8 - Não há cura.

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Thomas ainda não tinha soltado a mão de Peterson, pois depois daquele choque todo, ele só precisava do seu irmão por perto. E Peterson podia dizer o mesmo.

—Depois do Labirinto, eu fui pego por um grupo aqui da cidade. —Gally contava enquanto guiava o caminho até o líder deles. —Eles notaram que eu era imune, trataram de mim e me trouxeram aqui. Para o Lawrence. Esse grupo tá aqui em guerra com o CRUEL desde que tomaram o controle da cidade, mas o CRUEL não vai se esconder atrás dos muros pra sempre. Vai ter um dia que eles vão pagar pelo o que fizeram.

Chegando perto de uma escadaria que parecia levar para uma espécie de subsolo, Gally parou e virou-se para o grupo.

—Escutem, ele não recebe muitas visitas. —Ele avisou com um ar de cansaço. —Então, deixem que eu falo, tudo bem? E tentem não encarar.

Gally nem deu espaço para que concordassem e já começou a descer as escadas, seguido pelo resto do grupo. Ninguém tinha entendido muito bem a última frase, mas era melhor fazer o que ele dizia. Como de costume, Peterson e Thomas estavam na frente e Peterson segurava o dedo indicador de Thomas agora. Thomas achou aquilo meigo e deixou que Peterson segurasse assim.

Chegando no subsolo, que parecia mais um depósito antigo, eles viram que parecia ser o lugar mais ajeitado daquele prédio. Havia alguns canteiros com plantas e flores, algumas estantes de livros e mesas de madeira que lembravam muito as que pertenciam a uma sala de biologia. Descendo o último lance de escada, todos pararam ao lado de uma grande mesa de madeira repleta de plantas.

Tinha um homem cuidando de alguns canteiros no fundo da sala, junto com outro que parecia trazer alguma informação importante ou algo do tipo. Peterson percebeu que havia uma haste que pendia um saco plástico com soro azul próximo dele, logo concluindo que ele lutava contra o maldito Fulgor.

—Gally? —O homem, provavelmente Lawrence, chamou. —Que bom que você voltou. Jasper me contou o que aconteceu.

—Foi um massacre. —Gally respondeu, agarrando o próprio colete como Minho costumava fazer com o colete de Corredor. —Nada podemos fazer contra aquelas armas.

—Não, mas só podem cutucar o vespeiro até certo ponto antes de serem picados. —Lawrence segurava algumas rosas na mão que encantaram Peterson, levando uma delas para próximo do nariz e suspirando. —E quem é essa gente? Por que estão aqui?

—Temos que entrar no CRUEL. —Peterson falou antes que Gally abrisse a boca, ficando ao lado do novo aliado e fazendo-o ficar meio ansioso. —Gally disse que você põe a gente no outro lado.

Lawrence olhou para ele, mas Peterson não pôde ver como era o rosto dele porque a luz vinha de trás de Lawrence. Ele pegou uma bengala próxima e suspirou.

—É, o Gally não devia fazer promessas que não podem cumprir. —Gally olhou para baixo e piscou algumas vezes enquanto Lawrence pegava a haste que segurava o seu soro. —Além disso, o muro é só metade dos seus problemas. Entrar no CRUEL é impossível.

—Pode ter uma entrada agora. —Gally retomou a palavra. —Ela só não funciona sem o Peterson.

Peterson encarou Gally, um pouco confuso com o que ele quis dizer. E Thomas sentiu vontade de socá-lo mais uma vez. Como poderia ter ocultado isso até aquele momento?

—Ah, não diga.

Lawrence começou a se aproximar. A sua haste de soro fazia um rangido assustador, mas nada comparado à face deformada de Lawrence. Com certeza ele tinha o Fulgor, pois a pele enrugada e esverdeada, repleta de buracos e ferimentos no lado direito de seu rosto provavam isso. Sem contar o olho direito cego e o nariz praticamente inexistente. Lawrence era o que Peterson mais temia se tornar.

The Hope - The Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora