Epílogo

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Harry não deu chance para o homem usar a faca contra ele, conseguiu desviar e deferir um soco contra o rosto dele, fazendo-o desequilibrar mas logo voltar ao normal e devolver o golpe, usando também chutes e pontapés para acertar o maior, que desviou o máximo que pode até que um dos chutes acertou sua canela e ele caiu no chão segurando a perna.

- Doeu? Não se preocupe, sua morte vai ser bem rápida e- - antes que terminasse, o homem foi atingido por uma cadeira de madeira, que se desfez. Ele olhou pra trás com a cabeça sangrando e viu Louis de pé.

- Eu cansei, Troy - o nome do pai ele falou com ironia - cansei de todas as torturas, espancamentos e humilhações. Cansei. Eu queria mesmo acreditar que você não matou a minha mãe, mas já sei que tudo o que você fala é mentira.

- Você cometeu um grande erro.

- Você não vai matar mais ninguém - ele pegou a arma que Harry havia deixado no chão e engatilhou, apontando pro pai ao mesmo tempo que seus olhos estavam embaçados pelas lágrimas insistentes.

- Louis, não faz isso - Harry falou - você vai se arrepender pelo resto da sua vida.

- Faça garoto, me mate. Eu matei sua mãe, fiz seu namoradinho virar matador e vou matar esse aqui se você não apertar esse gatilho.

- Não! Lou, não o ouça. A partir do momento que apertar esse gatilho, sua vida vai mudar e não pra melhor. Você vai carregar esse peso pelo resto da sua vida - Harry disse olhando com tristeza pra ele - por favor não seja como ele.

- Cala a boca! Você mentiu pra mim. De todas as pessoas eu pensei que você seria o único que não mentiria.

- Lou...

- Mas você tem razão. Eu não serei como ele. Eu não sou como ele - ele falou ainda com a arma apontada - mas você não vai machucar ninguém - ele atirou duas vezes contra as pernas do homem, que gritou de dor e caiu no chão.

- O QUE ACONTECEU? - perguntou Dinah quando chegou correndo e viu Troy caído no chão.

- Louis atirou nele - Harry disse se levantando e mancando até o menor que estava ajoelhado olhando pra um ponto fixo - Lou. Lou. Olha pra mim, por favor.

Louis não conseguia olhar pra ele, parecia estar em choque. Neste momento ouviram sirenes dos carros de polícia se aproximando. Harry carregou Louis pra fora enquanto Dinah ajudava Liam, Lauren e Ed.

- E o James? - perguntou Harry.

- Liam jogou um vaso de planta aqui de cima na cabeça dele.

- Foi certeiro meu amigo - disse Liam com um sorriso divertido - Agora eu vou tirar umas férias merecidas.

- Nós vamos, meu amigo.

Quando tudo foi esclarecido para os policiais e Troy, James e os capangas foram presos, Harry olhou em sua volta e viu Louis sentado na ambulância tomando chá. Ele se aproximou do menor sem saber ao certo o que dizer.

- Então... Agente secreto? - disse Louis - você não tem cara de agente secreto. Nem de policial. Enganou a todos.

- Não por vontade própria.

- Tem certeza? - Louis perguntou com um sorriso doce enquanto Harry abaixava a cabeça - eu entendo. Não podia se desmascarar. Mas no momento eu me pergunto se algo do que falou foi real. Alguma coisa foi verdadeira?

- Tudo. Louis, tudo foi real, eu apenas... Meu nome é Harry Styles, eu tenho 23 anos e moro em Londres, eu sou agente desde os meus quinze anos, meu pai morreu em serviço e eu tive de me virar sozinho. Meu primeiro amor foi um agente que largou tudo e sumiu da minha vida. Eu- Eu me apaixonei perdidamente por você e eu não quero mentir nunca mais.

- Eu não sei se acredito em você Harry - ele disse arrumando o cobertor em volta de si, então abaixou a cabeça - talvez um dia nós possamos tentar algo de verdade. Talvez um dia eu te encontre e pergunte quem você é e será apenas... Você. Eu te amo, não duvide disso. Apenas não confio em você.

- Tudo bem, eu- eu entendo - Harry estava com uma voz de choro inegável.

- Hazzy... - ele arregalou os olhos ao perceber o apelido que saia tão automaticamente de sua boca.

- Está tudo bem, Louis. Eu- Eu vou- vou falar com o Liam.

Ele rapidamente saiu dali pra esconder as lágrimas que escorriam pelo seu rosto mesmo sem querer. Aquilo estava doendo muito, ele estava perdendo a pessoa que mais amou em sua vida e a única em quem confiou pra se entregar. Ele queria o Louis e mais que isso. Queria viver com ele.

- Dinah? - ele chamou já se aproximando dela.

- Sim, querido? Oh meu Deus, você está chorando. O que houve?

- Não- não é nada. Você tem contato com a Normani, certo?

- Sim meu amor, eu tenho.

- Pode me colocar no facetime com ela?

- Claro. Só um minuto que eu vou procurar onde está meu celular.

•••

Quatro dias se passaram desde que tudo fora revelado para poucas pessoas, mas aquilo foi extremamente significativo para Harry, que estava com tudo pronto pra ir embora. Ele andou pelo quarto tocando em seu guarda roupa maravilhoso. Sim, certeza que seria o que mais ele sentiria falta. A cama confortável que ele passava noites com Louis ali, abraçados apenas assistindo um filme bacana. A TV que-

- Mas o que- - ele viu algo no chão e se abaixou para pegar. O colar de avião de papel estava ali, debaixo de um sueter que Louis havia esquecido. Na correria do dia a dia, a peça fora chutava pra debaixo da cama e assim, o colar foi junto.

Pensou em um motivo para não ir até a casa do menor, mas não encontrou algum. Apenas seria realista com Louis. Foi até a casa do garoto e deu um sorriso quando o mesmo abriu a porta com uma carinha de sono.

- Oi Lou.

- Harry? São duas horas da manhã, o que está fazendo aqui? - ele coçou os olhos e fez uma careta.

- Eu vim te devolver isso - ele entregou o colar.

- Eu não quero.

- Louis... Por favor. Guarde ou faça o que quiser, mas é seu.

- Harry...

- Eu te amo Lou. Eu nunca amei ninguém como eu te amo. Eu espero que saiba disso. Espero que saiba que apesar de tudo, com você fui eu mesmo, coisa que há muito tempo eu não era. E eu me orgulho desse cara de agora. E me orgulho de você.

- Hazz- - ele disse com lágrimas nos olhos.

Harry deu um beijo na testa do menor e se afastou rapidamente. Era isso. Estava na hora de ir embora. Foi pra casa, terminou de colocar suas coisas no carro e pegou seu rumo até Londres.

Enquanto isso, Louis estava sentado em casa sem conseguir pregar os olhos. Sim, ele estava confuso. Harry o deixava assim, sempre. Ele amava aquele homem, mas não conseguia aceitar a mentira que ele contou. Todas as noites que perderam, todas as palavras mal ditas e todas as mentiras contadas serão coisas jogadas ao vento? Talvez fossem, porque eram três horas da tarde quando ele se vestiu e foi andando até a casa de Harry, onde ele bateu três vezes e ninguém atendeu. Preocupado, ele abriu a porta e pra sua supresa estava destrancada. Ele entrou no lugar e procurou por todos os lados, mas ao chegar no quarto dele e não encontrar mais nenhuma roupa, ele caiu no chão aos prantos, sentindo uma dor no peito... Saudade, remorso e amor. Era o que ele sentia. Ele queria o Harry, apenas isso.

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