Capítulo 040

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Não demorou muito até Maite sentir seu corpo se chocar com o porsche negro de vidros fumê. Sentiu suas costas latejarem e em seguida ser jogada no porta malas apertado em completa escuridão. Ela não queria fazer aquilo com Anahí, mas era sua vida que estava em jogo e céus, ela tinha uma filha de quatro anos que precisava dela mais do que tudo.

Assim que chegaram ao destino, as mãos fortes voltaram a aperta-la, desta vez, a arrastando para o lado de fora, em meio ao matagal. Faziam três dias que Anahí e Alfonso haviam decidido marcar um encontro no chalé que ele mantinha ali. Era um encontro afim de acertar tudo, a fim de deixar tudo as claras, Maite era a única pessoa que sabia do combinado. Logo ela descobriria que a amiga não era necessariamente a única.

A única coisa que ela torcia era para que Poncho ainda não estivesse ali. Ela sabia que isso tornaria as coisas ainda mais difíceis. Dois minutos depois ouvir o barulho de um carro estacionando em frente ao Chalé, Anahí deduziu ser Poncho já que era um lugar afastado que não costumava receber um fluxo de visitantes, mas mudou de idéia assim que ouviu a porta ser arrombada aos seus olhos e Maite ser jogada pelo assoalho da cabana. A única coisa que conseguiu ouvir a amiga pronunciar com os labios semicerados foi um "me desculpe". O choro intenso e doido ja lhe havia tomado conta.

Anahí ficou sem reação. Como sabiam que ela estaria ali? Provavelmente aquele homem alto, de barba grande, apontara a arma que tinha em mãos na cabeça da amiga para que ela lhe contasse todos os detalhes. Mas quem faria isso? Era o que se perguntava. Logo as mãos antes precionadas sobre o corpo da amiga estavam sobre o seu, e era ela agora quem sentia o reflexo da dor sobre seus punhos.

- Me solta - começou a se debater enquanto ele tentava ararrá-la. Isso o deixou irritado, fazendo com que apontasse a arma entre o rosto e a nuca dela. Anahí extremesseu.

- Eu acho melhor você se comportar melhor, princesa - disse próximo ao ouvido dela que estava com o estômago embrulhado pelo asco - Não queremos que você se machuque. Pelo menos não por enquanto - lembrando-se da ordem que receberá de levá-la viva.

Ele então, mesmo sob protestos, selou os lábios dela com uma fita, e a agarrou pelas mãos arrastando-a para fora. Jogou-a no porta malas onde Maite estava anteriormente, sem nenhuma delicadeza, e Anahí já começava a sentir os primeiros reflexos daquela brutalidade. Ele então arrancou com o carro e as lágrimas começaram a rolar por seus olhos: que diabos estava acontecendo ali?

Vinte minutos se passaram e Poncho chegou ali. Ao se deparar com a porta caída, um frio correu por sua espinha, ele então desceu do carro apressado, afim de investigar o que havia se passado.

- Annie? Você está ai? - ele disse assim que pôs os pés no chalé.

Maite sentiu o corpo relaxar. Finalmente alguém a havia encontrado.

- Anahí? Onde você se met - as palavras morreram quando encontrou Maite jogada ao lado da cama com as mãos amarradas firmemente por uma corda fina e a boca selada com um pedaço de fita cinza. Ele então a desamarrou e ela instintivamente o abraçou em prantos.

- O que aconteceu Mai? Onde Anahí está? - suplicou com o olhar.

- Ele a levou - foi a única coisa que ela conseguiu pronunciar tamanho o choque em que se encontrava. Ele então deu a ela um copo de água com açúcar.

- Mai, você tem que me ajudar, você precisa se acalmar - tocou nas mãos dela - Quem a levou?

- Eu, eu não sei - ela gaguejava - Um homem alto, forte. Ele tinha uma arma, ele foi até a minha casa e - pareceu lembra de algo - Por Deus Poncho, a minha filha está sozinha. Mane esta viajando, ela vai acordar não vai ver ninguém e vai se assustar, ainda mais que já é noite - ela falava tudo apressada, ele quase não entendia - Você precisa me levar pra lá.

