Parte 24

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-Olá Jully.

-Olá senhor Matthew.

-Me chame apenas de Matt Jully.

-Okay. A Anna estava esperando por você.

-Oi.

-Oi minha bela.

-Vou buscar sua janta Anna.

-Obrigada Jully.

-Então você estava me esperando, certo?

-Não. Na verdade não. Estava bem ocupada. Nem tive tempo pra sentir saudades.

-É? Então, você não se importa se eu sair agora e não lhe der nem um beijinho?

-Não.

-Certo. Então tchau.

Ele diz e sai andando em direção à porta.

-Bobo! Volta Matt. Você sabe que eu conto ate os milésimos dos segundos pra te ter por perto.

-Os milésimos dos segundos? Eu não sabia não. Isso significa que você não sabe viver longe de mim!

-Isso significa que quero te ter sempre perto de mim.

-Eu te amo Anna Parker.

-Eu te amo Matthew Matsunaga.

-Anna quero...

-Voltei. Aqui sua janta Anna.

-Obrigada querida Jully.

-Meu plantão já acabou. Sua mãe deve chegar em alguns minutos.

-Okay Jully. Obrigada por tudo e ate amanhã.

-Ate.

-Então, o que você queria dizer Matt?

-Não era nada. Só queria saber como foi seu dia minha bela vítima.

Conversamos ate umas sete da noite. Minha mãe chegou uns dez minutos depois de a Jully sair. O Matt estava cansado da viajem e mamãe estava exausta por causa das coisas que teve que ajeitar em casa. Então, mamãe dormiu na poltrona que havia em um canto do quarto e o Matt dormiu sentado ao meu lado.

Manhã do dia seguinte

Acordei era umas cinco e meia da manhã. Fui ate a janela fiquei observando o nascer do sol. Já fazia uns anos que o observava. O nascer do sol de Mobile é tão lindo quanto o poente.

É comum as pessoas se reclamarem da vida. Pessoas com câncer então... vivem pesando na morte - não que eu não o faça. A vida na verdade é magnifica. Existem coisas lindas ao nosso redor, como o nascer e o pôr do sol. Existem pessoas amáveis, como Matt e Jully.

É claro que a vida tem seu lado negro - paisagens horríveis, pessoas cruéis e malditas doenças como câncer. Cabe a cada um de nós decidir qual será nossa atitude diante dessas coisas.

Em meio a esses pensamentos senti uma mão em meu ombro.

-Bom dia.

-Bom dia Matt.

-O que você faz acordada as 6:2h da manhã?

-Estava observando o nascer do sol.

-Nascer do sol... Isso é uma coisa que nunca vi!

-Então trate de ver antes de morrer. É algo realmente lindo.

-Verei sim. Mas quero ver junto com você.

-Certo. Que tal voltarmos a dormir agora?

-Só mais um pouquinho.

Acordei já eram mais de sete e meia da manhã. Matt já havia saído -- foi pra casa desfazer as malas da viajem -- e mamãe estava tomando café. Era o dia de folga da Jully e outra enfermeira ia cuidar de mim. Porém, ela veio me visitar às dez da manhã.

-Oi.

-Oi Jully. Pensei que não a veria hoje.

-Desculpa, mas você não se livra de mim tão cedo.

-Cruel!

-Brincadeiras a parte, vim ver como estava.

-Estou bem. A outra enfermeira ate que é legal.

-Que bom. Também vim trazer essas balas de menta pra tirar o gosto ruim da boca depois das refeições.

-Ufa! Pensei que teria que aguentar aquele gosto horrível. Nenhum remédio ou tratamento é tão ruim quanto aquilo.

Conversamos por um bom tempo ate que consegui convencer Jully a ir aproveitar seu dia de folga pra descansar.

Tudo Por Mais Um DiaWhere stories live. Discover now