Capítulo 16

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Acordei em uma cela escura, onde eu não via nada.
Será que morri e estou no inferno ?
Não tinha morrido, eu realmente estava em uma cela e entrei em desespero quando lembrei do que o comandante poderia fazer com Kevin. Me levantei e comeu a gritar desesperadamente por Kevin.
- Cala a boca sua imunda! Ou seu fim vai ser pior do que o do traidor.
Ele estava falando de Kevin.
- O QUE VOCÊS FIZERAM COM ELE ? - Gritei
- Eu estou aqui, vivo ainda - Ele tossiu - Estou aqui meu amor.
- Kevin - Minha voz era de alívio - Onde você está ? O que eles fizeram com você ? Meu Deus.
- Estou em uma cela como a sua, bem eles só me bateram um pouco, nada que eu não possa aguentar.
- ACABOU A FOLGA, LEVANTEM-SE!
Eu tentava enxergar alguma coisa mais não conseguia, eu gritava por Kevin e ele me acalmava dizendo que estava tudo bem. Os soldados nos levaram a uma sala escura onde só havia luz em um ponto: mostrava uma guilhotina.
- Percebo que meu filho traidor não pode proteger a sua amada imunda. Kevin, eu esperava mais de você, te dei tudo que um homem precisa, você era meu filho, meu único filho, você me decepcionou e você sabe o que acontece com gente que me decepciona. - Ele deu uma risada - TRAGAM-NO!
- NÃO - Eu gritei - Por favor, me leve mas não mate ele, eu te imploro.
- Cale-se, o perdão de uma judia não significa nada, imunda.-Mate ele.

Eu queria gritar e bater naquele homem sem coração, matar o próprio filho ? Minha roupa estava encharcada de lágrimas e sangue que cada vez que eu gritava, era um murro que o soldado me dava, mas nenhuma naquela dor chegava aos pés de perder Kevin, meu único amor, no meio do meu Holocausto foi ele quem me mostrou que os piores momentos podem viram os melhores. Eu fechei meus olhos pois não queria ver essa cena, eu pude escutar baixinho ele dizendo " Eu te amo Júlia, sempre amarei " Mas antes de eu responder pude ouvir o barulho da lâmina afiada cortando a cabeça de Kevin, e isso foi meu chão. Os soldados me soltaram e eu desabei no chão em prantos, perdi meu único amor, estava sozinha agora, não tive coragem de olhar para a cabeça de Kevin, só queria me lembrar dele feliz.
- A guerra acabou, você está livre pra ir e nunca mais voltar - o comandante falou
- Não vão me matar também ? - eu falei cuspindo as palavras na boca dele.
- Matar Kevin já foi sua morte - Ele virou e saiu

Ele tinha razão, perder Kevin já era minha morte, criei coragem e olhei para o corpo de Kevin e no bolso de sua jaqueta estava uma carta que me chamou atenção, criei coragem, fui lá e peguei a carta e para minha surpresa era para mim...

O HolocaustoOnde histórias criam vida. Descubra agora