6 am

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Harry abriu os olhos lentamente, erguendo uma das mãos até eles e coçando-os levemente. Seus lábios se abriram em um bocejo preguiçoso e ele passou o nariz sobre o local onde apoiava o rosto, que por sinal, era o peito de Louis.

Ergueu a cabeça para ter a visão de Louis Tomlinson dormindo com o rosto caido para o lado, a boca ligeiramente aberta e o cabelo em um verdadeiro ninho de ratos. Louis tinha os dois braços envolvidos ao redor da cintura de Harry, quase como se o protegesse durante o sono, além de ter puxado o longo casaco para cima das pernas de Harry em algum momento depois que ele pegou no sono.

Harry continuou com o rosto apoiado contra o peito de Louis, sentindo cada vez que o peito do homem subia e descia por causa da calma respiração. Styles não entendia a grande confusão que estava acontecendo dentro de si, mas não conseguia mais impedir as borboletas de causarem um verdadeiro estrago dentro de seu estômago. Como era possível Harry ter se apegado tão rápido a uma pessoa que mal conhecia?

Traçou com a ponta dos dedos as diversas tatuagens que Louis tinha contra o peito e os braços. Elas eram tão aleatórias e misteriosas quanto o dono delas e Harry não resistiu em deixar um beijo leve e rápido contra a grande frase It is what it is que Louis tinha tatuado logo acima do peito, perto das clavículas.

De repente, as mãos de Louis se mexeram nas costas de Harry, subindo e descendo lentamente por ela em um carinho calmante.

- Bom dia, Louis. - Harry falou rouco e baixinho enquanto via as imensidões azuis que eram os olhos de Louis se abrirem preguiçosamente.

Inconcientemente ou não, Louis abriu um sorriso doce e apertou os braços ao redor do corpo de Harry. Ergueu ligeiramente a mão esquerda para conferir o relógio de seu pulso antes de soltar um suspiro baixo.

- Bom dia, Sunshine.

Harry não queria, mas suas bochechas ganharam um tom avermelhado quase que imediatamente após ouvir o apelido e ele não conteve o grande sorriso que surgiu em seus lábios. Ele ainda estava grogue de sono e poderia ficar deitado sobre o corpo de Louis pelas próximas horas sem reclamar.

- Que horas são? - Harry perguntou, arrastando as palavras.

- Quase seis e meia da manhã. Nós não dormimos muito tempo, ao que parece.

Em um gesto manhoso e preguiçoso - que Harry culpou todos os acontecimentos das últimas horas e o resquício de álcool que ainda estava em seu sangue - Harry apertou os dedos contra a pele quente de Louis e sussurrou:

- Mais um motivo para ficármos deitados por mais tempo.

Louis riu, o seu peito tremendo por causa disso, e então levou as mãos até o cabelo longo e bagunçado de Harry, recomeçando a massageá-lo como vinha fazendo antes de adormecer.

- E se o elevador voltar a funcionar do nada e nos encontrarem assim aqui dentro? - Louis ergueu uma sobrancelha.

- Eu digo que você é um ótimo travesseiro.

- Hum... bom saber que sou bom apenas sendo travesseiro para o Sr. Styles do décimo quinto andar.

Foi a vez de Harry gargalhar alto, cobrindo a boca com as mãos logo em seguida. Depois daquelas horas que tinham passado ali dentro, parecia completamente estranho ouvir Louis chamando-o de "Sr. Styles".

- Não cubra a boca quando ri, Harry. - Louis resmungou, puxando a mão que Harry usava para cobrir a própria boca.

- Por quê?

Louis soltou um suspiro sonoro e não respondeu de imediato, os olhos se perdendo em uma mecha revolta do cabelo de Harry. O Tomlinson levou a mão até o cacho, enrolando-o em seu dedo antes de colocá-lo para trás da orelha de Harry.

- Porque eu gosto da sua risada. - Falou de repente, os olhos ainda focados nos cachos.

Para Louis haviam milhares de formas de se abrir o coração para uma pessoa, algumas que demoravam anos para acontecerem, outras que levavam horas, outras minutos. E havia aquelas que funcionavam na base dos segundos, das frases ditas sem filtro, das trocas de olhares, do perfume de alguém perto de você. Aquelas formas eram as mais repentinas e destrutivas: vinham como uma onda gigante e levavam tudo que tinha pela frente, tudo isso naquele mísero segundo em que você baixou as barreiras do seu coração.

Foi naquela pequena frase que as barreiras de Louis definitivamente foram embora. A onda gigante Harry Styles estava passando, bagunçando tudo, em apenas uma risada.

- Ninguém nunca me disse isso. - Harry sussurrou, os grandes olhos verdes focados em Louis.

- Talvez porque você tenta controlar ela.

- Liam diz que a minha risada parece um pato morrendo afogado. - Harry riu baixinho.

- Quando eu conhecer esse tal Liam, ele vai saber o que é um Liam morrendo afogado. - Louis resmungou, um biquinho nos lábios.

E então BUM! Aquela única frase fez todo o interior de Harry se desestabilizar. Ele ergueu o rosto do peito de Louis e ficou sentado no chão do elevador, os olhos presos no seu vizinho deitado.

"Quando eu conhecer..."

Para Harry aquilo só podia ter um significado possível: as coisas entre os dois tinham mesmo mudado depois daquele tempo que tinham ficado presos no elevador. Louis não pretendia fingir que nada tinha acontecido, nem voltar a ser o "Sr. Tomlinson" para Harry.

Tudo dentro de Harry desabou de uma vez só, o seu coração disparando em uma experiência que ele nunca achava que era possível. Aquele tipo de encontro, repentino e intenso, só acontecia nos contos de fada e parecia impossível demais estar acontecendo naquele momento com Harry.

A verdade era: uma parte de Harry não queria que aquele elevador voltasse a funcionar. Aquela pequena, louca e inconsequente parte que queria continuar com Louis apenas para si, vivendo aquele conto de fadas maluco dentro de um elevador quebrado.

- Harry, o que foi? - Louis falou com um tom de preocupação claro na voz ao sentar-se. A respiração de Harry tinha acelerado sem motivo aparente e ele tinha ficado longos segundos em silêncio. - Você está bem?

Em um movimento rápido e imprevisível, Harry passou os braços ao redor dos ombros de Louis e o puxou para um beijo. Ele não sabia o que estava acontecendo quando descolou a os lábios dos de Louis e segurou o seu rosto com as mãos.

Os olhos de Louis estavam arregalados em surpresa quando Harry sussurrou em um tom completamente novo, uma ponta de desespero surgindo em cada uma das palavras:

- Só me beija. Por favor, me beije, Louis.

E Louis o beijou. O beijou como se aquele fosse o fim do mundo e, se fosse, ele não se importaria nem um pouco.

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Esse capítulo é dedicado a larryscandaI. Coelhinha, sei que estamos mais afastadas agora, mas saiba que você sempre vai ter aquele cantinho no meu coração guardado só pra você. Muito obrigada por me aguentar porque eu sou uma chata. Amo você.

All the love

Kyv


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