- Me solta Alfonso.....Hmmm...pára! Eu tenho que levantar - sentei-me na cama e ele olhou irritado - Eu tenho que ir pro trabalho, hoje eu dou os primeiros períodos sem falar que ainda tenho que acordar as crianças - gritei ja dentro do banheiro.
- Eu acordo as crianças enquanto você toma banho - beijou meu ombro nu enquanto apanhava a escova de dentes.
- Por isso que amo você - joguei um beijinho entrando no box.
- Você é uma interesseira, isso sim - ele riu rouco.
Poncho não demorou muito e saiu, vesti um jeans escuro, um Jimmy Choo vermelho e uma camisa jeans, deixei os cabelos soltos em ondas e desci. Apanhei uma maçã na fruteira e coloquei na bolsa pro lanche da manhã, Poncho já tomava café da manhã com as crianças, todos sentados a mesa.
- Assim eu vou ficar com ciúmes dos seus alunos - murmurou e eu ri.
- Você sabe que não tenho olhos pra nenhum outro homem que não seja você - pisquei.
- Ai Deus, só pode ser castigo esse Mel todo a essa hora da manhã - Isadora rolou os olhos e eu provoquei.
- Ue, não era você quem queria namorar? - levantei uma sobrancelha despretensiosa e ela semicerrou os dentes.
- Mãe, você é uma insuportável - riu.
- Pai, você vai comigo no treino de futebol hoje?
- Eu busco você na escola e ai vamos juntos.
- Todos terminaram? Estamos atrasados - murmurei terminando o café e ajeitando a bolsa sobre o ombro enquanto Maria me alcançava o jaleco passado.
- Cadê minha mochila? - Matheus berrou enquanto eu e Isadora ja o esperávamos na porta.
- Anda logo Matheus, eu tenho trabalho de álgebra - a irmã ralhou com ele.
- Matheus, quantas vezes eu já disse pra deixar as suas coisas organizadas a noite? Será que vou ter que começar a te fiscalizar? - ele bufou ajeitando a mochila nas costas enquanto descia as escadas. Era a cópia esculpida do pai.
- Eu ja to indo, qua saco.
- Tchau amor - acenei pra Poncho.
- Tchau....Tchau crianças, boa aula.
- Tchau pai - os dois responderam em uníssono.
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Eu e Alice tomávamos um café no intervalo entre aulas da Universidade. Assim que cheguei ela havia me dito que precisava me dizer algo importante, o que de certa forma me deixou receosa.
- E então tia, eu não sei o que fazer, eu estou bem confusa, envolvem muitas coisas sem falar que eu não tenho certeza....você entende o que eu quero dizer né?
- Alice, isso que você tá me contando....isso é muito grave, se for mesmo verdade a Ísis tem que saber!
- É que eu pensei que...Bem, talvez eu pudesse ter visto errado. Mas era ele, quando eu o vi na Starbucks hoje de manhã, era a mesma camiseta. Impossível eu ter me enganado dessa forma - ela lamentou.
- Mas você não conseguiu ver mais nada? As características dela ou algo assim? - especulei. Ela negou.
- Estava muito escuro, e o Gui havia bebido um pouco, sem falar que a saída da boate estava muito tumultuada por conta de uma briga....estava difícil de ver qualquer coisa ali.
- Eu não posso acreditar que o Diego iria se expor dessa maneira - neguei veemente - É no mínimo curioso.
- Você não vai comentar nada com a Isis né? Por favor, eu realmente não tenho certeza...só contei porque precisava abrir essa situação pra alguém.
- Fica tranquila - alisei as mãos dela sobre a mesa - Eu vou resolver isso e vamos descobrir a verdade.
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- Precisa de mais alguma coisa Poncho? - Maria pediu a ele que terminava de ver o noticiário antes de buscar Matheus na escola.
- Ah....Não Maria, pode ir se quiser - sorriu - Aliás, arruma as suas coisas que eu lhe dou uma carona.
- Não precisa eu pego o ônibus, pra mim não vai ser problema.
- Imagina só - ele negou - Eu vou pro seu bairro. Posso perfeitamente levar você....vamos lá, eu espero.
Maria ficou desconcertada. Era impossível Poncho a levar ou então descobriria toda a verdade antes mesmo que ela conseguisse revela-la. Mas ela daria um jeito.
- Pronta?
- Sim, podemos ir.
- E então - Poncho puxou assunto enquanto sintonizava uma estação de rádio qualquer - Teve alguma notícia da sua filha?
- Não, acredito que esteja morta, infelizmente - mentiu - Já se passou muito tempo, é complicado.
- Talvez esteja perdida por ai - Poncho tentou anima-la - Não perca as esperanças.
E o silêncio pairou por alguns segundos.
- Faz tempo que você é a Dona Anahí estão juntos?
- Algo como uns dezessete anos, porque?
- Já devem ter enfrentado muitas coisas juntos - ela sorriu.
- E como enfrentamos! - ele riu - Mas essas coisas fazem parte do amor, bem...você já deve ter amado e deve saber do que estou falando.
- Sim - ela abaixou o olhar fitando as próprias mãos - Marichello e Henrique a dedicaram muito bem, ela teve sorte.
- Do que está falando?
- Anahí...Ela comentou comigo outro dia que havia sido adotada, e pelo que pude ver eles são ótimos pais pra ela.
- Realmente, são bastante amorosos.
- Ela nunca teve curiosidade em conhecer os país biológicos?
- Porque essas perguntas agora? - Poncho estranhou achando graça. Ela ficou desconcertada.
- É só....desculpe...foi só curiosidade...eu não tive a intenção de - ele a interrompeu.
- Esta tudo bem...Só são assuntos particulares da Annie que não tenho direito a tocar assim, dessa forma.
- Eu entendo perfeitamente, me desculpe mais uma vez.
- Eu ja disse que está tudo bem - sorriu.
- Você pode me deixar aqui - apontou uma parada de ônibus qualquer.
- Tem certeza? - ele franziu o cenho.
- Sim, aqui está ótimo....São só dois quarteirões da minha casa - sorriu - Obrigada pela carona.
- Imagina....tenha uma boa noite Maria, até amanhã - acenou.
- Até.
E em alguns segundos a Mercedes importada estacionada em frente a onde ela estava e retirando a peruca desgrenhada ela entrou no carro. Era difícil incorporar e se desfazer daquele personagem todos os dias, mas era preciso se quisesse se manter um pouquinho que fosse mais próxima á própria filha.
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Perfeição
RandomO futuro pode ser cruel, como a sua cartomante disse. O amanhã pode não existir como dizem os poetas. O mundo pode até acabar, como prevem os cientistas, mas nada tem força suficiente para separar duas pessoas destinadas a acabarem juntas. Tantos pr...