Parte 18

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De repente uma nuvem negra encobriu aquele quarto de hospital. O Ed parecia bem irritado.

-Ed?! Por que você diz isso?

-E precisa explicar?! (O tom de voz dele estava bem alterado. Nunca o vi assim.) Você acha pouco essa ceninha que vi? Eu passei minha vida praticamente toda lhe ajudando em tudo; na escola, na sua casa. Fiz tudo isso com a esperança de que um dia você perceberia o quanto gosto de você. Mas, aí apareceu esse 'playboy' que te atropelou e depois ficou se fazendo de bom moço. E, você escolheu ele... se entregou pra um completo estranho.

-Opa! Espera aí. Primeiro, não fale assim com a Anna. Segundo, meu amor quem é esse?

-É o Edward, um amigo de infância.

-Amigo? Eu fui mais que um amigo. Eu dei minha vida por você.

-Eu já disse pra você não falar assim com a Anna. E, lamento se você não conseguiu o que queria, mas, amor não é algo que você pode pedir a alguém; não é algo que se da como recompensa.

-Quem é você pra vir falar comigo?!

-Anna, meu amor, como você, uma moça tão educada, pode ter amizade com uma pessoa assim... tão, tão... indelicada?

-Matt!

-Você vai ver o indelicado.

Ed socou o rosto do Matt que caiu na poltrona ao lado da minha cama.

-Ed! Matt, amor, você está bem?

-Tudo bem. Não foi nada de mais.

-Ed... Edward eu não esperava isso de você.

-Anna eu só quero te proteger. Eu posso te fazer muito mais feliz.

-Não, não pode. Vá... vá embora Edward.

-Anna não me chama assim. Você sabe que eu não gosto quando você me chama de Edward.

-É, eu sei.

-Me perdoa.

-Edward vai embora.

-Me perdoa, me perdoa por favor.

Finalmente ele saiu após dizer isso. Por um instante eu pensei em perdoa-lo. Mas não seria de coração. Prefiro esfriar a cabeça primeiro. Não gosto de agir por impulso quando se trata de perdão e coisas do tipo.

-Anna Parker tudo bem?

-Ahm? Ah! Sim, sim tudo. E você?

-Tudo bem.

-É que tá sangrando uma pouquinho. (Falo apontando para o rosto dele.)

-Ah. Nem tinha percebido. Vou no banheiro limpar.

-Okay.

Pouco depois ele teve que ir embora. Eu estava bastante apreensiva com relação a raspar o cabelo. Mas, o que mais me incomodava era a possibilidade de tudo isso não dar certo.

Fiquei horas pensando como meus pais e o Matt reagirão se eu morrer. Como será a vida deles quando não existir mais a Anna Parker.

Uma das coisas que a leucemia faz é destruir seu sistema imunológico. E qualquer infecção pode te levar a óbito. O que me faz lembrar da probabilidade de minha perna infeccionar, visto que ainda está com as ferragens.

Depois de um bom tempo mergulhada nesses pensamentos fui tragada pelo sono. Às 17:30h a bela Jully me trouxe o jantar – sopa. Sabe, aquelas sopas arhg de hospital. Ela disse que deu pra arranjar outra coisa.

-Tudo que consegui foi esse chocolate.

-Obrigada Jully. Servi pra tirar o gosto ruim da boca.

-Qualquer coisa é só chamar.

-Okay.

Tudo Por Mais Um DiaWhere stories live. Discover now