O Amor que vem de Deus (Completo - Em revisão)

Bônus - Elisabeth

Elisabeth

Meu relacionamento com o Pedro estava indo perfeitamente bem, tenho certeza que foi Deus quem fez ele para mim. Ele me faz feliz, me completa, ao seu lado me sinto verdadeiramente bem.

Nos conhecemos quando eu ainda tinha 16 e nenhum dos dois era convertido. Estávamos em uma festa que havia drogas, bebidas com muito álcool e outras tentativas de sentir prazer que não sinto necessidade de citar. Eu era daquele tipo de pessoa que gostava de ficar até o final do show, e quando acabava era possível ver todos os tipos de embalagens em todo o canto.

Lembro que minha mãe chorava muito porque eu era indomável, meu pai só faltava me matar. Não havia nada que pudessem fazer para me tirar daquilo. Eles nunca me deram nenhum mal exemplo, mas não consegui evitar querer viver de tudo enquanto crescia. Nunca me droguei ou bebi, mas eu estava no meio disso tudo, ficava difícil de acreditar que eu não praticava nada, mas acreditassem ou não eu só queria curtir.

Foi em uma dessas festas que eu o conheci, nos beijamos algumas vezes e trocamos números, na primeira semana conversávamos o tempo todo. Depois, preferimos sair juntos que com nossos amigos, isso diminuiu nosso ritmo de festa e eu já não sentia tanto prazer em participar de coisas do tipo. No meu aniversário de 17 anos ele me pediu em namoro e eu aceitei. Fiquei exultante depois de passar meses com o título de ficante. Eu estava completamente caída por ele e na semana seguinte o apresentei para minha família. 

Eles se deram muito bem com o Pedro, devo dizer. Principalmente porque ele sempre foi uma pessoa muito direita e compromissada com sua família.  Meus pais perceberam que desde que nos conhecemos eu havia mudado muito, mas saber que meu namorado já tinha frequentado algumas igrejas certa vez no passado deram muita esperança pra eles.

Então foi assim, um dia estávamos conversando e meu irmão convidou Pedro a ir à igreja. Eu sempre fui muito resoluta sobre isso, nunca gostei do ambiente, mas meu namorado aceitou de imediato e desde então crescemos juntos tanto emocionalmente quanto espiritualmente. Hoje consigo olhar para trás e ver o quanto eu era imatura por tentar conseguir prazer em coisas fúteis, que não serviam pra acrescentar nada em minha vida.

E foi isso. Não é uma história de amor com grandes obstáculos que precisamos superar. O nosso maior obstáculo mesmo foi lidar com a personalidade do outro, mas isso melhorou conforme criávamos intimidade com Deus.

Hoje, comemoramos cinco anos de namoro. Meu irmão já tinha ido embora com a Elisa, e meus pais foram depois. O Fernando chegou estranho do piquenique com a Lis, sorrindo e sem falar com ninguém, porém o senti pensativo ao entrar em seu quarto e logo depois teve uma crise de estresse.

 Coloquei nas mãos de Deus, pedindo que acalmasse o coração dele, porque se dependesse de mim já tinha resolvido tudo pra ele, mas obviamente Fernando não precisava de minha ajuda.

— Você está pensativa... — Pedro me cutucou enquanto caminhávamos sozinhos com as mãos entrelaçadas.

— Cinco anos — falei sorrindo.

— Amo você — declarou, com um sorriso bobo. 

Eu ficava extremamente feliz quando ele me olhava daquele jeito, sempre me lembrava do início de nosso relacionamento.

— Amo você — respondi.

— Preciso te levar a um lugar.

— A essa hora? — estranhei. Sempre fazíamos o mesmo caminho quando saíamos da igreja aos domingos. Fiquei inquieta enquanto dobramos a esquina e entramos em um beco meio escuro, desviando do caminho de casa.

— Relaxe, já falei com seus pais. — Ele deu um sorriso travesso. — Confie em mim, linda.

Quando terminamos de atravessar o beco, paramos em frente a um estabelecimento. Ele quebrou a janela do que parecia ser um restaurante e eu me assustei.