EPÍLOGO

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[Em revisão]

Menos de duas semanas trancafiado numa cela, privado de toda e qualquer liberdade, foi suficiente para fazer Anderson enlouquecer e confessar detalhadamente todo o crime. Tinha acessos de raiva frequentemente e achava que morreria até chegar o dia de seu julgamento.

Mas não morreu. