Cap.2

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Fernando

Observei Elisa entrar em casa com um sorriso no rosto, foi difícil não sair sorrindo também, enquanto caminhava para casa. Diminuí meus passos de propósito, pois sabia que me fariam perguntas sobre onde estava, já que eu costumo ir direto pra casa depois da reunião com os jovens da igreja. Principalmente minha querida irmã, que desde o último domingo tem enchido meu saco com relação a Elisa.

Mas, pensando bem, eu senti mesmo uma ligação com Elisa, uma do tipo que não saberia explicar. Isso tem me deixado confuso, só Deus sabe quantas vezes apaguei mensagens que queria enviar pra ela durante a semana. Não foi à toa que meu coração pulou de alegria quando ela sugeriu estender nosso contato. Levando em consideração o que Elisabeth falou, jamais fui tão receptivo com alguém como tenho sido com Elisa. E, eu simplesmente não conseguia manter a boca fechada perto dela. Então, eu me lembrei que a convidei para passar o aniversário dela comigo. Só comigo. Aonde eu estava com a cabeça?

Parei de caminhar. 

Aquilo era um encontro?

Não, não. Balancei a cabeça para afastar esse pensamento. Seria muito idiota pensar que comemorar seu aniversário comigo era um encontro. 

Mas, mesmo quando parei de pensar nisso, meu coração estava ansioso pra vê-la novamente.

Respirei fundo e entrei em casa.  Meus pais estavam abraçados no sofá, assistindo televisão. Parei ao lado deles, apenas por um momento, para dar um beijo em minha mãe.

— Você demorou — afirmou, mais parecendo uma pergunta.

— Sério? — Me fiz de desentendido. — Estava só dando uma volta... — Olhei para a televisão, evitando o olhar questionador de meus pais. Eles estavam assistindo Titanic pela segunda vez naquela semana.

Meu pai sussurrou alguma coisa em seu ouvido e mamãe sorriu me olhando. Eu ri junto, mordendo minha língua para não falar nada. Sem querer saber o tipo de brincadeira que meu pai tinha feito, mesmo desconfiando que era em relação a Elisa, saí em direção ao quarto de Elisabeth. Se dependesse de minha irmã, eu ainda ouviria muitas piadas a respeito da minha gentileza com a nova conhecida.

— E aí, alpiste — entrei, notando que ela já estava em casa porque a porta estava aberta.

Ela fez uma careta e fechou o livro que estava lendo, depois pegou o travesseiro e jogou em mim, mas desviei antes que chegasse em meu rosto. Então peguei e joguei nela, enquanto me jogava em sua cama.

— Como está o Pedro? — perguntei, lendo o título do livro que ela deixou de lado. — Sem coração. Esse é novo... é sobre você?

Ela riu e pegou o livro de minhas mãos, colocando em sua estante, ao lado de tantos outros que colecionava.

— Bem melhor, já está em casa. Só teve alguns arranhões e um braço quebrado.

— Beleza, então. Vou cancelar com o dono da funerária. — Levantei, ouvindo ela me chamar de idiota.

— Espere, senta aqui, quero falar sobre uma coisa — pediu, antes que eu fechasse a porta, somente para pirraça-la, então sentei novamente. — A reunião terminou agora? Tão tarde? Normalmente acaba mais cedo — perguntou desconfiada.

—Não — respondi. — Era só isso? — Levantei novamente, pronto pra sair, mas ela me puxou com força. Ela era pequena, mas as vezes me assustava com a força dela. 

— Então onde o senhor estava? — perguntou, mas não respondi. — Se você não me falar vou contar ao papai que usa o perfume dele.

A encarei com um olhar acusatório. 

O Amor que vem de Deus (Completo - Em revisão)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن