Aquele Idiota 2 - 31_ Ayla está ousada

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Dylan

Havia jogado umas partidas de fut com os caras. Mais tarde, a casa estava silenciosa. Ayla não estava na sala, nem na cozinha. O quarto estava vazio também. Estranhei, mas imaginei que ela pudesse estar no banho ou com Mirella.

Deixei pra lá. Coloquei algo pra comer e fui assistir algo na TV pra distrair a mente. Eu queria esquecer a raiva que Clara me fazia sentir e focar no que importava: Ayla e eu.

Depois de um tempo, decidi ligar pra ela. Chamou até cair na caixa postal. Tentei de novo, e nada.

Porra. Tá tudo bem. Ela deve estar com as meninas.

Mas aquela sensação incômoda não passava.

(...)

Mais tarde, já estava quase dormindo no sofá quando o celular vibrou. Uma notificação do Instagram.

Abri o aplicativo automaticamente e lá estava. Mirella tinha postado um story.

Que cacete é esse?!

A primeira coisa que vi foi Ayla, minha mulher, no meio de uma pista de dança, cercada por luzes piscando e música alta. Ela estava usando um vestido que parecia feito pra provocar, curto e justo, destacando cada curva.

O pior não era isso. O pior eram os caras ao redor. Olhares predadores, sorrisos maliciosos, como se estivessem avaliando a minha garota.

Meu sangue ferveu.

Erick estava no sofá ao meu lado, distraído com o celular.

— Caralho! Olha essa merda — Atirei o telefone na direção dele.

Ele pegou o aparelho e franziu a testa ao assistir o vídeo.

— Ah, mano... Ayla tá ousada, hein? Peraí! A Samantha também está com elas?!

— Sim, filho da puta!

— Tá! Vamos lá então! Não  vou deixar você ir sozinho até lá com essa cara de assassino e nem vou deixar a Samantha lá! O que essas mulheres tem na cabeça?!

Peguei minha carteira e chaves sem pensar duas vezes.

(...)

Ayla

A noite estava ótima. Eu precisava disso. Mirella, Samantha e Maevie eram as melhores companhias pra uma noite de distração. Estávamos na pista de dança há horas, rindo, bebendo e simplesmente nos divertindo.

— Tô falando, Ayla! Você precisava sair! Olha só como tá linda! — Mirella gritou, rindo, enquanto a música aumentava.

Eu ri, girando no ritmo da música, sentindo a energia da noite. Por alguns momentos, deixei todos os problemas pra trás: as mensagens, a Clara, e até o ciúme do Dylan.

Mas eu podia sentir os olhares. Não me incomodavam. Na verdade, de certa forma, era bom. Um lembrete de que eu ainda era vista, ainda era desejada. Não que eu quisesse nada com ninguém ali, mas era bom sentir que ainda tinha controle sobre algo em minha vida.

Mirella se aproximou, colocando a boca perto do meu ouvido.

— Tá vendo o cara ali no bar? Ele não tira os olhos de você.

Olhei na direção que ela indicou. Um cara alto, moreno, vestindo uma camisa preta que parecia um pouco apertada demais, estava claramente me observando. Ele sorriu quando nossos olhares se encontraram.

Revirei os olhos, rindo, e voltei a dançar.

Mas o que eu não esperava era sentir uma mão firme no meu pulso alguns minutos depois.

Me virei, pronta pra mandar quem fosse se afastar, mas parei ao ver Dylan ali.

O que ela tá fazendo aqui?!

Seu olhar era puro fogo, os músculos da mandíbula tensos, e os olhos fixos em mim como se estivesse pronto pra me arrastar pra fora.

— Porra, anjo! A gente pode conversar? — Ele perguntou, mas era mais uma ordem do que uma pergunta.

— Dylan? O que você tá fazendo aqui?

— Salvando você de... isso. — Ele gesticulou em volta, como se o lugar inteiro fosse um erro.

Antes que eu pudesse responder, Erick apareceu, segurando a mão da Samantha que parecia irritada.

— Acha mesmo que ia deixar ele vir sozinho, Ayla? Esse cara ia explodir se não visse você com os próprios olhos.

— Vocês são ridículos. — Bufei, cruzando os braços.

— Ridículo é você sair sem dizer nada e se vestir assim. — Dylan rebateu, sua voz mais baixa, mas carregada de raiva.

— Ah, então agora você quer ditar o que eu posso ou não vestir? — Retruquei, minha paciência começando a desaparecer.

— Não, mas também não vou ficar de braços cruzados enquanto todo mundo come você com os olhos.

— Eu não sou propriedade sua, Dylan.

O embate continuou, mas mesmo com a raiva fervendo entre nós, havia algo inegavelmente intenso no olhar dele. Como se, por trás de toda a irritação, ele estivesse apenas tentando proteger o que era mais importante pra ele.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora