.Velho Pan

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Abri meus olhos e estava apoiada na minha janela em Londres. Foi ali que eu cai no sono. Droga, eu preciso ver como as coisas estão. Voltar pra Terra do Nunca, Storybrooke ou... ah, não sei mais de nada. Eu estou muito confusa.
Decidi descer as escadas e tomar um gole de água. "Água com açúcar, acalma", disse minha alma de criança que ouviu isso alguma vez. Minha alma de criança. Foi aí que eu percebi. Eu estava ingênua, infantil e leve. Pra ter certeza, tentei me mover de um lugar pro outro, com o poder da mente. Não adiantou. Eu não tenho mais a magia ou a maldade de Peter.
Voltei correndo pra minha janela, abri ela com força, por causa da ansiendade, e senti meus cabelos voarem ao sentirem o vento forte de repente. O céu estrelado. O vento. A noite estava propensa pra sombra vir, eu diria. Olhei pras duas estrelas que brilhavam forte, na constelação de Pan. Não demorei muito tempo pra encontrá-las. E com os olhos fixos na segunda estrela á direita, eu disse "Eu acredito, Peter". Fechei meus olhos com força, e quando abri novamente, um menino loiro flutuava na minha janela, sorrindo. Eu sorri alegremente também, e o puxei pela mão. Ele me abraçou. "Obrigada, Wendy", ele sussurrou no meu ouvido.
"Não era mais do que minha obrigação, voltar a acreditar" eu disse de volta. Ele pareceu meio nervoso, mas não disse nada. Certamente, ele estava se readaptando a ter a magia, a maldade. Eu estava estranhando na verdade. Eu estive com a maldade de Pan no meu corpo, e dar um abraço em alguém, pra ele era... algo inapropriado. Ele tinha total bloqueio com abraços, ou coisas assim, sentimentais. E nem fui eu que abracei ele, ele que me abraçou.
-Você parece mudado.
-Isso é ruim?
-Não, só... eu não sei. Parece muito diferente do que eu esperava.
Ele riu e se soltou do abraço. Deitou no ar á flutuar pelo meu quarto."Eu senti falta disso. A magia sobre mim. Mas, sabe, eu não posso ficar aqui. Tenho que ir pra Terra do Nunca."
-Por quê?
- Porque esse mundo não é mágico o suficiente pra aguentar a magia de alguém que não pode mais crescer e, consequentemente, não pode mais morrer.
-Não pode...morrer?
Peter desceu do ar. Olhou pra mim surpreso. Ele achava que eu sabia. Mas eu não sabia.
-É Wendy. Você me libertou da morte. Me tornou o que eu sempre quis ser: um deus. O deus de Neverland.
Eu não sabia o que sentir.
-Olha eu estou sendo sincero. Eu realmente pensei que você sabia disso. Mas sabe, Wendy, esse tempo sem magia me mudou. Eu posso te-la recuperado a pouco, mas eu não vou mais sair por aí arrancando corações de crianças inocentes. Sério.
Olhei pra ele preocupada. E o que isso significa? O que vai acontecer com você, Pan?
-Nada Wendy. Eu só quero viver na minha Terra. Morar lá, viver lá, fazer o que eu sempre quis. Brincar com quem sonha e nunca mais crescer. Eu não vou mecher com ninguém do que você chama de mundo real.
-Então você só vai ficar na Terra do Nunca e nunca mais crescer ou morrer? E eu fiz isso? É, simples.
-Qual é, não é tão ruim assim. Eu vou ficar na minha, Só... brincando e sonhando. Você não criou um monstro, só um...
-Deus.Claro, estou tudo bem com isso.
-Sério?
-NÃO! Pra mim uma coisa sobrenatural que não morre e eu transformei em um deus pagão é sim um monstro!
Peter ficou parado me olhando. Ele não expressava nenhum sentimento e eu estava perdidamente arrependida do que eu disse, mas estava esperando a reação dele. Como eu imaginei. Ou ele realmente não estava triste, ou ele sabe esconder sentimentos. Ele não disse nada. Só me observava com os olhos que mais me apavoram e ao mesmo tempo mais me acalmam. E quando eu jurei ver aqueles olhos brilharam, como se uma lágrima estivesse teimando em cair, ele desapareceu pra algum lugar.

OUAT In Never, Neverland♡Where stories live. Discover now