Cap 6

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Joe

Não sei se estou exagerando, mas eu senti tanta raiva de Julie ontem... Raiva por deixar que uma mulher mexesse tanto comigo e me deixasse tão frustrado por causa de um simples beijo. Eu não estou me reconhecendo. Preciso sair, me encontrar com alguma mulher e resolver esse problema urgente. Precisei de horas no banheiro me aliviando sozinho para dar conta de dormir.

Quando vejo ela digitando que nem louca para terminar a tempo, fico com um pouco de pena, bem pouco.

- Julie, quando você terminar, preciso de outro favor. Vou sair e deixar em cima da minha mesa alguns telefones de amigas minhas. Liga e descubra qual está disponível pra sair comigo hoje. Marque às oito. Avise que vou buscá-la.

Sinto que ela empalidece e me olha.

- Você quer o que? - ela pergunta confusa, sem entender.

- Quero que você ligue e arrume alguém disponível pra me satisfazer hoje. Ou você não sabe que a função de uma assistente pessoal é telefonar para resolver algumas questões? – digo, abrindo um sorriso.

- Me desculpe, na verdade eu sei da minhas funções. Pode deixar, eu ligo assim que terminar. - ela diz, tentando parecer tranquila, mas é traída quando coloca as unhas na boca e começa a roê-las.

- Na verdade, acho que vou esperar. Ligue agora, depois você termina de digitar.

- Qual é o seu problema? Você quer me humilhar, é isso?- ela grita.

- Não. Estou pedindo apenas que você cumpra seus deveres no serviço. Nada mais que isso. Mas se isso te incomodou tanto, posso pensar em sair com você esta noite, sem problemas. Claro, se você estiver disposta a me satisfazer. - me aproximo e encosto minha mão em seu queixo.

- Fala, Julie, você quer que eu te peça um beijo, então eu peço, me dá um beijo antes que eu enfarte de tanto desejo.

Então ela me puxa e me beija. Não é um beijo calmo, é voraz, cheio de fúria, ela puxa meus cabelos, morde meus lábios, e eu? Eu vou pro céu e não quero mais voltar de lá. Quando ela tenta se afastar, eu a puxo de volta, colando seu corpo no meu, e não consigo parar de beijá-la.

Meu corpo todo arde e ela treme em meus braços. Sem pensar onde estou, deslizo minhas mãos por suas pernas e acaricio os seus seios por cima do vestido. Beijo seu pescoço e começo a descer, mas assim que faço isso ela se afasta. A visão mais linda que posso ter na vida. Sua boca e seu pescoço estão vermelhos, seus cabelos despenteados e a cara de assustada.

- Isso... Isso não está certo. O que estamos fazendo? - ela pergunta.

- Nós? Beijando, agarrando, dando uns amassos, como você preferir chamar.

- Você é louco. Preciso pensar, pensar. Por favor, me deixa sair, depois posso repor as horas que perder de serviço. - ela pede e seu olhar é de súplica.

- Calma, Julie, fugir do que você está sentindo não vai melhorar. Você pode sim ir pra casa, mas deixa eu te levar. Assim conversamos para você se acalmar. Juro que não encosto um dedo em você. Talvez a mão inteira, mais um dedo jamais. – digo, fazendo uma piada, mas, por sua cara de espanto, ela não acha graça.

- Só estou brincando. Fala alguma coisa, estou ficando preocupado.

- Tudo bem. - ela diz

- Tudo bem o quê? Esqueceu daquela nossa nova regra? No mínimo três palavras, lembra?

- Tudo bem, Joe, pode me levar para casa. - ela assente, mas vejo em seus olhos a canseira, talvez não física, e sim emocional. Alguma coisa me diz que preciso cuidar dela. Mas o problema é que não sei nem cuidar de mim. Não sei nem o que é um relacionamento de verdade, sempre estrago todos antes de se tornarem um relacionamento.

O doce sabor da vingança  ( degustação) Where stories live. Discover now