Capitulo 04

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Acordei ao som do despertador do meu celular, com um sorriso no rosto. Quase automaticamente levei a minha mão até o local onde os lábios de Li fizeram contato com a minha pele, quase podia sentir novamente a textura macia e a calidez daqueles lábios. Sentei na cama e me espreguicei, minha noite de sono foi ótima, nenhum musculo estava gritando em protesto, o melhor sonífero para mim: Li. Hoje era sábado, me lembrei assim que olhei para o relógio, meu sorriso cresceu ainda mais. Eu estava de folga do primeiro e do segundo trabalho. Um milagre ou apenas uma coincidência bem sortuda. Relaxei ainda mais na cama e quase instantaneamente cai no sono. Acordei novamente ao som de panela batendo na mesa, apenas abri os olhos e virei a cabeça na direção da cozinha. E lá estavam os meus três irmãos, Pedro, Caio e Larissa. Os garotos apenas de cueca e a garota de calcinha e sutiã. Larissa veio saltitando para a minha cama assim que ela soube que eu estava acordado, abri um sorriso assim que ela se sentou perto de mim.

- Chris, eu estou com fome - Ela recostou sua cabeça na minha barriga e seus longos cabelos loiros formaram um halo em torno dela. Caio e Pedro vieram e se sentaram na minha cama também, a pobre coitada gemeu em protesto - Esses dois palermas não sabem fazer nada.

- Você que é a garota - Caio falou, ele e Pedro eram idênticos, mas eu sabia diferenciar um do outro. Pedro tem o cabelo loiro com mechas champanhe e as mechas de Caio eram mais douradas. As pessoas acham que nós pintamos os nossos cabelos, mas não, as minhas mechas naturais são quase grisalhas e a de Larissa eram mechas de coloração entre amarelo e o castanho. Resumindo: Nossos cabelos são naturais - Você deveria saber cozinhar.

- Vai a merda, Caio - Larissa falou, depois olhou para mim com os olhos brilhando - Chris, Chris, Chris - Cantarolou - Quem era aquele cara que estava aqui ontem?

- Um amigo meu.

- Amigo? - Pedro levantou uma sobrancelha, eu contei para eles que era gay quando ele fizeram quinze anos e eu dezenove. Eles apenas escutaram estupefatos e depois não falaram mais nada - Ele é bonito, Chris.

- Mas, é meu amigo - Respondi, agora Caio e Pedro estava deitados na cama também, as pessoas poderiam chamar meus irmãos de aproveitadores, mas eu sabia que não era verdade. Eles eram apenas como todos adolescentes normais. Tinham vergonha dos pais. Eles se levantaram e eu fui logo atrás deles, me certificando que o calção estivesse cobrindo a minha tatuagem. Primeiro fui para o banheiro e escovei meus dentes, lavei meu rosto e voltei para a cozinha. Preparei café, pedi para Caio comprar pão e frutas, ele foi, mas foi resmungando. Quando ele voltou apenas colocou tudo sobre a mesa e começamos a comer. Eu lavei a louça e eles foram para a sala assistir Tv. Depois de tudo estar arrumado eu também fui para sala, peguei minhas apostilas e cadernos do curso de direito e me sentei no chão, espalhei tudo por ali mesmo e começei a estudar. Só levantei a cabeça novamente quando Larissa chamou meu nome e disse que meu celular estava tocando. Me levantei e escutei minhas articulações estralarem.

Li. Ele estava me ligando, atendi num átimo e coloquei o telefone no ouvido. Me joguei na cama com um sorriso abobalhado no rosto e começei a falar.

- Oi.

- Oi? - Perguntou - Eu lingando para saber se você ainda estava vivo e você me responde com um oi?

- E qual é do "saber se eu estava vivo"? - Perguntei, tentando segurar o riso, mas falhando miseravelmente.

- É assim que você me trata? - Ele falou indignado, mas dava para senti o alivio na voz dele - Eu morrendo de preocupação e você rir na minha cara?

- Para de drama, Li - Falei ainda rindo, Li conseguia me fazer rir como ninguém. Apesar de eu achar minha risada super grosseira e deslocada, mas ele conseguia. Sempre - Você vai me dizer o por que desse seu quase ataque cardíaco.

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