Capítulo 17

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No interior do C-17 Globemaster, o quartel general improvisado da NSA no aeroporto do Galeão, o diretor aguardava as informações coletadas pelo Haarp.

Um soldado chamou sua atenção.

— Senhor, temos um imprevisto.

— O que foi? – quis saber Ed Smith, intrigado.

— Temos um padrão positivo duplo para emissão de ondas ELF.

— Dois deles? Como? – assustou-se o diretor, fixando os olhos no monitor.

                                                            ***

O Opala de Maria seguiu pela via larga, enquanto o Malibu vinha mais atrás. A sinalização indicava a velocidade máxima permitida de sessenta quilômetros por hora, mas ela já havia ultrapassado isso há muito tempo.

Quando passaram pelo Castelinho do Flamengo, uma construção exótica que lembrava uma casa das fábulas dos Irmãos Grimm, Maria alertou:

— Segurem-se.

— O que vai fazer? – quis saber Daniel.

— Precisamos ir para o túnel.

Alguns metros a frente, ela viu a rua por onde precisava seguir. Porém, não havia acesso para ela da avenida onde estava, apenas pela marginal que seguia paralela. Entre as duas vias existia uma calçada larga. Não pensou outra vez. Virou o volante para a direita e jogou o Opala sobre o passeio e cruzou a marginal, entrando em seguida pela rua Machado de Assis.

Alguns policiais em uma viatura, patrulhavam as proximidades quando viram o Opala branco em alta velocidade atravessar sobre a calçada. Imediatamente eles ligaram o highlight e aceleraram.

Quando os policiais entrariam na Machado de Assis, o Malibu preto surgiu rápido por sobre o passeio e atravessou a frente da viatura, acertando seu lado esquerdo e empurrando-a contra um automóvel estacionado. O carro da polícia chocou-se com força arrebentando toda a frente e o seu radiador. Enquanto o Malibu seguia caçando o Opala, os policiais alertaram pelo rádio as outras viaturas.

Quando o carro branco chegou em uma avenida larga, rapidamente Maria fez uma curva para a direita, seguida de outra para a esquerda. Eles estavam agora na Rua das Laranjeiras, em meio a um trânsito caótico. A mulher parou atrás de um coletivo numa freada brusca. Do lado direito havia uma praça com um acesso para o metrô. Outros ônibus e táxis estavam à frente. Viu pelo espelho quando o Malibu preto saiu da via por onde passaram e veio ao seu encontro.

A loura precisava agir rápido. Girou o volante para a direita e acelerou invadindo a praça e tentando desviar das pessoas que chegavam à entrada do metrô. Os pedestres corriam e saltavam na tentativa de se salvarem daquele assassino branco. Desviou de uma fonte e então conseguiu chegar ao outro lado da praça, saltando o degrau que havia entre esta e a rua. As buzinas gritaram quando o Opala avançou o sinal vermelho e o Malibu veio pelo mesmo caminho.

O som irritante continuava soando estridente no céu.

Outra viatura policial flagrou as infrações de ambos os carros e saiu ao encalço deles, seguindo a toda velocidade pelas ruas do Rio de Janeiro.

Collins se irritou com a sirene da viatura.

— Faz esses malditos calarem a boca.

Thompson entendeu seu pedido. Virou-se para trás e retirou, de uma bolsa grande e azul no banco traseiro, um objeto semelhante a uma bola de golf, porém preto e um pouco maior. O agente segurou a bola com ambas as mãos e girou as parte superior e inferior em sentidos contrários. Uma pequena luz vermelha se acendeu na esfera. Em seguida, colocou parte do corpo para fora, pela janela do Malibu, e arremessou o objeto negro contra a viatura. A bola chocou-se contra o capô do carro dos policiais num baque seco e grudou imediatamente, devido ao forte imã que possuía. Os homens da lei não tiveram tempo para pensar sobre o que era aquilo, no instante seguinte um silvo agudo soou, as luzes da viatura se apagaram e o motorista perdeu o controle, e o carro parou ao se chocar com outro estacionado na via.

O Explorador de Mundos - A Esfera de CristalWhere stories live. Discover now