A procura de um Anjo LIVRO 1: Anjo Caído

Capítulo 16

Alicia

No momento em que o corpo de Carolaine caiu no chão, todos sabiam que estava começando.

Varias criaturas nunca vistas pelos olhos de Alicia começaram a surgi. Pareciam nascer da própria terra.

Alicia abraçou a si mesma, sentindo arrepios.

O corpo ensanguentado de Diana começou a se contorcer.

Alicia encarou as criaturas que saiam da terra, observando-as. – Eram de diversos tamanhos, os corpos eram deformados, os olhos escuros e suas bocas eram tão grandes que poderia engolir um humano de uma só vez.

Alicia podia ver Elisabeth que estava tentando se esconder atrás de uma árvore.

Algo havia possuído o corpo de Diana, ela se levantou. Os olhos dela estavam todo preenchido pela cor preta. Dava para sentir que não era mais Diana naquele corpo.

Todos estavam parados, um observando o outro.

A criatura que usava o corpo de Diana sorriu olhando para eles.

-Não pensam que Tristan está livre, pois meus outros filhos estão o guardando, pois na verdade não era eu que queria Tristan. – Não era a voz de Diana. Era uma voz grave. Sua voz fazia com que eles sentissem medo. – Ninguém vai falar nada? Ninguém vai dizer que estava ansioso por minha chegada? – Perguntou a criatura que usava o corpo de Diana.

-Eu tenho algo a falar. – Disse Alicia.

A criatura sorrindo olhou para Alicia.

-Diga.

-Vai para a merda. Pode ser?

Tomi olhou para Alicia sorrindo e disse.

-Belas palavras.

-Obrigada.

A criatura desfez o sorriso.

-Chega! – Gritou a criatura. – Que comece!

As criaturas que começaram ir na direção deles.

Matt logo começou a disparar tiros, algumas das criaturas desviavam e outras atingidas desapareciam.

Alicia respirou fundo e segurou firme o par de facas. Já Tomi com a espada encarou a multidão de criaturas que se aproximavam dele.

Logo começou um verdadeiro caos, o pior era que mesmo que as criaturas fossem atingidas e desaparecessem, outras surgiam.

Matt mesmo que nunca houvesse utilizado uma arma estava indo bem. Rápido para matar as criaturas que estavam longe dele, mas as que estavam perto conseguiam feri-lo.

Alicia parecia que dançava entre aquelas criaturas, ela era ágil até conseguia ajudar Matt quando era preciso.

-Socorro! – Gritou Elisabeth.

Alicia olhou para onde Elisabeth estava. O corpo de Jhulie estava caído no chão e algumas criaturas estavam em cima e babavam.

Alicia correu para lá, e atingiu a primeira criatura. As outras saíram de cima do corpo de Jhulie e pularam em cima de Alicia que caiu no chão. Alicia escutou um estalo e depois sentiu uma dor tamanha em sua perna direita onde uma daquelas criaturas estavam em cima.

Elisabeth olhou para os lados e logo encontrou um galho grosso de árvore que estava no chão. Ela o pegou e jogou na direção da criatura que estava em cima de Alicia. Foi um tiro certeiro.

Alicia pode então jogar uma faca para Elisabeth que a pegou e fincou na criatura e depois na outra que já vinha em sua direção.

Elisabeth ajudou Alicia se levantar, porém Alicia estava sentindo muita dor em sua perna direita, ela teve que encostar-se ao tronco de uma árvore.

-Acho que quebrou. – Disse Alicia.

Elisabeth olhou para o lado onde se via Matt e Tomi lutando com milhares de criaturas e ao longe podia ver Diana sorrindo.

-Tudo bem. Faça. – Disse Elisabeth olhando seriamente para Alicia que rasgou a manga de sua camisa e amarrou em sua perna.

-Faça o que? – Perguntou Alicia.

-Faça a troca. Traga Jhulie.

Alicia riu nervosamente e disse.

-Eu não posso fazer isso. Esse é o trabalho de Carolaine e nem sei o que aconteceu com ela.

-Claro que você pode. Faça a mesma coisa que Carolaine fez. – Alicia ficou encarando Elisabeth. Elisabeth matou mais uma criatura que se aproximava delas. Olhou para Alicia e gritou. – Faça agora!

Alicia tinha que tentar ao menos tentar. Jhulie era a única que podia ajudar.

-Tudo bem deite no chão. – Ordenou Alicia.

Elisabeth deitou no chão, fechou os olhos e disse.

-Eu sei o que devo fazer. Comece logo.

Como que tenho que começar? – Se perguntou Alicia. – Tudo bem. Primeiro ela pede ajuda para a terra.

-Mãe terra. Eu sei que é estranho eu estar pedindo isso, pois quem deveria estar fazendo isso era Carolaine, mas agora ela não pode e nem sei o que aconteceu com ela, mas eu preciso de ajuda. Preciso de sua força para conseguir fazer esse ritual de... – Alicia franziu a testa. Ela não se lembrava do nome do ritual.

-Troca. Ritual de troca. – Disse Elisabeth impaciente.

-Obrigada. -Alicia respirou fundo. Ela sentiu uma energia nova invadindo seu corpo. - Obrigada mãe terra. – Agradeceu.- Com a força da terra e a luz da lua, mas estamos sem lua, então pode ser sol? Ok, com a luz do sol peço que a alma, ou espírito de Elisabeth saia desse corpo para que receba o espírito de Jhulie. – Alicia respirou fundo novamente. - Céu escurecido. Lua ou sol brilhante. Terra que nos da força. Peço que agora troque.

O corpo de Jhulie começou a se contorcer. Alicia abaixou a cabeça, ela não queria ver aquilo, parecia tão estranho. Minutos depois Alicia escutou alguém arfando. Olhou para o corpo de Jhulie que agora estava sentado e respirava com dificuldade.

-Jhulie? – Perguntou Alicia. Jhulie sorriu e assentiu. -O ritual da troca está terminado. Agradeço a todos e principalmente a mãe terra por me dar força. Obrigada.

Após essas palavras Alicia se ajoelhou ao lado de Jhulie que a abraçou.

-Nem acredito que estou aqui novamente.

-Nem acredito que consegui fazer isso. – Disse Alicia. – Fico feliz que esteja aqui novamente.

Escutaram um grito de Matt. E as duas se levantaram.

-Tenho alguém para matar. – Disse Jhulie.

Jhulie começou a correr em direção aquelas criaturas para encontrar Tomi.

- Ela não é a mesma! – Gritou. Ela não tinha certeza se Jhulie havia ouvido ou então entendido, mas queria apenas dizer que Diana não pertencia mais aquele corpo.