Caçarola continuou a dirigir, mas Thomas e Newt trocaram de lugar. Agora, Peterson estava acompanhado pelo seu irmão no banco de trás. Quando o carro adentrou o túnel, passaram por um buraco e Thomas se atrapalhou um pouco, deixando tanto ele mesmo quanto Peterson mais apreensivos com aquele plano.
O motorista ligou todos os faróis e alguns holofotes acima do jipe. Newt segurava um pequeno para fora da janela, direcionando para os lados mal iluminados do túnel. Depois de alguns metros, viram que haviam centenas de carros abandonados pelo caminho e alguns carrinhos cheio de entulho. Thomas e Peterson ligaram as próprias lanternas, apenas para dar uma sensação de tranquilidade maior.
—Então vamos lá. —Caçarola disse em meio a um suspiro.
—É só ir bem devagarinho. —Newt falou com uma tranquilidade sincera.
Mais alguns metros foram percorridos em silêncio, sem nenhuma interrupção daquelas criaturas nojentas que aterrorizavam Peterson em seus pesadelos. A velocidade que Caçarola percorria dava sono de tão devagar, mas aquilo os acalmava de certa forma.
Newt continuou tranquilo, mas ficou espantado ao olhar para frente.
—Ei, ei, ei! —Newt exclamou, abaixando a lanterna enquanto Caçarola freava um pouco bruscamente.
No limite das luzes dos faróis, quase uns dez metros de distância, havia uma pessoa de cabeça baixa que mexia os braços de uma forma estranha, como se tivesse espasmos. Apesar de vestir uma camiseta vermelha de turista, ninguém precisava dizer que não era uma pessoa normal. Pelo menos, não era mais.
Caçarola e Newt viraram-se para trás, olhando diretamente para Peterson e Thomas, donos da ideia de atravessar o túnel. Peterson estava quase pedindo para que Caçarola desse ré, com o argumento de que ralar o joelho escalando a montanha acima deles era melhor do que apostar o outro pulso em uma mordida. O Crank levantou a cabeça e engasgou na tentativa de grunir alguma coisa. Apesar de estar a uma boa distância, aquilo deixou Peterson mais apreensivo.
—Tranquilo, é só um. —Thomas respondeu antes que Peterson começasse a ficar histérico, apesar dele também não estar muito longe disso. —Vai devagar e contorne-o. Vai dar certo.
Apesar de Peterson não estar muito convencido, concordou com a cabeça e se encolheu no banco de trás.
—Devagar, devagar... —Caçarola repetia enquanto se preparava psicologicamente para voltar a dirigir.
Newt desligou o mini-holofote e fechou o vidro, mas antes mesmo que Caçarola ligasse o carro, a movimentação começou.
Thomas encostou no banco e alguém bateu no vidro. Ele se assustou e esbarrou em Peterson, assustando Newt e Caçarola também. Era uma mulher loira e pálida. Apesar de parecer melhor que muitos Cranks que eles já tinham visto, ela não parecia nem um pouco normal e claramente estava contaminada pela doença.
—Por favor. —Ela pediu, tentando a todo custo abrir a porta que estava trancada enquanto encarava Thomas fixamente. Ela virou para frente e mostrou veias roxas ao fazer, mas parecia assustada com alguma coisa lá. —Deixa eu entrar, por favor.
Alguma coisa bateu no vidro do lado de Peterson com um pouco mais de força. Tinha um Crank mais afetado do outro lado, que batia a testa no vidro e grunhia coisas indecifráveis, repleto de cortes no rosto. Peterson gritou tão alto e se afastou tão rapidamente da janela que Thomas teve que abraçá-lo para que não caísse do banco, concluindo que com certeza ele não estava nem um pouco pronto para esse reencontro.
—Aí, Caçarola. —Thomas chamou, vendo que a mulher loira também batia no vidro e que mais Crank ia aparecendo. —Vamos nessa, cara.
Caçarola também não estava muito feliz em rever aqueles monstros, olhava para todos os lados e um novo Crank aparecia.
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The Hope - The Maze Runner
FanfictionNuma manhã normal na Clareira, a Caixa subiu trazendo contigo um novo garoto. Mas e se esse garoto fosse mudo? Como os outros Clareanos iriam se comunicar com ele?