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Harry e Louis tinham terminado a garrafa de vinho e naquele momento ela rolava vazia de um lado para o outro, sendo empurrada pelos pés de Louis. Pouco tempo antes, ele tinha tirado a pesada bota de couro que usava e ficado apenas com meias, sendo seguido por Harry, que fez o mesmo com suas próprias botas.

Depois da confissão de Louis, os dois tinham trocado mais algumas histórias sobre si mesmos até que o assunto mudou de algo triste e mórbido para algo engraçado. Bem, talvez essa mudança tivesse sido graças à quantidade de vinho que eles tinham ingerido naquela última hora.

Harry tinha contado a Louis como era um grande perna de pau e não conseguia jogar futebol, mesmo que seus dois melhores amigos tivessem tentado ao máximo ensiná-los. Louis, ao contrário, amava jogar futebol e sempre que podia, durante os finais de semana, acabava indo jogar em algum lugar.

- Teve um dia que eu caí de bunda quando tentei chutar a bola. - Harry contou. - Eu tive uma crise de risos tão forte que Zayn teve que me levar para o hospital porque eu não conseguia mais respirar devido à asma.

- Seus melhores amigos sofreram com você, Hazza. - Louis disse em meio ao riso, o apelido saindo tão naturalmente possível, como se já fosse hábito chamar Harry daquela forma.

- Zayn e Liam são mesmo incríveis. Eu conheço eles desde sempre. - Harry apoiou o rosto no ombro de Louis, sorrindo. - Falando nisso, eu tenho que dar os presentes deles quando saírmos daqui.

Louis arregalou os olhos e ergueu o braço, conferindo que horas eram, e então exclamou:

- Oh, deus. Nós estávamos conversando e esquecemos de trocar presentes. - Ele olhou para Harry, aconchegado em seu ombro com os olhos semi-abertos. - Você disse que era tradição na sua família trocar presentes de meia-noite, não disse.

- Não é como se eu tivesse alguma coisa aqui para dar de presente para você, Louis. - Harry falou, a voz lenta e rouca.

A tolerância de Harry ao álcool não era zero, mas chegava quase perto deste número e. Ele tinha bebido menos que Louis, isso era claro, mas mesmo assim o efeito era mais forte sobre ele. Sua mente não estava processando as informações rápidas o suficiente e ele ficava irritantemente carente quando estava bêbado, o que explicava a forma como ele estava se aconchegando contra Louis cada vez mais.

- Improvisamos um jantar, não foi? Podemos improvisar presentes também, não acha?

Harry ergueu o rosto e olhou ao redor de si, observando as velas ainda acesas, as roupas e botas dos dois em um canto, os potes de vidro que estavam com os panettones e rabanadas e os buquês de flores.

- É, talvez... - Falou, vago, e se esticou para puxar um dos buquês para perto de si. Tirou uma Gerbera rosa entre as demais e girou a delicada e grande flor entre os dedos, observando suas pétalas com cuidado.

Harry olhou para Louis com um pequeno sorriso e então estendeu a flor para ele, que sorriu de volta antes de pegá-la.

- Seu presente de Natal. - Styles falou de forma lenta e pausada. - Uma Gerbera. Representa sensibilidade e sensualidade, assim como amor e nobreza. É uma flor que traz consigo um significado de alegria e pureza também.

Louis observou o homem sentado ao seu lado com os lábios ligeiramente abertos em descrensa e depois olhou para a flor que tinha na mão. Ela possuia uma grande quantidade de pétalas alongadas, além de algumas bem pequenas perto do miolo central, que era amarelo-vivo.

- Você é algum tipo de dicionário ambulante de flores, Harry? - Brincou, mas depois acrescentou. - Ela é linda e agora eu estou devendo um presente para você.

Louis se desencostou da parede e virou para ficar de frente para Harry. Levou as mãos até a própria cabeça e tirou o chapéu de Papai Noel, olhando-o por um segundo antes de erguer os braços na direção de Harry. Louis colocou o chapéu na cabeça de Harry, ajeitando-o para que os cachos ficassem arrumados ao redor do seu rosto.

Louis afastou-se e observou sua obra. É... com certeza Harry Styles era mais parecido com um anjo do que com o Papai Noel.

- Obrigado, Lou. - Harry falou baixinho e então se esticou para frente, sem nenhuma hesitação, até estar com a cabeça apoiada no ombro de Louis novamente, o rosto escondido sob o tecido vermelho.

- Está com sono?

- Não exatamente, só grogue por causa do vinho.

- Você é um bêbado engraçado, Harry. - Louis disse.

E então estava ali, a conexão que nenhum dos dois esperava ter um dia. Presos naquele elevador, sozinhos com a companhia do um do outro, parecia que de certa forma o mundo tinha desaparecido do lado de fora. Louis não soube explicar porque pareceu tão certo levar uma das mãos até a nuca de Harry e acariciar os cachos que escapavam do chapéu, mas quando o fez, soube que não estava errado.

Harry soltou um suspiro manhoso e se acomodou mais para perto de Louis, sem mover o rosto de seu ombro em nenhum momento. Uma linha imaginária estava sendo tecida entre os dois naquele momento, sem nem ao menos perceberem.

- Uma vez eu sai com Liam para beber e fugi dele enquanto ia no banheiro. - Harry começou a falar de repente. - Eu andei até estar parado na frente de um McDonald e fiquei ali por mais de uma hora.

Louis franziu o cenho, os dedos sem parar a massagem contra o couro cabeludo de Harry.

- Você simplesmente ficou parado por uma hora?

- Sim. A única coisa que lembro naquela noite foi ter achado que o hambúrger muito mais colorido que o normal e simplesmente fiquei admirado com isso.

Louis riu baixinho e negou com a cabeça, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

- Você é estranho, Styles.

- Falou o cara que está vestido de Papai Noel, usando meias do Star Wars e preso em um elevador comigo. - Harry retrucou.

- Você não pode criticar minhas meias do Star Wars quando está usando uma meia de bolinhas coloridas! - Louis resmungou em resposta, o que fez Harry levantar a cabeça.

- Eu ganhei da minha irmã, tudo bem? Não reclame! - Apontou o dedo contra o peitoral de Louis, que riu em resposta.

- Se apoia em mim de novo e cala a boca, Harold.

Louis não precisou fazer mais nada para que Harry fizesse exatamente o que ele tinha dito.

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Chegamos à velhinha do larrythings: larriebears. Lili, você maravilhosa sempre (até de cabelo verde) e tão doce e amorosa comigo que eu nem sei como merecer sua amizade. Melhor leitora que alguém pode ter e que me fez continuar muitas vezes. Te amo e preciso ainda arrumar um apelido para você ❤.

All the love

Kyv

Santa Claus Where stories live. Discover now