Aquele Idiota 2 - 55_ NÃO!

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Antes de começar o capítulo, deixo uma coisa bem clara: A Ayla não traiu o Dylan, a Sienna drogou ela.

Obrigada, não me matem♡

Dylan


Eu achava que entendia o que era dor. Achava que sabia o que significava ser destruído. Mas eu não fazia ideia... até agora.

Nem quando a Maevie me traiu doeu assim. Talvez porque, com a Ayla, era diferente. O que eu sinto por ela vai além do amor. Era como se ela fosse parte de mim.

E agora, essa parte estava morta.

A noite foi longa e insuportável. O relógio parecia brincar comigo, arrastando cada segundo como se o tempo quisesse me torturar ainda mais. A imagem dela... nua... deitada naquela cama com ele, me corroía.

Era como um filme repetido, uma tortura sem pausa. E eu não podia desligar.

O sol nasceu, mas para mim não fez diferença. Já estava sentado no chão da sala quando os primeiros raios atravessaram as cortinas. Ao meu lado, uma garrafa de uísque vazia tombava, e meus punhos ainda latejavam, cobertos de cortes e sangue seco.

O gosto amargo na boca nem se comparava ao que eu sentia no peito.

Ela me destruiu.

A dor era quase física. Quando eu vi, meu coração parou. E quando voltou a bater, foi como se tivesse sido esfaqueado.

Ayla. A mulher que eu amava mais do que conseguia expressar.

Ayla, deitada com Theo.

Eu não conseguia respirar.

Meu celular vibrava sem parar. Eu não olhei. Não precisava. Sabia que era ela. Ou talvez fosse Mirella, Pedro... Erick... Alguém tentando me convencer a ouvir.

Mas eu não queria ouvir.

Levantei-me com dificuldade e fui até o banheiro. Encostei as mãos na pia, o mármore frio contra minha pele cortada. Quando olhei no espelho, não reconheci o homem que me encarava de volta.

Olheiras profundas, olhos vermelhos, cabelo desgrenhado.

Vazio.

Joguei água no rosto, mas a sensação de sufocamento não foi embora.

— Por quê... — murmurei para mim mesmo, mas não havia resposta.

Não fazia sentido. Ayla era meu mundo. Ela dizia que me amava. Que éramos indestrutíveis.

Mentira.

Eu passei a mão pelos cabelos, frustrado, sentindo o estômago revirar.

Ela era a porra do meu mundo.

E agora, eu não tinha mais nada.

(...)

Ayla

A primeira coisa que senti foi o latejar na cabeça. A luz do quarto parecia mais forte do que deveria, me cegando quando abri os olhos. Tudo estava desfocado, como se eu estivesse presa em um pesadelo.

Meu corpo parecia pesado, cada músculo exausto.

Quando olhei em volta, reconheci o quarto... mas não fazia sentido. Era o meu quarto antigo.

Na casa da minha mãe.

Eu pisquei algumas vezes, tentando afastar a confusão.

— Que dia é hoje...?

Sentei-me devagar, o coração acelerado sem motivo aparente.

Foi então que vi Sienna parada na porta, com um sorriso pequeno e estranho demais para ser amigável.

— Finalmente acordou, dorminhoca.

— O que... — minha garganta estava seca. — O que aconteceu?

Sienna deu de ombros, encostando-se na porta.

— Você apagou.

Eu franzi a testa. Algo estava errado. Muito errado.

— Meu celular...

— Deixei na sala — ela respondeu rápido demais.

Tentei me levantar. E então, congelei.

O cobertor caiu para o lado.

Meu corpo estava nu.

O ar sumiu dos meus pulmões.

— O quê...?

Eu olhei para Sienna, esperando alguma explicação. Ela só me olhava de volta, impassível.

Meus dedos tremiam enquanto corri até o espelho. E o que vi fez o chão sumir sob meus pés.

Marcas. No meu pescoço, nos ombros.

Marcas que eu não lembrava de ter.

— Não... não...

Eu me afastei do espelho, enfiando qualquer roupa que encontrei pela frente.

Tropecei nas escadas enquanto descia correndo até a sala, desesperada. Peguei meu celular na mesa. Várias notificações.

Mensagens. Ligações.

E então, as vi.

As fotos.

Fotos que me fizeram perder o ar de vez.

Eu, nua, deitada ao lado de Theo.

Meu coração disparou, cada batida doendo como uma lâmina cravada em meu peito.

— NÃO! — o grito saiu trêmulo, mas ninguém veio.

Corri pelos comentários... mensagens de ódio... traição.

Dylan.

— Não...

Lágrimas grossas escorreram pelo meu rosto. Minhas pernas falharam e eu caí no chão da sala, o celular tremendo em minhas mãos.

— Isso não é real...

Mas era.

Theo. Sienna. Clara.

Eles tinham me destruído. E junto comigo, levaram o único homem que eu amava.
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora