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No Mystic Grill, Stefan e eu nos acomodamos em um canto isolado, o ar carregado com o aroma de especiarias e promessas de uma noite imprevisível. Enquanto aguardávamos nossas bebidas, a conversa fluiu tão suavemente quanto o bourbon que logo dançaria em nossos copos.

"Você sabe, Stefan," comecei, girando o copo entre meus dedos, "esses últimos tempos em Forks foram... intrigantes." Meu olhar se perdeu na memória da pele alabastro e dos olhos dourados de Rosalie, uma beleza imortal que rivalizava com a própria noite. "Há algo selvagem e indomável naquelas florestas, algo que até nós podemos mal compreender."

Stefan assentiu, seu semblante sempre contemplativo. "E garota?" ele perguntou, a curiosidade tingindo sua voz com uma nota de cautela.

"Ah, Rosalie," suspirei, um sorriso enigmático tocando meus lábios. "Ela é uma força da natureza, uma tempestade vestida em seda. Mas mesmo tempestades podem encontrar paz, Stefan. Até mesmo tempestades podem querer apenas ser entendidas."

Enquanto a noite se desenrolava ao nosso redor, sabíamos que, apesar das diferenças, compartilhamos um elo inquebrável com o sobrenatural, um fio vermelho tecido firmemente em nossas existências eternas.

[...]

Com a suavidade da noite envolvendo a casa, Bonnie e Caroline finalizaram os preparativos para acomodar Elena, cuja mente agora estava tão serena quanto o silêncio que as cercava.

"Você acha que fizemos certo?" Caroline sussurrou, a dúvida dançando em seus olhos azuis.

Bonnie, com sua sabedoria ancestral refletida em seu olhar, respondeu, "Era o que Damon achava necessário. Às vezes, esquecer é uma forma de cura."

Elena, perdida nos braços de um sono sem sonhos, murmurou algo inaudível, e então, claramente, "Damon..." Era um chamado, um desejo, talvez um fragmento de uma memória que se recusava a ser apagada.

As duas amigas trocaram um olhar, uma mistura de preocupação e esperança. "Ela vai ficar bem," Bonnie assegurou, mas suas palavras eram tanto para Caroline quanto para si mesma. "Com o tempo, tudo se ajeita."

E assim, sob o manto da noite, as três permaneceram, unidas em silêncio, enquanto o coração de Elena continuava a chamar por alguém que sua mente já não podia lembrar.

[...]

Stefan lançou um olhar inquisitivo para Damon, a pergunta pairando no ar entre eles. "Você já esqueceu Elena?"

Damon, com um sorriso que mal tocava os cantos de sua boca, respondeu com uma leveza que Stefan raramente via. "Sabe, eu não estou mais preso às duplicatas. Há uma loira vampira esperando para ser conquistada em outro horizonte."

O sorriso de Damon era um mistério, uma promessa de aventuras futuras e de um coração que, talvez, começava a se curar. Stefan apenas acenou.

Damon se ergueu, a energia da noite pulsando em suas veias. Com um movimento fluido, ele começou a dançar, cada passo uma celebração da liberdade que a noite oferecia. O Mystic Grill, com suas luzes cintilantes e música envolvente, era o palco perfeito para sua despedida.

Ele girou, os olhos fechados, permitindo que a música o guiasse. "Esta é para a estrada," ele murmurou, um brinde silencioso às memórias que Mystic Falls lhe deu. E com um sorriso que escondia segredos e promessas, Damon Salvatore dançou sua última dança na cidade que foi seu lar, seu campo de batalha, e seu refúgio.
Aquela altura eles já estavam bêbado

[Forks]

Na garagem, o som metálico do trabalho ecoava enquanto Rosalie se concentrava no carro sob sua atenção meticulosa. Era um Chevrolet Bel Air de 1957, uma relíquia brilhante que capturava a essência de uma era passada.

Alice entrou, sua energia borbulhante preenchendo o espaço. "Vamos jogar baseball com Bella Swan amanhã," ela anunciou, um sorriso brincando em seus lábios.

Rosalie nem sequer levantou os olhos, sua mão firme no motor. "Não estou interessada, Alice," respondeu ela, sua voz tão fria quanto o aço que ela manipulava. A indiferença de Rosalie para com a humana era uma muralha invisível, mas tão palpável quanto a tensão que agora se formava no ar.

Alice, sempre perceptiva e intuitiva, percebeu a tensão subjacente e decidiu abordar. "Rosalie," ela começou, sua voz tão leve quanto seu passo, "por que você não gosta da Bella Swan?"

Rosalie pausou, a chave inglesa em sua mão parando no ar. "Não é que eu não goste dela, Alice," ela disse finalmente, sua voz revelando uma ponta de frustração. "É só que... ela me lembra de tudo que eu perdi e de tudo que nunca terei. E sua escolha de se tornar uma de nós, algo que eu nunca teria escolhido para mim mesma, é difícil de aceitar."

Alice aproximou-se, colocando uma mão reconfortante no ombro de Rosalie. "Eu entendo," ela murmurou. "Mas Bella é parte da família agora, e ela nos escolheu, Rose. Ela escolheu este mundo, escolheu Edward, e de alguma forma, isso a torna parte de nós."

Rosalie suspirou, um som quase humano, e assentiu. "Eu sei," ela admitiu. "E eu vou tentar, por Edward... por todos nós." E com essas palavras, um novo entendimento se formou entre as duas, um reconhecimento das complexidades do coração, mesmo um que não bate mais.

Fresh start - Rosalie HaleWhere stories live. Discover now