Hábitos

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Todos os dias, ela acordava jogada em alguma boate ou casa de amigos, até mesmo desconhecidos, com uma ressaca de matar.
Depois de abrir os olhos, ficava alguns minutos tentando se lembrar de onde estava e logo procurava um banheiro para lavar o rosto.
Ia para casa, e enquanto devorava diversos pacotes de biscoitos e salgadinhos, Pensava na vida que estava levando há algum tempo. Noitadas, boates e diversos "amigos". Isso pode parecer a vida perfeita para várias pessoas, mas quando a solidão batia, a garota só queria beber.
Da bebida fez seu refúgio para esquecer da sua realidade, da sua solidão e da tristeza que ela vivia diariamente.
Nunca teve problemas com dinheiro e nem com qualidade de vida pois a sua, com certeza, foi uma juventude invejável.
Ela se maquiava, vestia suas melhores e mais descoladas roupas e saia para só voltar no dia seguinte.
Curtia absurdamente e usufruía de modo ilimitado de sua ilusão de felicidade, sempre freqüentava as festas mais badaladas e as boates mais cheias.
Volta e meia, a garota se escondia em lugares isolados e chorava, quando tinha "choques de realidade", ou seja, quando ela se dava conta da vida vazia e sem rumo que estava tendo.
Depois de um tempo, ela bebia mais um gole e voltava à ativa, como se nada tivesse acontecido, continuava a aproveitar o único meio de felicidade e de se sentir amada que conhecia.
Ao final da madrugada, ela entrava em qualquer carro que oferecessem e ia pra qualquer lugar onde a levassem, com o álcool consumindo sua consciência. Ele sempre a ajudava a esquecer a dor que sofria constantemente.
Dormia jogada em qualquer canto, geralmente amontoada com diversos outros bêbados.
E os hábitos de repetiam.

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Minha interpretação de "Habits(Stay High)" da Tove Lo.

Contos para dias chuvososWhere stories live. Discover now