Cap 4

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Joe

Não sei o que está acontecendo comigo. Primeiro não consigo parar de pensar nessa mulher desde o dia que ela entrou na minha sala, e agora faço papel de idiota, simplesmente porque ela passou a língua nos lábios. Se eu não saísse daquela sala eu acabaria agarrando ela e a beijado até me cansar. Já disse que não me envolvo com minhas assistentes. Mas isso nunca aconteceu antes. Preciso sair e me acalmar.

Na sexta, quando fui na boate, não consegui sair com nenhuma mulher, porque não conseguia tirar da cabeça a imagem de Julie sentada na minha frente no escritório com aquelas pernas cruzadas.

Passo pela recepção e peço pra Norma cancelar todos os meus compromissos.

- Mas, senhor Joe, o que faço com a nova assistente?

- Pode dispensar ela. Diga para ficar pronta as oito da noite que tenho um jantar de negócios e preciso dela. Pegue o seu endereço e diga que um carro vai buscá-la. Avise também que é um jantar informal, assim ela saberá como se vestir. Depois passe o endereço ao meu motorista e peça para ele me buscar primeiro.

Saio enquanto Norma acaba de anotar na agenda tudo o que eu falei. Ela consegue acompanhar tudo que falo. . É a prática, já que faz quinze anos que ela está na empresa. Já trabalhava para o meu pai.

Quando penso no meu pai, me lembro que é seu aniversário no próximo domingo e sou obrigado a me deslocar até o Rio de Janeiro para uma festa idiota que ele organizou em um iate. Meu pai é o ser mais excêntrico que já conheci. Ele acha que o mundo gira ao seu redor e se ele diz que tenho que ir, mesmo com 28 anos idade, isso soa como uma ordem dada a uma criança.

Vou para o meu apartamento e passo a tarde trabalhando no computador.

Quando anoitece, tomo um banho de meia hora para relaxar e me arrumo para o jantar. Não tem nada de negócios para resolver, mas preciso ver a Julie fora do ambiente do escritório para entender o que sinto ao lado dela.

Sete horas o celular toca e vejo que é o meu motorista.

- O que houve, Rubens? Ainda está cedo para irmos.

- Desculpe, Joe, mais você pediu para te buscar antes e o endereço em que devo buscar a outra pessoa fica a mais de uma hora de carro daqui. Isso se não pegarmos trânsito. - eu não tinha pensado nisso. Meus funcionários sempre procuram um local próximo ao trabalho para morar.

- Está certo, Rubens, estou descendo.

Depois de dez minutos já estamos dentro da Land Rover a caminho da casa de Julie. Enquanto estamos a caminho, busco no celular um local mais próximo à casa de Julie para jantarmos. Opto por um restaurante japonês muito bem recomendado na internet, já que os que eu frequento ficam longe de lá e acabaríamos perdendo a noite dentro do carro.

Rubens para o carro em uma rua sem saída, em um dos bairros mais perigosos de São Paulo. Para completar, o prédio que está no endereço é horroroso. Muito antigo e não tem portaria. Então ligo para Julie saber que já estamos esperando.

- Já estou descendo. - ela avisa.

Depois de alguns minutos, ela aparece e fico encantado com a visão. Está vestida com um simples vestido azul e sapatilhas. Seus cabelos ainda estão unidos e os cachos caem sobre seus ombros. Ela está com pouca maquiagem. Tão diferente das mulheres que saem comigo, sempre tão cheias de joias, roupas caras e rostos carregados de pintura. Essa simplicidade de Julie me encanta.

- Boa noite. - ela diz, e quase não consigo responder quando sinto seu cheiro. - Me desculpe, talvez não esteja vestida adequadamente e não tive tempo de secar os cabelos. - se justifica.

O doce sabor da vingança  ( degustação) Where stories live. Discover now