Tratado dos Párias- Príncipe Caçador

Baile

Gente estou a quase ter um treco, postei o capítulo e quando fui ver só foi metade dele, já estou a me chatear com isso. Mas vamos lá, agradeço imenso a todos meus poucos mas fiéis leitores que acompanham essa história. E hoje finalmente vamos acabar esse baile, estou insegura com o capítulo e espero não decepcionar vocês!! Vamos lá e ótima leitura :D

Nicolae havia pesquisado e fuçado enquanto planejávamos tudo, leu e releu minuciosamente o código de conduta e encontrou uma brecha que agora salvaria minha sanidade ao dançar com Samuel.

Transferência dominial, ou popularmente chamada entre eles de "molho". Esse era um período de dois meses para a efetivação completa do pagamento do dote, e então Dimitri havia usado essa regra de forma diferente quando combinou meu noivado com Samuel, não receberia nada por mim. Não em espécie, mas eu teria dois meses de noivado sem que Samuel tivesse direito de me tocar. Segundo Dimitri ele queria ver se meu noivo me trataria bem e se saberia me tratar como uma principal merecia,  e também se era realmente isso ele que eu queria, e caso não fosse então depois dos dois meses ele receberia a quantia da multa equivalente a quebra do acordo. Pelo fato de nenhuma moeda sair de bolso de Samuel ele aceitou prontamente.

Então quando pegou minha mão eu repeti pra mim mesma muitas vezes enquanto o acompanhava que era apenas uma dança, que ele não poderia tocar em mim e quando chegamos ao centro todos os olhos do salão estavam nos noivos. A música iniciou ele sorriu pra mim e retribui com um sorriso casto, por sorte mantínhamos uma distância suportável e nossos corpos não se tocavam, ainda assim sentia arder minha cintura onde estava sua mão, meu coração batia rápido e senti o suor começar a se formar em minha nuca, na primeira pirueta Samuel falou.

—Tem um cheiro maravilhoso, ficarei muito feliz quando puder tê-la completamente em meus braços.

O cheiro de Salvia chegou forte ao meu nariz, sua voz e seus olhos era uma mistura perigosa para meu medo mal controlado evitei olhar em seus olhos, Eva havia me dito que era mais coisa da minha cabeça, para que eu não o olhasse com inferioridade que tudo daria certo, mas na teoria parecia mais fácil do que agora que a dança começava, ainda assim mostrei o melhor dos rostos, o sereno e feliz. 

A ansiedade fazia meu estômago revirar, queria saber o que sentiria se o encarasse se enfrentasse seus olhos de perto, olhei rapidamente para seu rosto, seu cabelo loiro de corte escovinha deixava seu rosto ainda mais cruel, o que eu sentia por ele ainda era forte, sentia vontade de arrancar sua mão de minha cintura e gritar para todos saberem o monstro que ele era e pedir justiça, se existisse alguma pessoa com humanidade ainda naquele maldito lugar que o fizesse pagar pelo que fez àquelas garotas, ainda assim respirei fundo não estava tão ruim quanto imaginei, a distância e a pouca conversa me ajudariam a vencer a musica.

Logo todos do salão perderam interesse nos noivos e também pegaram seus pares para dançar, e já sem sermos tão vigiados em uma de nossas voltas pelo salão ele arriscou ser mais ousado me puxando mais para ele, o cheiro de seu perfume não encobriu o seu cheiro natural de meu sensível nariz, sua respiração em minha testa me deu calafrios, seu hálito aromatizado com sálvia estava a me embrulhar o estômago.

Nicolae havia me dito que ele poderia agir dessa forma e que se eu ainda quisesse continuar tinha que ter uma fuga para isso, e uma ótima saída seria para pensar em coisas felizes, e assim fiz, não reclamei e nem rechacei sua aproximação, faltava mais da metade da dança eu aguentaria, era pouco tempo, mas então sua mão ficou mais exigente, me apertando a cintura, subindo e descendo devagar passeando pelas curvas, e ele se aproximou um pouco mais, sussurrando em meu ouvido como se eu estivesse ansiosa por aquele toque.

— No fim desse baile depois da última música selaremos nossa união com o beijo e então você não aguentará esperar dois meses meu amor para me ter dentro de você, e uma noite será pouco para eu me cansar.