Capítulo 13 - O depoimento de Liliane

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Liliane entrou e se apresentou como Liliane Bezerra.

— Só "Liliane Bezerra"?

— Ah, não, senhor — disse, com seu sotaque diferente. — É Liliane Solemar Bezerra.

Ela viu o detetive riscar a folha e reescrever seu nome. Depois disso, recebeu a primeira ordem:

— Resuma as regras do jogo.

Ela contou e William foi concordando com a cabeça durante a narrativa, mas ela percebeu que ele já estava meio saturado do assunto.

— Se eu lhe dissesse que foram seguidos, o que teria a me dizer?

Liliane franziu o cenho, demonstrando certa surpresa, e disse:

— O senhor está dizendo que havia alguém atrás de nós?

— Eu não sei — disse ele. — Espero que possa me responder.

— Olha, euzinha não vi nada.

— Segundo relataram, apenas os porteiros sabiam que vocês estavam saindo. Você confirma?

— Sim, mas que fique claro para o senhor que ninguém disse para onde iríamos.

— Era isso que eu queria saber.

Será que alguém nos seguiu? Será que não vimos quando o filho da mãe entrou e matou Juliet?

— Suspeita de quem seja a pessoa por trás do codinome Interrogação?

Liliane negou.

— Sei não.

Ela notou o desapontamento dele.

— Durante o jogo, sabe me dizer se houve alguma movimentação suspeita?

Vixe mãezinha, conto ou não conto?

— Movimentação suspeita? — Ela quis ganhar tempo.

— Você me entendeu — disse o detetive.

— Desculpe, senhor. — Ela respirou fundo. — Na realidade, eu ouvi sim.

— O quê?

– Ouvi um "click" vindo da sala ao meu lado. Do lado direito, onde estava Robson. Não estou dizendo que ele seja o assassino de Juliet, me entende? Mas é que eu me lembro de ter ouvido isso. Pensei no seguinte: se ele não fosse o Assassino do jogo, seria a primeira Vítima, mas não, como vi que Juliet foi a primeira, eu iria acusar ele, se a brincadeira fosse para frente.

William anotava as informações que ela dava.

Espero não ter colocado o "tadinho" numa fria.

— Sabe quem era o escolhido para ser o Assassino?

— Não senhor. Mas, como eu disse, suspeito de Robson. Mas é só uma hipótese. — Tentou ser imparcial.

William rabiscou de forma rápida em seu bloco de notas, e de repente eles ouviram uma batida na porta. Liliane olhou para trás e, pelo vidro, viu que era Robson. Ela congelou.

— Com licença, senhor — disse ele, abrindo a porta e entrando.

— Nomes...

— Douglas, Andrew, Leonardo, Dênis e Maicon, senhor.

— E não podemos nos esquecer de você — rebateu William.

— Sim, é claro — disse Robson, desapontado.

— Conseguiu identificar?

Sobre o que estão falando, meu Deus?

— Ainda não...

Liliane olhava de um para o outro, tentando decifrar alguma coisa.

O que é que os meninos aprontaram?

— Continue. Se esforce — disse William para Robson, que saiu sem dizer mais nada.

Liliane permaneceu calada, mas sua vontade era saber o que estava acontecendo ali.

Viu o detetive fazer ligeiros alongamentos para aliviar a tensão do corpo.

— Você está liberada.

Ela saiu com a mente cheia de perguntas.

Douglas, Andrew, Leo, Dênis e Maicon? O que eles aprontaram?

O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora