Estresse maldito

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Eu olhei para o poço. Corri até ele. Alguma coisa me levava lá, mas ao olhar poço adentro, tudo que encontro é meu mísero reflexo. Nada agradável, aliás. Meu vestido, que antes era bege, já estava marrom de correr na floresta e esbarrar em árvores e arbustos. Meus cabelos, estavam cheios de nós, secos e volumosos. Meus olhos estavam pequenos, demonstrando que eu havia dormido mal. Mas nada disso importava. Eu só queria saber de Peter. E de como ajudar ele.
Sem perceber, comecei a chorar. Não era um choro desesperado, mas as lágrimas começaram a cair, e eu mal sabia o porquê. Tudo bem, eu já estava acostumada com isso. Sempre fui uma chorona nata.
Depois de um tempo, meus pensamentos que estavam bagunçados e cheios de vozes falando por todos os lados, começaram a sair. Quem me visse me chamaria de louca. Eu estava falando tudo e começava a chorar. Depois eu me perguntava " Por que estou fazendo isso?" E eu mesma me respondia. Mas uma hora, tudo se acalmou. Só o meu choro continuava ali. Agora, ele era forte de soluçar. Me apoiei no poço.
-Peter, tudo que eu queria era saber como te ajudar. Me de uma dica, um sinal, por favor- eu olhava para o meu reflexo, como se isso ajudasse. Minhas lágrimas pesadas caiam.Quando fechei o olho e senti a lágrima escorrendo enquanto eu repetia " Por favor, por favor". Pude até ouvir a lágrima batendo na agua do poço. Então, abri os olhos. Para minha surpresa, a água do poço começava a rodar, em caracol. A água havia escurecido e ficado meio roxa. Num círculo que a água formou, comecei a ver uma imagem se formar, como um pergaminho. Me aproximei um pouco mais, tentando definir aquilo. Estiquei o meu braço, algo me dizia que era real e...
-WENDY!!!
Do fundo do meu coração, alguém poderia me explicar como o universo conspira para que alguém sempre apareça na melhor parte? O dono da voz era Henry. Aquele menino só podia estar me seguindo. Olhei pra ele desanimada.
- Você está bem? O que aconteceu? Se eu não tivesse chegado a tempo você cairia no poço e ...
Ele continuou a falar, mas eu não escutei. Minha cabeça estava muito cheia. Eu só pensava naquilo, no que era, como conseguir de volta. Podia ser algo importante! Saí andando, para refrescar a minha cabeça. Henry me seguiu, sem parar de falar.
Eu só queria um pouco de espaço, pra mim poder pensar no que quisesse. Henry era um menino legal mas as vezes era tão... chato!
Quando chegamos, Miguel, João e todos os outros correram me abraçar.
-Irmãzinha, estava preocupado! -disse Firula
-Eu já ia correr atrás de você, mana!- falava Bico
-Nunca mais nos preocupe! - gritava raivoso Magrelo
Mas eu já tinha perdido a paciência
-Parem! Eu não aguento mais essa superproteção de vocês! Vocês falam como se fossem superiores! Todo mundo aqui foi uma criança mandada e sem noção, e agora ficam aí todos orgulhosos por terem subido de cargo e estarem no papel de mandar . Vocês são nojentos. Emma e os outros deveriam ter deixado vocês na Terra do Nunca. Vocês nem ao menos são meus irmãos de verdade! Eu odeio vocês!
Assim, saí correndo chorando de raiva. Sem rumo, sem lar, sem porto seguro. Sem ser seguida por ninguém.
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-Bela narrando
Ninguém estava na biblioteca, então li um livro a sós. Quando achei, em um dos capítulos, uma coisa interessante. Falava sobre o Senhor das Trevas. O que aconteceria se ele morresse de outro modo, sem a adaga.Como o veneno ou se ele matesse a si mesmo.
"A maldade do Senhor das Trevas flutuará a procura de alguém. Se alguém se oferecer para ser o Senhor das Trevas, será . Se isso não acontecer, a adaga escolhe alguém propenso a raiva/maldade, mesmo que por um momento"

- E se for uma maldade tão grande como a do Senhor das Trevas...talvez a maldade de Pan tenha o mesmo efeito. Está por aí, esperando alguém se estressar....para que possa tomar conta dessa pessoa.
Sussurrei assustada pra mim mesma.

OUAT In Never, Neverland♡Where stories live. Discover now