Capítulo 15

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- Não foi bem assim. – foi a primeira coisa que falei assim que escutei Jack dizer aquilo.

- Não foi bem assim? – repetiu desacreditado.

- Não. – rebati defensiva.

- Então como foi? – me desafiou.

Cerrei meus olhos em sua direção.

- Eu não vou falar sobre isso com você.

- Ah, claro que você não vai. Você nunca quer me falar nada, não é?

Cerrei os punhos do lado do meu corpo e respirei fundo.

- Não, Jack, eu não quero. Aliás, você não tem a ver com isso. – meu tom de voz foi final.

- Eu não tenho nada a ver com isso? Tem certeza?

- É, você não tem.

- Gente, eu acho melhor vocês conversarem lá fora. – Erin se intrometeu na nossa quase discussão.

Olhei pra os lados e percebi alguns curiosos nos dando segundas, terceiras e até quartas olhadas, o que me fez bastante autoconsciente da atenção que estávamos atraindo.

- Ótima ideia. – Jack falou.

Fui surpreendida ao sentir a mão dele pegar a minha e ele me puxar pra acompanha-lo enquanto fazia o caminho pra fora dali.

- O que você tá fazendo? – questionei incrédula.

Tentei soltar minha mão da sua, mas ele apenas segurou mais forte.

- Jack, me solta. – pedi tentando me soltar mais uma vez.

Ele não me respondeu, muito menos fez qualquer menção em me soltar, apenas continuou nos levando pra fora do lugar, driblando nossa passagem por entre aquele mar de gente.

Resignada por saber que não conseguiria sair daquela situação, o acompanhei sem luta pra onde quer que ele estivesse nos guiando, mas decidida a dar um basta naquele assunto.

Finalmente chegamos à parte de fora do museu e ficamos numa área mais afastada, onde não tinha quase ninguém. Jack parou à minha frente e me encarou, determinado a escutar todos os detalhes da história.

- Eu quero saber sobre tudo.

Arqueei a sobrancelha e cruzei os braços.

- E você acha que tem o direito de saber sobre tudo?

- Acho.

- Isso só diz respeito a mim, Jack, é a minha vida.

- E eu já te falei que eu também tenho uma parcela de culpa sobre tudo o que aconteceu, e você sabe que eu tenho direito de saber.

O contra-argumento de que ele esteve bastante tempo fora da minha vida pra ter qualquer direito sobre ela morreu na minha boca.

Eu estava cansada de brigar e jogar na cara dele o mesmo fato sem parar.

- Eu não quero falar sobre isso.

- E por que não?

Não respondi, apenas comprimi os lábios numa linha e balancei a cabeça negativamente.

- Por que não? – tentou novamente.

Tentei responder, mas não disse nada. Ao invés disso, olhei pra o lado e caímos no silêncio. No entanto Jack foi o primeiro a se pronunciar novamente:

- Ana.

Escutá-lo dizer meu nome foi o bastante pra me fazer olhá-lo novamente, mas senti todas as palavras se perderem na minha mente ao encarar aqueles olhos escuros e cheios de curiosidade, mas com uma boa parcela de raiva e culpa.

4 Years of StruggleWhere stories live. Discover now