7 am

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Louis estava gargalhando descontroladamente, tão forte que as mãos que estavam ao redor da cintura de Harry ficaram sem força.

Harry se soltou de Louis e deu um passo para trás, cruzando os braços sobre o peito e fazendo um biquinho manhoso com os lábios antes de falar:

- Não ria de mim, Tomlinson!

Louis se conteve, o riso parando aos poucos. Deu dois passos para frente e estendeu a mão para um Harry marrento, que tinha uma sobrancelha erguida e tentava ignorar Louis a todo custo.

A verdade era que Harry era um péssimo dançarino. Depois de um intensa e longa sessão de beijos, Harry e Louis tinham se vestido novamente e engatado em um assunto estúpido sobre os bailes escolares que já tinham vivido. De alguma forma, Louis tinha convencido Harry a sair de seu colo, com o propósito de ensiná-lo a dançar depois que Harry contou que sempre passava o baile todo guardando as coisas de Liam e Zayn porque não sabia dançar.

O Tomlinson constatou o fato nos dez primeiros minutos de "aula". Harry se atrapalhava com as longas pernas e tinha falhado cair sentado sobre os buquês de flores duas vezes, sendo impedido por Louis em ambos os casos. Tinha sido em um desses tropeços que Louis tinha caído na gargalhada.

- Não é tão difícil assim, Harold. - Louis disse e então ergueu os braços para arrumar o gorro de Papai Noel que tinha voltado a cobrir os cachos de Harry pouco tempo antes. - Prometo não rir.

Harry descruzou os braços e olhou para Louis com uma sobrancelha erguida em desconfiança.

- Promete.

- Pink promise. - Disse Louis, erguendo o dedo mindinho para Harry.

Harry cedeu e voltou a entrelaçar a mão na de Louis, que logo contornou a cintura de Harry com um dos braços e o trouxe mais para perto, colando os dois corpos.

- Feche os olhos, Harry. - Louis mandou, perto da orelha de seu companheiro de dança.

- Por quê?

- Feche os olhos e imagine que um rádio está tocando When The Levee Breaks agora. - Sussurrou, vendo Harry fechar os olhos como tinha pedido. - Sinta a batida da música pelo seu corpo; o som da guitarra são seus quadris, siga-o. A bateria são suas pernas, deixe o som se infiltrar em suas células e comandá-las.

Harry soltou a mão que segurava a de Louis e rodeou os dos braços sobre os ombros do mesmo. Ele rebolava de um lado para o outro lentamente e, mesmo que o elevador não tivesse música alguma, ele conseguia sentir a tão familiar batida passando pelo seu corpo como Louis tinha dito, a letra de um tom triste era compensada por uma melodia sensual.

Com os olhos fechados, Harry sentiu as mãos de Louis apertarem sua cintura enquanto ele seguia com os movimentos. Em um movimento rápido Louis fez Harry se virar, suas costas agora encostadas contra o peito de Louis, a respiração forte do mesmo batendo contra a sua nuca.

Em um suspiro alto, Harry reabriu os olhos e levou os braços para trás, abrançando Louis ainda mais contra si em um ritmo que era só deles e de mais ninguém. Harry não tinha pisado nenhuma vez nos pés de Louis até aquele momento e se sentia mais livre do que em qualquer outro lugar com música que já tinha estado.

- Viu? Você sabe dançar, Harry. E dançou sem nem ao menos precisar de música. - Louis disse, desvirando Harry novamente.

- Isso porque você desistiu de me ensinar a valsar. - Harry sorriu, seu corpo ainda parecia flutuar.

- Meus pés agradecem por isso.

- Não seja chato, Tomlinson.

Louis riu, porém deixou um beijo na cabeça de Harry, por sobre o gorro, e o abraçou ainda mais perto de si, os pés arrastando-se de um lado para o outro lentamente para que Harry acompanhasse.

- Você não precisa mais ir em bailes de colegial agora, Harry.

Harry apoiou o rosto no ombro de Louis, os pés conseguindo seguir o ritmo lento em que Louis o impunha. Talvez fosse idiota, mas Harry queria se bater por querer que aquele momento que compartilhava com Louis durasse para sempre. O espaço onde estavam não era muito grande, não tinha nada de bonito e era escuro demais, iluminado apenas por aquelas estúpidas luzes de emergência, porém Harry achava que aquele momento superava qualquer baile de escola que um dia já tinha ido.

- Então você aprendeu a dançar indo em bailes escolares?

- Não. - Louis respondeu, e demorou alguns segundos para completar. - Foi minha mãe que me ensinou.

Harry parou de dançar e ergueu o rosto, observando a expressão dura de Louis.

- Você poderia tentar, sabia? Quer dizer, já se passaram vários anos desde... desde que você saiu de casa.

- Pra quê, Harry? Ter o telefone desligado na minha cara?

- Você já tentou alguma vez? - Harry sussurrou, vendo Louis negar com a cabeça e baixar o rosto. - Então não tem como ter certeza. Já pensou que depois desses cinco anos sua mãe e suas irmãs podem ter mudado de opinião e estejam até mesmo sentindo sua falta?

- Mas e se não estiverem? - Louis ergueu o rosto novamente. - Você não entende, Harry. Eu não sou o tipo de pessoa que espera que o melhor possa acontecer comigo, então nunca me permito sentir esperança. Não posso sentir esperança em ter minha família de volta só para ver tudo dar errado de novo.

- Nunca vai saber se não tentar, Lou. - Harry sussurrou, voltando a apoiar o rosto no ombro de Louis. - Eu realmente acredito que as coisas podem ter mudado.

Louis não disse mais nada, mas seus braços abraçaram Harry com mais força. Naquele momento eles não eram mais as mesmas pessoas que eram horas antes. Não era mais o Harry atrasado para a sua ceia de Natal. Não era mais o Louis que só queria que aquele dia acabasse.

De qualquer forma, parecia que a mão do destino estava tecendo algo entre os dois que nenhum dos dois um dia imaginaria que existia. Algo importante demais tinha começado ali e não poderia mais ser desfeito e Harry teve a confirmação disse quando se sentiu no melhor lugar do mundo apenas por estar sendo abraçado por Louis.

Louco? Com certeza. Insano? Com certeza.

Talvez o Papai Noel existisse mesmo. Talvez o presente de Harry fosse Louis.

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Esse capítulo vai para a larrytetas, apesar de eu ter certeza que ela jamais leria uma fanfic como essa kkkkkk. Kim Bunda, você é incrível do jeito que é e você deveria ver isso todos os dias quando se olha na frente do espelho. Se cuida, coisa linda!

All the love

Kyv

Santa Claus Where stories live. Discover now