Capítulo 4

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No dia seguinte tive que acordar cedo, já que também trabalhava no sábado. Summer, como era de praxe, também acordava na mesma hora que eu, pra tomar café junto comigo.

- Você quer panqueca, torrada, cereal...? - perguntei assim que sentamos a mesa.

- Panqueca! Não... Espera! Quero cereal.

Durante nossa refeição, Summer tagarelava animada sobre tudo e eu só ria, comentava uma coisa ou outra, e admirava aquele pingo de gente que enchia meu coração de amor.

- Que tal a gente ir ao zoológico amanhã? - propus.

Ela me olhou maravilhada.

- Vamos, mãe!

- Mas a gente só vai se você comer tudinho, e me prometer que vai comer a fruta da tarde, e não vai enrolar sua tia.

- Prometo. - esticou a mão na minha direção e entrelaçamos o dedo mindinho.

Deu uns pulinhos na cadeira e eu apontei com a cabeça pra o seu prato, o qual ela voltou à atenção. Depois que ela terminou o café e eu lavei a louça, tomamos banho e trocamos de roupa. Acordei Erin, que ficava com Summer aos sábados, e ela me ofereceu uma carona até o trabalho.

- Erin, por favor, não deixa a Summer te enrolar. - avisei quando Erin estacionou na frente do restaurante. - E Summer, se comporta.

- Ai, Ana, deixa de ser chata. - Erin bufou. - Desde quando a Summer me enrola?

A olhei com a sobrancelha arqueada.

- Você jura que quer que eu comece a falar? Tenho certeza que a gente não sai daqui hoje.

- Eu não tenho culpa se sua filha me olha daquele jeito!

- Você é a adulta!

- Olhinhos de cachorro que caiu da mudança, Ana, não tem como eu dizer não!

- Por que eu ainda deixo você cuidar da minha filha? Eu ainda não consigo acreditar que eu deixo a Summer com outra criança.

- A gente ainda vai pra o zoológico amanhã, mãe?

- Claro que a gente vai, a gente tem que deixar sua tia na cela dela.

- Ei! - Erin me deu uma tapinha no braço.

Eu ri e Summer perguntou confusa:

- Por que ela vai ficar na cela?

- Eu não vou ficar na cela, Summer, sua mãe é uma idiota. - me mostrou a língua e eu ri.

- Minha mãe não é idiota.

Gargalhei e Erin olhou pra criança ultrajada.

- Summer, você devia me apoiar. - reclamou.

- Minha filha, né, amor, tem que me defender.

- Summer, pode esquecer o sorvete que eu ia te dar hoje quando a gente saísse daqui.

- Não, tia!

Olhei pra o relógio e vi que estava na hora de entrar.

- Você não vai dar sorvete às oito e meia da manhã pra ela. - avisei e saí do carro.

Abri a porta de trás, onde Summer estava sentada na cadeirinha.

- Eu quero tomar sorvete.

- Amanhã você vai tomar um bem gostoso.

- Mas eu não quero esperar amanhã, fiquei com vontade de tomar agora.

- Você tá atrasada. - Erin lembrou.

4 Years of StruggleWhere stories live. Discover now