Cap 12

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Joe

Não dá para acreditar que quando consigo conquistar a Julie e finalmente tenho a chance de ir para a cama com ela, sou obrigado a ir aonde mais odeio: a festa do meu pai. Um lugar onde a falsidade e uma elite que se acha melhor que outros prevalecem.

Julie está quieta e percebo que está assustada. Mas eu juro que mato qualquer um que a magoar.

Percebo que o motorista não está indo rumo ao píer e pergunto:

- Aonde estamos indo, Jonny?.

- Seu pai deve ter esquecido de te avisar, Senhor, mas a festa mudou de local, vai ser na casa do seu pai. A lista de convidados foi ficando grande e não iam caber todos no barco.

- Que ótimo, mais pessoas chatas para aguentar. - resmungo.

- O que disse, Senhor Hesgher? – o motorista pergunta.

- Nada, só disse que estou ansioso para chegar lá, amo essas festas. - digo ironicamente.

Quando chegamos perto da casa, a movimentação é intensa. Fico admirando a residência com todas as luzes acesas. Não me canso de olhar. Meu pai teve muito bom gosto e gastou uma fortuna na mansão que pega um quarteirão de um dos condomínios mais luxuosos do Rio. De arquitetura moderna e ampla área de lazer, demorou cinco anos para ser finalizada.

O motorista nos deixa na portaria e já somos barrados, porque Julie não está na lista de convidados.

- Eu sou filho do aniversariante, e se você não sair da minha frente agora não vai sobrar nem um pedacinho seu para contar história.

- Joe, que é isso? Você ficou louco? - Julie diz, me reprovando com o olhar, enquanto o segurança dá espaço para entrarmos.

- Ai, não suporto isso. É aniversário do meu pai, o nome de quem me acompanha não precisa estar em uma lista. Ele está cansado de saber disso.

- Acho melhor você tentar se acalmar, ou então vai brigar até com os mosquitos hoje.

- Na verdade, só uma coisa pode me acalmar hoje. – digo, puxando ela para perto de mim e beijando sua boca.

- Para, Joe. - ela se esquiva. - Qual parte do "vamos ser amigos" você não entendeu? Não quero que as pessoas fiquem falando, seus pais nem me conhecem.

- Ah, baby, se eu pudesse não deixaria eles te conhecerem nunca.

Enquanto conversamos, seguimos para o jardim, que está repleto de mesas redondas, todas enfeitadas com toalhas pretas e arranjos de rosas vermelhas. Um palco foi montado no meio do jardim, onde uma cantora se apresenta com uma orquestra.

Enquanto procuro por nossos nomes nas mesas que têm seus lugares marcados, tenho que parar a todo instante para cumprimentar os conhecidos. Julie vem atrás de mim e parece bastante deslocada.

Essas festas geralmente são muito reservadas e meu pai convida os amigos mais próximos. Mas hoje ele extrapolou e deve ter umas duzentas pessoas aqui.

Vejo meu pai de longe, acompanhado de minha mãe, que está linda como sempre, não aparentando seus 56 anos de idade. Ela está elegante em um vestido preto e seus cabelos lisos estão presos por alguns grampos de brilhantes.

- Aqueles são meus pais, Julie. - aponto para ela os reconhecer.

- Me diga uma coisa, Joe, sua mãe também é como seu pai?

- Ela é bem diferente, mas sempre é sufocada por ele e, para agradá-lo, acaba sempre concordando ou não discutindo. O que a faz ter o mesmo valor, porque se meu pai disser que não sirvo para nada, mesmo que não seja a opinião dela, ela nunca discorda. Simplesmente se omite.

O doce sabor da vingança  ( degustação) Where stories live. Discover now