Capitulo 32

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Não sabia o que era mais patético entre a exigência de explicação ou a minha vontade de dar uma resposta. Mesmo eu já tendo levantado a gola do casaco Li ainda olhava para o meu pescoço coberto, quase como se quisesse ver mais uma vez as marcas vermelhas na minha pele para provar que ele tinha visto mesmo, mas eu sabia que era só impressão minha mesmo, Li não se importa com ninguém além dele. Ele ficou parado na minha frente me olhando com aqueles olhos minúsculos que por tanto tempo eu achei encantadores, mas agora eles apenas me traziam más recordações. Chin olhava de mim para o seu namorado com um sorris,o um tanto quando, nojento no rosto. Por mais que eu sentisse pena de Chin quando via ele agindo como um cachorrinho atrás de Li não tinha como negar que eu ainda sentia raiva dele, raiva e ficava me perguntando se não fosse por ele Li ainda estaria comigo. Mas eu sabia que era mentira, quando um não quer, dois não brigam. Li queria esta ao lado dele e a reciproca era verdadeira, Chin também queria ele.

- Eu te fiz uma pergunta, Christian.

- E eu decido se respondo ou não.

Ele estreitou ainda mais seus olhos repuxados quando eu respondi. Li não estava acostumado com um Christian que sabia o que queria e queria saber tudo. Era meio engraçado ver ele tentar se segurar. Seus braços estavam tremendo de fúria e sua face era uma mascara de raiva.

- Não adianta você tentar ficar com raiva Li - Respondi casualmente, passando os meus dedos por minha calça jeans - Não te devo mais explicação.

Acho que ele se tocou do papelão que estava fazendo e segundos depois o Li brincalhão e despreocupado tomou lugar do Li raivoso e espumando pelas ventas. Agora eu via o quanto Li era duas caras e mentiroso, antigamente eu achava fascinante a capacidade dele ir de um extremo emocional para o outro. Ele me chamou de babacão para encenar para a nossa turma que ele só parou ali na minha frente para me humilhar. E quando eu pensei que eles iriam embora apenas com aquele ofensa verbal Chin fez uma coisa que me surpreendeu. Ele me bateu, um tapa forte e estalado na minha cara. Não sei quem ficou mais chocado, se foi eu, Li ou o resto da sala.

- Isso é para você aprender a nunca mais responder rudemente quando falar com o meu namorado - Vi o modo que ele abriu a boca e ficou todo orgulhoso quando disse a palavra namorado. O lado esquerdo do meu rosto estava doendo e ardendo. Lentamente levei minha mão até a área do espancamento e com uma ponta de raiva fluindo dentro de mim eu senti a área empolada e em auto relevo. Como minha mochila estava no meu colo eu rapidamente me levantei da cadeira, com a mão no rosto ainda e fui para cima de Chin. Minha mochila agora estava no chão.

- Você não fez isso! Seu viado escroto - Gritei, nunca ninguém tinha me batido. Nunca! E eu não iria deixar aquele filho de uma mãe me bater, não mesmo - Você acha que é quem para bater no meu rosto?!

- Alguém superior a você, seu Zé ninguém - A superioridade dele estava me deixando tonto. Todas as outras pessoas estavam olhando para o nosso pequeno escândalo ai. Mas eu não iria deixar barato isso, passei anos me sujeitando a fazer tudo que os outros pediam. Se naquela época eu levasse um tapa de alguém provavelmente eu que pediria desculpa para o meu agressor por ter machucado a mão dele com o meu rosto. Mas não agora, não quando eu enxergava o mundo a meu redor com outros olhos. Não hoje que eu acordei de tão bom humor, não quando eu tinha um homem super carinhoso como Heitor me esperando quando eu saísse daqui.

- Você não é superior a ninguém - Desdenhei - É apenas uma bicha invejosa que roubou o que era meu. Pelo meu saber isso não é ser superior, mas ao contrario disso. Você é mais baixo do que a sola do meu sapato.

- Eu não roubei Li de você - A voz de taquara rachada dele invadiu meus ouvidos, fazendo eu franzi a minha testa em horror - Ele que me escolheu. Ele soube identificar um cara com pedigree e não um vira lata como vc.

AbrigoWhere stories live. Discover now