- Eu vou te levar, mas você tem que me contar o que aconteceu com Anahí - suspirou com o medo tomando conta - Eu preciso acionar a polícia, ela pode estar correndo risco de vida. Você disse que ele tinha uma arma Maite - relembrou exasperado.

- Nós vamos encontra-la Poncho, ela não deve estar longe.

E então os dois seguiram o caminho até o apartamento de Maite, em Manhattam. Por sorte Kathe não havia despertado com aquela confusão toda. Então mais calma, Maite contou a Poncho tudo o que havia acontecido e os dois, juntos, acionaram a polícia.

Anahí abriu os olhos lentamente assim que uma luz intensa manifestou-se sobre eles. Estava confusa, tudo parecia estar girando. Assim que resolvera abrir os lábios afim de pronunciar algo e encontrou os mesmos vedados, lembrou-se do que estava acontecendo.

O mesmo homem que a levara ali a colocou sentada sobre uma cadeira velha de palha trançada com madeira. Amarrou-lhe agora os pés a ela. Anahí ja estava desesperada, o que queriam com toda aquela situação? Será que estava sendo sequestrada por ser casada com Manuel? Sua última dúvida morreu em sua mente quando viu o marido entrar pela porta velha com travas de ferro. O taco do sapato dele fazia um ruído irritante sobre o piso de chão batido. Mas ele não estava sozinho. Um belo homem de cabelos castanhos e olhar assustador estava com ele. Ela não sabia precisar, mas aquele homem que o acompanhava não era estranho. Será que a havia encontrado e viera lhe libertar?

- Olá querida - ele sorriu friamente - Gostando do seu novo lar? - ela deixou os ombros caírem. Definitivamente não era essa a intenção dele ali.

- Porque você não a solta? Assim Anahí pode participar da nossa conversinha - o homem mais velho sugeriu. Manuel seguiu até ela acatando a sugestão. Assim que arrancou a fita da boca dela, Anahí lhe cuspiu com raiva no rosto. Ele não pensou duas vezes em acerta-lhe uma bofetada no rosto que a fez gemer de dor. Pegou-a selvagemente pelos cabelos.

- É melhor você colaborar ou eu sou capaz de acabar com isso antes do planejado - sussurrou para ela e soltou- a, jogando-a sobre o chão duro e frio. Ela sentiu vontade de chorar.

- Eu te odeio - gritou - Você é um imbecil, porque não foi você mesmo me buscar? Medo de que o Poncho atrebentasse a sua cara? - ele deu um riso sarcástico.

- Primeiro que eu não sujaria minhas mãos com uma vagabunda como você e segundo, que seu amante estava muito ocupado pra te defender - mostrou-lhe uma foto de Poncho com Viviana no shopping, ainda no fim da tarde. Os olhos dela arderam, queria tanto chorar - Anahí, Anahí - ele brincou girando o celular por entre os dedos - Eu francamente achei que você fosse mais esperta.

- Porque você está fazendo isso? - disse com a voz entrecortada. Estava se segurando muito para não chorar.

- Você achou mesmo que ia rir pelas minhas costas com as suas amigas e as coisas ficariam por isso mesmo? - cruzou os braços lançando um olhar que a fez arrepiar - Pensei que soubesse que não sou do tipo que perdoa deslizes.

- Como você pode - murmurou fechando os olhos - O que você fez com as minhas filhas?

- Nada - disse simplesmente - Elas não merecem a mãe que tem. Aliás, nem tem culpa disso.

- Onde elas estão? - berrou.

- Em um lugar seguro - O homem mais velho se pronunciou - Agora deveria preocupar-se mais com você.

- Porque não me matam logo e acabam de uma vez por todas com isso? - ela disse desesperada. Manuel riu.

- Talvez mais tarde. Antes você tem algumas coisasinhas pra descobrir - tocou o rosto dela com as pontas dos dedos. Anahí quase vomitou de nojo - Não está nem um pouco ansiosa, querida?

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