Capitulo 15

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Eu estava com uma saudade tremenda de Li, desde que ele começou a estagiar ele quase não tem tempo para mim e isso era muito frustrante, queria Li e ele nunca estava por perto. Escutei uma vez na aula de direitos penais duas garotas discutindo e teve uma parte que uma disse que a miga estava muito nervosa e apreensiva, a amiga prontamente respondeu que era falta de sexo. Agora sentado em um dos reservados da biblioteca da faculdade rodeado de livros eu descobri que elas estavam falando a mais pura verdade. Desistir de ler depois que reli um paragrafo varias vezes e não gravei nada. Suspirei e me encostei na cadeira, não estava na minha hora de faculdade, mas eu resolvi fazer logo as atividades que os professores passaram, se Li estivesse aqui meu horário de estudo seria bem mais divertido, passei minha mão esquerda no meu rosto e senti o material metálico e gelado do anel que Li me deu no meu aniversario duas semanas atrás. Sorri me lembrando do dia que Li me disse que as palavras no anel não significavam "amigo do peito" em japonês e sim " eu te amo".

Nessa duas semanas que se passaram ele me pediu em namoro e eu aceitei, foi nesse dia que ele me disse a verdade sobre o anel. A irmã dele também já estava melhor, a quimioterapia estava fazendo progresso e o tumor no fígado estava diminuindo. Os pais de Li voltaram para casa quatro dias atrás e a irmã três. A garota é um amor de pessoa, eu fui visitar ela um dia depois que já estava em casa. Li me apresentou para toda a sua família como seu namorado, os irmãos me cumprimentaram e me deram boas vindas a família Yang-Wang, mas os pais de Li apenas contorceram a boca e não falaram nada.

Acho que a antipatia dos pais dele para comigo foi percebida por todos, a minha salvação foi Leah, ela me chamou e me mandou sentar na beirada da cama dela. Conversamos por bastante tempo, ela me perguntou como, onde e quando conheci Li e o por que de eu nunca antes ter vindo na casa deles. Respondi todas as perguntas dela sem hesitação, afinal, se ela gostou de mim eu tinha mais era que recompensar. Marvin, o sobrinho de Li, estava cada vez mais grudado em mim e eu adorava aquilo, me fazia lembrar de quando meus irmãos eram pequenos. Ele me chama de "Christin" na famosa língua enrolada de criança, ele era um fofo igual ao tio.

A relação com os meus irmãos ainda estava ruim, não sabíamos como agir na presença dos outros. Nós estávamos convivendo e não vivendo. Uma parte de mim queria acabar logo com aquilo e fazer tudo voltar ao normal. Mas a outra parte, não.

Um barulho abafado ecoou por toda a biblioteca me assustando e me tirando do meus estado de pensamento profundo. Estava com calor, afrouxei a gola da minha camisa e uma lufada de ar gelado fez contato com a minha pele quente, me fazendo estremecer. Será que eu estava doente? Toquei na minha testa e senti o calor, que merda era aquela? Olhei para as minhas pernas e tinha um calombo no meio delas, puta merda! Eu estava tendo um puta ataque de tensão. Pensei em Li e meu estomago deu um solavanco, fiz a única coisa que eu desejei fazer a manha e a tarde toda.

Telefonei para Li.

Ele atendeu no quarto toque, e eu quase tive uma ejaculação apenas por escutar a sua voz grave e baixa.

- O que foi, Chris?

- Eu preciso de você, Li - Nem tive tempo de me assustar com o tom da minha voz, normalmente ela é rouca e baixa, mas agora quando falei, cada palavra veio carregada de desejo e luxuria - Urgentemente, já me segurei por tempo demais.

- Chris? Você estar bem? - Ouvi a preocupação na voz dele, mas não me importei. O calor no meu corpo estava atingido a escala Fahrenheit, nem o ar gelado da biblioteca estava ajudando.

- Não, não estou bem - Respondi - E você é o único que pode me ajudar.

- O que você quer? - Pelo tom da sua voz eu já sabia que ela sabia o que eu queria. Que era apenas uma única coisa. Ele.

AbrigoWhere stories live. Discover now