Cap.9

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** Aviso de gatilho: cenas de crise de pânico e violência física.

Elisa

﹘ Hum... ﹘ Fernando se aproximou de mim e eu senti meu coração acelerar. ﹘ Ficar pensando em você conta como ocupação?

Dei um sorriso antes de falar.

﹘ Não, mas você pode fazer isso enquanto me ajuda a estudar.

Reuni toda a coragem que tinha pra responder Fernando sem evitar o assunto. Eu sabia que algo estava acontecendo entre a gente e gostava disso, mas ainda não tinha tomado nenhuma posição a respeito. Passei a terça-feira planejando como entraria nesse assunto e quando ele estava prestes a ir embora precisei convence-lo a ficar.

No entanto, mal abri a porta e já tinha me arrependido de ter feito isso.

Havia um homem desconhecido no sofá, totalmente nu, suas mãos estavam em suas costas parecendo estarem amarradas. Minha mãe estava seminua dançando na frente dele. Os dois olharam pra mim assim que meus olhos os encontraram. Entrei em choque imediatamente e fiquei sem saber o que fazer. Fernando me puxou pra fora fechando a porta assim que o rapaz levantou e correu escada acima.

Seus olhos me olharam preocupados. Comecei a tremer, temendo o que viria a seguir, quando minha mãe decidisse me punir de alguma forma. Senti como se meu peito estivesse fechando. Segurei o braço de Fernando e apertei, enquanto eu me encostava na parede ao lado da porta, tentando sugar o ar. Eu sabia o que era, não era a primeira vez que eu tinha uma crise de pânico.

Fernando puxou meu rosto, me forçando a olha-lo. Ele falou alguma coisa, mas não consegui discernir as palavras quando comecei a sentir uma dor no peito. Poderia facilmente achar que era um infarto, se eu já não tivesse passado várias noites me sentindo assim.

﹘ Respire fundo. ﹘ Ouvi sua voz. ﹘ Olhe pra mim, respire comigo.

Observei ele fazer um movimento de respiração. Inspirou. Inspirei também. Segurou o ar, fiz o mesmo. Então soltamos o ar juntos. Fizemos esse exercício algumas vezes antes de eu começar a sentir o ar entrar normalmente em meus pulmões. Ainda estava tremendo, no entanto, e ele puxou minhas duas mãos e as colocou sob seu peito, senti seu coração acelerado.

﹘ Não pense outra coisa, apenas sinta meu coração. Preste atenção apenas nisso, ok? Estou aqui com você, não vou a lugar nenhum.

Fechei meus olhos e passei acompanhar o ritmo de seu coração, tão acelerado quanto o meu. Preocupação? Ansiedade? Medo? Toda vez que eu me aproximava o bastante pra sentir o ritmo era sempre esse.

Ele se aproximou e colocou os dois braços ao redor de minha cintura, encostando sua testa na minha. Quando ele fez isso, seu coração acelerou mais um pouco. Eu estava mais calma, mas ele não.

Levantei meu rosto para olha-lo e ele me encarou de volta, sua respiração se alterando. Ele buscou os meus olhos e seu olhar desceu para minha boca. Senti um frio na minha barriga quando senti seu hálito quente em meu rosto. Não fizemos mais nenhum movimento.

﹘ Você está... nervoso? ﹘ Me arrisquei em perguntar. Ele só balançou a cabeça de leve, confirmando. Inclinei meu rosto um pouco, sem me afastar, ele acompanhou meus movimentos sem se mexer. ﹘ Por que?

﹘ Elisa... ﹘ Sua voz saiu em um sussurro e seus braços me apertaram.

Quando ele fez isso, fiquei na ponta dos pés e levei a palma de uma das minhas mãos para seu rosto enquanto a outra permanecia em seu peito. Então, uma de suas mãos saíram de minha cintura e segurou de leve o cabelo próximo a minha nuca, levantando meu rosto na direção do seu. Esqueci o motivo que nos levou a estarmos ali, a dor já havia passado e sobrou apenas nossas respirações aceleradas, enquanto nossos lábios estavam a centímetros um do outro. Ele mordeu os dele e eu quase me perdi na vontade que tive de toca-los.

O Amor que vem de Deus (Completo - Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora