar surpreso.

Enrolei o macarrão no garfo, franzindo a testa lentamente. Levantei os olhos, levando minha atenção para o homem um pouco em minha frente, atrás do balcão da casa nova, descascando uma batatinha.

Brandon havia se encontrado com Andrew na noite anterior. O velho idiota o queria para fazer seu trabalho sujo. Como sempre. Meu ex namorado disse que todos já sabiam da morte de Peter que foi há dias atrás. Não ver a polícia atrás de mim ou alguém me dizia que eu podia acreditar na lealdade arrependida do Brandon.

Ele poderia ter me entregado no dia em que voltei da cadeira, mas não fez. Apenas se desculpou e me deu pistas e informações do restaurante que Peter frequentava quando queria foder.

- E ele não percebeu? - questionei.

Brandon deu de ombros, agora derramando o líquido transparente e ardido de vodca seca no seu copo redondo após colocar a batata descascada na vasilha.

- Aparentemente, não. - negou. - É irônico, eu sei. Mas ele confia em mim.

Assenti, jogando a cabeça para o lado e encarando o prato recheado com macarrão e almôndega. Estava tão saboroso. Brandon pode ser o filho da puta que ajudou em me colocar na cadeia, mas seus talentos culinários eram incríveis. Apesar que a possibilidade de ele ter me envenenado ter passado em minha cabeça todas as vezes em que como qualquer comida que ele preparou para mim, continuo engolindo qualquer merda feita por ele.

- Como posso me infiltrar na mansão dele?

- Não tão cedo, gatinha. - ele rolou os olhos, rindo.

Observei o homem pegar o pano e enxugar suas mãos. Tombei a cabeça para um lado e para o outro, estalando enquanto fechava os olhos lentamente. Ultimamente, a tensão me deixava um caco.

- Andrew tem os melhores seguranças morando na casa dele. - respondeu. - Não exatamente na casa dele, mas na propriedade, e perto o bastante para alcançar o intruso em segundos.

- Quantos? - perguntei, curiosa. - Eu posso lidar com três ou cinco.

Brandon franziu a testa, dando-me uma risada zombeteira e julgadora. Aquilo me deixou tão ofendida que me vi pegando a faca que estava ao lado do prato e arremessar em sua garganta. Faria um corte grande e o sangue sujaria a porra da cozinha inteira.

- Já enfrentei muitas mulheres na prisão, Brandon. - falei. - E elas nunca brigavam sozinhas. Sempre era em bandos.

- Dezessete.

- Dezessete? - repeti.

- Apenas na casa principal. - completou. - Ao total, acho que ele tem uns quarenta seguranças.

Ri alto, destilando minha incredulidade e surpresa ao saber que Andrew vivia escondido na bunda dos quarenta seguranças.

Um gato medroso.

- Porra. - fechei os olhos. - Quarenta seguranças?

- Ele sabe de muitos segredos. - respondeu. - Não sei em como ele está vivo, mas acredito que que os segredos que ele guarda é como uma garantia da sua vida

Flames Of RevengeWhere stories live. Discover now