quinze

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Assim que Elisa foi vista se movendo até a sala de estar junto de Louis, Lorena e Felix, outros de seus amigos decidiram segui-los e foram até a sala também. Lilia, que estava bebendo junto de suas amigas, não fez diferente e também foi até lá.

— Está na hora de um jogo! Sete minutos no paraíso - a aniversariante disse, fazendo com que todos ali presentes ficassem animados e empolgados para jogar. - Para os que não conhecem, o que eu acho difícil, o jogo funciona da seguinte maneira: vamos nos sentar no chão em um círculo e terá uma garrafa no meio, uma pessoa escolhida por mim vai girar a garrafa e quem a garrafa apontar, passará sete minutos naquele armário - ela apontou para a pequena porta embaixo da escada - com a pessoa que girou a garrafa. Depois, quando voltarem, ambos escolhem duas pessoas para irem até o armário, e assim vai.

Era possível notar a animação de todos, pois se entreolharam com sorrisos nos rostos, vibrando em empolgação. Estavam sentados, em ordem, Elisa, Lorena, Felix e Louis, e como todos os outros, estavam ansiosos para o que iria sair daquela brincadeira.

— Como eu sou a dona da festa, vou inventar uma gracinha agora - Lilia diz, com um sorriso malicioso em sua face - Vou escolher a primeira dupla que vai ao armário.

Lilia sorria, mas diferente dela, o sorriso de Liz murchou. A morena deu uma olhada em Louis, como quem queria dizer "ferrou nosso plano".

— Elisa Ferrara, você quem deu a ideia de jogarmos, então, faça as honras! - a loira falou enquanto Elisa arregalou seus olhos e se levantou da rodinha onde estava sentada.

— Ah Lilia. - a garota dizia enquanto soltava um riso nervoso, com medo da pessoa que seria mandada junto dela.

— E... - Lilia analisava a roda e todas as quinze pessoas que se juntaram ali para jogar - Olha quem deu o ar da graça em aparecer na minha festa depois de anos, Louis Partridge, pode se levantar.

— Puta merda. - Liz murmurou baixinho.

Seu plano ainda não havia ido por água abaixo, era só eles ficarem quietinhos por sete minutos e depois, escolherem Felix e Lorena. Elisa podia aguentar sete minutos no armário, ou melhor, no inferno.

Louis se levantou e foi até onde Elisa estava, ao lado da porta. Lilia se aproximou com a pequena chave e destrancou a mesma.

— Primeiro as damas. - Louis disse, dando espaço para que Liz entrasse primeiro.

Ela o fez e então, foram trancados naquele pequeno cubículo.

— Que situação. - Elisa diz enquanto senta-se no chão, já que o espaço era pequeno demais para ficarem em pé.

— É bem engraçada, na verdade - o garoto deixa um riso nasal escapar, sentando-se em frente a morena - Sabia que, no aniversário de 15 anos da Lilia, o que eu mais queria era que nos mandassem para cá?

— Sério?

— Seríssimo! Eu lembro de planejar no carro enquanto minha mãe me trazia para cá. Eu ia chegar, te puxar pela mão e te dizer tudo o que queria dizer. - o garoto sorriu enquanto era domado pelas lembranças de anos atrás - No fim, nunca criei coragem.

— Uau... Eu nem imaginava. - Liz ruborizou, com vergonha.

— Pois é. Eu gostaria muito de voltar ao tempo que tínhamos quatorze anos e refazer as coisas, talvez tivéssemos acabado de outro jeito, Lizzy.

Louis havia parado de encarar o nada e focou seus olhos nos olhos cor de mel de Elisa, que o olhava de volta. Eles ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Não podemos voltar ao passado, Lou. - ela o chama pelo apelido que costumava usar, assim como ele fez - Eu também tenho vontade de refazer certas coisas, mas sei que é impossível e que tudo aconteceu como deveria ter sido. - Liz dirige seus olhos até o chão.

Era visível a tristeza em sua voz.

— Não podemos voltar ao passado, mas por outro lado, o presente está bem aqui em nossas mãos. - Ela levanta o olhar até o garoto, que não parou de observá-la nem por um segundo sequer.

Os dois voltaram a ficar em silêncio encarando qualquer coisa, mas diferente de antes, era um silêncio confortável. Era como se o tempo tivesse congelado lá fora e os sete minutos estagnaram, pois Lilia não fazia menção alguma de abrir a porta e acabar com aquele momento.

— Liz.

Louis fez com que Elisa levantasse o rosto para ele novamente e, ao fazer isso, ele se aproximou levemente, apenas para ver se ela recuaria.

E ela não recuou.

Louis chegou mais perto da garota, e levou a mão direita até seu rosto, afastando alguns fios de cabelo rebeldes que insistiam em ficar em sua face. Ele colocou as mechas finas atrás de sua orelha e puxou o rosto de Liz para mais perto. Ficaram tão próximos que era possível sentirem a respiração um do outro.

— Fim do tempo. - Lilia Buckingham havia aberto a porta do mini armário e Louis e Elisa se afastaram rapidamente, levantando-se e indo em direção à roda para que pudessem chamar Felix e Lorena, porém, ambos se faziam ausentes na sala de estar.

— Merda. Já volto. - Elisa disse, apressando-se até a porta. Ela queria sair dali o mais rápido possível.

Que merda havia acabado de acontecer? Ela e Louis quase se beijaram ou aquilo foi um delírio graças à bebida? Aquilo parecia irreal. Então, Elisa decidiu ir atrás de sua amiga para clarear suas ideias junto dela.

Elisa passou os próximos minutos perguntando para todas as almas ali presentes se alguém havia visto Lorena, e as respostas variam entre "a ruiva? ela estava aqui há um segundo!" e "quem é Lorena?'. Após muitas pessoas, ela finalmente recebeu uma resposta que fez seu coração acalmar, e ela veio de Emily Skinner.

— Acabei de passar por ela, ela está perto da piscina, mas está acompanhada, e estão se beijando como se o mundo fosse acabar amanhã. - a loira respondeu e isso foi mais que o suficiente para que o sorriso voltasse a ocupar a face de Elisa.

— Vamos beber então! - Liz puxou a garota pelo braço e a levou para a mesa de bebidas, preparando o copo mais insalubre já visto.

Elisa conhecia Emily desde que estavam no sétimo ano, mas nunca de fato tiveram uma amizade. Naquele dia, bêbadas, tiveram a conversa mais profunda possível. Liz contou a Emily sobre o que havia acontecido, sem mencionar nomes, óbvio, e a garota disse algo sobre coisas mal resolvidas voltarem e o quão importante é a terapia, mas Elisa estava bêbada demais para absorver qualquer informação.

Depois disso, Elisa só lembra de ser carregada nos braços por alguém e então, acordou em casa. 

stupid cupid - louis partridge Where stories live. Discover now