Capítulo 21

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Quando o filme acabou, Louis ainda estava nos braços de Harry, que tentava fazê-lo entender que aquilo era apenas um filme.

- Lou, não precisa ter medo, nenhum daqueles fantasmas vai querer fazer mal a você.

- Como pode saber?

- Porque ninguém iria querer fazer mal à alguém tão bom e doce quanto você - falou Harry, sem medir suas palavras.

- Acha mesmo? - Louis perguntou olhando para o maior.

- O que? Que eles não te farão mal? Claro que sim. Quero dizer, sim, eu acho que eles não te farão mal.

- Não. Você acha que sou doce?

- Eu disse isso? - Harry passou a mão que não estava no braço de Louis na própria nuca.

- Sim, disse sim - Louis encarava Harry sem desviar por nem um segundo.

- Eu... Quero dizer... Sim, eu- eu acho.

- Por que?

- Precisa ter um porque? - ele continuou arranhando sua nuca, pensando no porque de ter falado aquilo, suas bochechas coraram. Louis assentiu, o que fez o cacheado corar mais ainda - porque você deve saber, Louis. Enfim, precisamos sair, afinal estamos somente nós aqui.

Louis olhou ao redor e realmente não havia mais ninguém na sala de cinema a não ser eles. Ambos se levantaram e o menor voltou a manter distância do outro, o que deixou Harry um pouco frustrado.

- Então... Gostou? - perguntou Louis quando eles saíram da sala do cinema.

- Sim, foi muito bom - ele deu um sorriso pro menor, que sorriu de orelha à orelha - podemos repetir qualquer hora.

- Podemos - Louis agora olhava para seus pés, suas bochechas estavam coradas e ele não queria que Harry visse e o achasse um completo idiota.

- Você gosta de ir ao cinema?

- Sim, eu adoro. Mas... Não tenho muitos amigos, então eu não vou com frequência.

- Por que não vai sozinho? Quero dizer... As vezes é bom ficar só.

Louis não respondeu, apenas assentiu e continuou olhando para o chão, muito concentrado na pequena pedra que seus pés chutavam. Harry ficou observando-o atentamente.

- Obrigado pela pipoca.

- De nada Louis - Harry suspirou - quer que eu te deixe em casa?

- Não, não precisa, eu vou sozinho, fica à uma quadra daqui.

- Ah, qual é Lou, eu posso te deixar lá.

- Não precisa, serio - ele insistiu em negar e deu um meio sorriso.

- Tem certeza? - ele perguntou e Louis assentiu - posso te pedir uma coisa?

- Harry Simpson pedindo coisas? Estamos evoluindo - ele deu um sorriso envergonhado - pode sim.

- Posso te dar um abraço? - ele perguntou, parando de frente pra Louis quando chegaram na entrada do cinema. O menor pareceu pensar, ficou se equilibrando em seus tornozelos.

- Eu- er- Pode?

- Isso é uma pergunta?

- Sim. Quero dizer, não!

- Então...

- Sim, você pode me abraçar.

Harry deu um sorriso imenso e envolveu o garoto em seus braços, apertando-o em um abraço que fez Louis se encolher, mas também fechar os olhos para sentir o calor vindo do corpo maior. Quando se separaram, Harry olhou diretamente nos olhos de Louis e deu um sorriso.

- Até mais Louis.

- Até mais, Harry - Louis falou olhando pra baixo, com as bochechas coradas.

Harry se afastou do garoto e voltou pra seu carro, pagou o estacionamento e saiu do mesmo. Quando olhou para o cinema procurou algum vestígio do de olhos azuis lá, o viu conversando animadamente com ninguém menos que Ed Sheeran, justamente a última pessoa que Harry pensava que Louis poderia conversar ao sair de um filme.

Ao chegar em casa, Harry nem parou para falar com os amigos, apenas subiu e se jogou na cama, sendo seguido por Liam que abriu a porta devagar e deu um sorriso para o garoto deitado.

- Hey, como foi?

- Como acha que foi? - Harry suspirou - foi legal. Fazia muito tempo que eu não ia ao cinema.

- Nós não vimos nada pela câmera do colar, só pra você saber. Camila queria, mas Lauren mandou dar privacidade.

- Vai dizer que você não tentou?

- Ta bem... Você me pegou. Lauren é bem insistente e forte - ele falou passando a mão no braço e fazendo um bico.

- Idiota - Harry começou a rir.

- Rolou mais alguma coisa? - Liam perguntou, insinuando algo e Harry deu um sorriso.

- Tipo o que?

- Tipo... Ah você sabe, em encontros as pessoas-

- Não foi um encontro Liam, e não, não rolou nada - Harry suspirou, frustrado - ele mal gosta de ser tocado.

- Mas você queria?

- O que? Eu- Não, claro que não. Que ideia é essa? Eu respeito ele, eu-

- Você queria, admita!

- Eu não tenho nada pra admitir.

- Ta bem Harry, você quem sabe - Liam deu um sorriso.

- Tanto faz, Liam - ele olhou pro lado e abraçou seus joelhos.

- Sheeran dormiu na escola hoje de novo - informou Liam - e também Ed esteve lá. Eles discutiram.

- Discutiram sobre o que?

- Sobre a namorada do Ed. Eu não entendi a história, mas parece que a Taylor traiu o Ed.

- Traiu? Mas o que isso tem  ver com o Sheeran? - Harry pareceu pensar e Liam não respondeu porque não sabia o que dizer - espera... Isso não tem a ver com o Sheeran, tem a ver com o nome deles.

- Como assim?

- Liam, e se o Edward for gay?

- O que? Do que você está falando?

- E se ele for gay e seu pai não quiser que ele assuma pra não manchar o nome tal honrado de sua família? - Harry falou fazendo aspas ao pronunciar a palavra 'manchar' - isso justifica o fato do Ed parecer mais amigo da Taylor do que qualquer outra coisa

- Harry você não pode dizer que todo mundo é gay e-

- Não é todo mundo, Liam. E eu sei que faz sentido, ta bem? - Harry suspirou - Imagine que hipoteticamente sua família tenha um nome honrado em sua cidade. Você irá querer fazer de tudo pra manter as aparências mesmo indo contra seus princípios, afinal você mora numa cidade pequena e um passo em falso e estão todos comentando sobre você.

- Doncaster não é tão pequena.

- Foco, Liam.

- Desculpe.

- O nome Sheeran ser relacionado com homossexualidade é uma forma de manter eles na boca das pessoas por um longo tempo.

- Mas o que explica a Taylor?

- Namorada falsa, apenas por conveniência. Ela não deve ter traído ele, ela deve apenas ter ficado com alguém porque os dois não tem nada.

- Acha que iriam tão longe por um nome?

- Ter um nome forte significa poder. Sheeran quer estar no controle e usar seu sobrenome é a melhor forma de conseguir.

- O que vai fazer agora?

- Me aproximar do Ed, de qualquer forma.

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