stupid cupid - louis partridge

dezoito

Uma semana depois.

Louis havia acabado de entrar na chamada do Discord com Felix, que estava o apressando para jogar Valorant de uma vez.

— Opa, cheguei - Louis anunciava para seu melhor amigo.

— Finalmente, achei que seu PC tinha explodido e te queimado vivo. - Felix diz.

— Que horror, Felix.

— Brincadeira - o garoto riu - Queria que você entrasse na call logo porque quero te perguntar algo.

— Lá vem, o que tem a Lorena? - Louis respondeu, seguido de um suspiro.

— Como você sabe que é sobre ela? - o amigo indagou

— E quando não é sobre ela, Felix? - Louis ironiza, rindo - De dez palavras que saem da sua boca, onze são sobre a ruiva.

— Você era assim com você-sabe-quem.

— Você fala da Elisa como se ela fosse o Voldemort, irmão. Que porra é essa? - Louis diz caindo na gargalhada, enquanto seu amigo também ria pelo outro lado da tela.

— Porque é um assunto delicado! - Felix se justifica - De qualquer jeito, eu estou pensando em convidar a Lorena pra minha casa hoje, pedir uma pizza, ver alguma coisa na TV, o que você acha?

— Acho ótimo, cara. Eu nunca te vi tão feliz desde que vocês começaram a ficar de namoricos - ele diz, sorrindo - então tudo que envolver a Lorena, estarei te apoiando!

Louis realmente torcia pela felicidade de Felix, até porque, o considerava um irmão, e se Lorena o fazia feliz, então era sua irmã também.

— Que fofo, irmão. Vou me emocionar - Felix finge chorar e Louis dá risada. - Só tem um detalhe, a Lorena está com a Elisa e se eu chamar a Lore, a Liz vai vir também. Você bem que poderia se juntar a nós, né...

— Felix, para de me empurrar para a Elisa.

— Eu não estou te empurrando! É como amigos. Uma janta de amigos. - Felix diz - Afinal, não é isso que vocês são agora, amigos?

— É, Felix. Somos amigos agora, mas a garota acabou de parar de me odiar, você não acha que isso é forçar a barra demais?

— Eu nem sei porque vocês se odiavam, para ser bem sincero.

FLASHBACK ON; 17.05.2019 ; LISTEN TO "I LOVE YOU" BY BILLIE EILISH.

O pai de Elisa havia ido viajar, e como sempre, Louis estava fazendo companhia para a garota. Os dois estavam no quarto de Liz, deitados em sua cama assistindo Brooklyn Nine Nine na TV.

— Eu acho você meio parecido com o Peralta, sabia? - Liz diz, sentando-se em sua cama.

— Porque?

— Não sei, vocês dois tem o humor meio quebrado e são uns fofos! Vejo muito dele em você.

— Fofa. - Louis senta-se em frente a ela - Se eu sou o Peralta, isso faz de você minha Amy Santiago? - Ele pergunta.

— Acho que sim. - ela sorri e dá um beijo em Louis - Lou, eu quero te dizer uma coisa.

— O que? - o garoto indagou, curioso

— Eu te amo.

Elisa sorria, mas ao ver que Louis ficou sério, seu sorriso murchou.

— Você não vai falar nada?

— Eu não acredito em você. - Louis diz, enrijecendo sua postura.

— O que? Como assim não acredita?

— Como você pode dizer que me ama se nem ao menos tem coragem de assumir que eu sou seu namorado? Como você diz que me ama se me esconde e diz que somos apenas melhores amigos?

— Louis. - os olhos de Liz marejaram - Não acredito que está dizendo isso. - ela se levantou da cama.

— Eu é quem não acredito. - ele se pôs de pé em frente a ela.

— Você sabe muito bem que eu estou passando por um momento difícil na minha família. Porra, os meus pais acabaram de se divorciar. - as lágrimas caíram - Eu tive que ver minha família ser dividida depois de tantos anos, eu não quero que isso aconteça com a gente!

— E para você o melhor jeito é se esconder?

— Porque você só não aceita o "eu te amo" sem reclamar?

— Porque eu odeio essa situação! Eu não posso te beijar na frente dos outros ou te chamar de namorada porque você tem vergonha de nós.

— Louis, não é vergonha e você sabe muito bem!

— Então muda isso.

— Eu não consigo! E eu acho que é melhor mesmo você não me beijar na frente dos outros, ou melhor, não me beijar mais, já que você não é capaz de entender como eu me sinto. - Liz diz enquanto tem seu rosto inundado por lágrimas.

— E você por acaso entende como eu me sinto? - Louis deixa uma lágrima escapar

— Não, não entendo. - ela diz - Inclusive te acho egoísta por pensar assim.

— Você está certa. É melhor mesmo acabar por aqui, Elisa. - ele fala.

— Eu não consigo acreditar que você vai embora assim, você quer perder tudo o que a gente viveu?

— Elisa, é impossível perder algo que nunca foi meu.

— Eu não quero te ver na minha frente nunca mais, Louis. Eu não te quero perto dos meus amigos. A partir de hoje, você virou um estranho para mim. - agora, a tristeza em seus olhos havia virado raiva. - Vai embora da minha casa e não volta nunca mais!

É impossível descrever o quão oscilante são os sentimentos de um adolescente, que em um primeiro momento, jura amor eterno e, no outro, já não se importa mais.

Mas para eles, fazia total sentido.

Então, Louis fez o que ela pediu. Se afastou dos amigos da garota, que eram muitos, por sinal, e ficou longe de festas ou qualquer coisa que ela pudesse estar presente. Ele resolveu retribuir o sentimento de ódio que ela desenvolveu por ele e desde então, passou a desprezá-la. Ao passar do tempo, as coisas acostumaram a ser assim, até o momento em que o único amigo de Louis que não era amigo de Liz revelou ser apaixonado pela ruiva que só faltava virar uma só com Elisa. Foi ali que Louis voltou a ter quatorze anos e a ser apaixonado pela garota de cabelos escuros que amava matemática e escrevia músicas sobre eles dois. E foi ali que Louis entendeu tudo o que Liz sentia naquele tempo. O garoto quis imediatamente consertar suas ações, e sabia que não seria fácil reconquistar a menina que o odiava.