Parte 15

279 24 8
                                    

O que? Como assim namorada? Por que? Não, não é possível.

-O que? Como assim Matt?


-Não quer?

-Não, não é isso. Gosto muito de você. É que...(suspiro)...não quero machucar você. Não posso te fazer esse mal.

-Que mal Anna? Você só me faz bem! Eu gosto de você e, acho que você também gosta de mim. Então, você vai me machucar se não aceitar meu pedido.

-Matt! Ahm...okay. Mas você precisa saber de algo antes.

-O que?

-O resultado da biopsia. Tenho LLC -Leucemia Linfoide Crônica.

-Pequena Anna isso não muda o que sinto por você.

Diz ele, chegando mais perto, enquanto engulo a seco.

-Todos estamos sujeitos a morte Anna. Só porque você está com leucemia não significa que viverá menos que eu. E, eu quero ficar com você, independente de qual de nós morrerá primeiro.

-Matt!

Ele começa a sorrir. Sabe, aquele sorriso torto que me deixa toda boba. E começa um silencio enlouquecedor. Até que...

-Então? Não vai responder Anna?

-Ahm...(suspiro)...então...okay, okay Matt.

-Serio?

-Sim. Independente de qual de nós morrerá primeiro, quero dizer que, estou perdidamente apaixonada por você.

-E eu por você Anna Parker.

-Ham, ham. (Mamãe)

Ela acorda e o Matt está sentado na minha cama acariciando meu rosto.

-Ahm, oi sra. Parker.

-Oi rapaz.

-Então, acho que tá na hora de ir embora.

-Mas ainda é cedo. (Digo)

-Queria poder ficar um pouco mais Anna, mas não da. Mais tarde eu ligo pra você, okay?

-Okay Matthew.

-Dirija com cuidado rapaz.

-Okay, pode deixar sra. Parker.

Ele mau saiu e minha mãe começou com o interrogatório.

-Então, o que foi aquilo?

-Aquilo o que mãe?

-Anna! Você entendeu a pergunta. Então, ele te pediu em namoro?

-Mãe!

-Não acredito! Finalmente você tem um namorado.

-Mãe chega tá. Deixa de ser melosa!

Dia seguinte

Acordei às 8:05h e fui tomar meu banho matinal. Quando sai dei de cara com minha mãe.

-Ai que susto mãe.

-Desculpa. A enfermeira trará seu café daqui a pouco.

-Ahm, okay.

-Uhm, nervosa?

-Um pouco.

-Vai dar tudo certo filha. Nós vamos superar isso, okay?

-Okay mãe.

Nada estava okay. Eu estava com uma droga de câncer, como poderia estar bem? Mas minha mãe não merecia saber o quanto eu estava odiando tudo aquilo.
Cinco minutos depois que me troquei a enfermeira me trouxe o típico café da manhã hospitalar: um suco 'meia-boca' (sabor uva, arhg), toradas com geleia de uva, iogurte natural e uma gelatina industrializada. Tipo, tudo que não presta!

-Obrigada. (Por tentar matar meu paladar.)

-De nada.

Diz a bela enfermeira enquanto se levanta e vai em direção a porta. Então, decido fazer uma cara de enojada para minha mãe. Mas a bela enfermeira Jully se vira e dá uma leve risada ao ver minha cara e, diz:

-Também acho essa comida nojenta. Se quiser posso arranjar outra coisa, mas, tem que ser um segredinho só nosso. Okay?

-Okay.

Jully me conseguiu um café forte, hambúrguer e suco de laranja. Às 10:00h da manhã o doutor Willian foi me chamar para a primeira quimio.

Tudo Por Mais Um DiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora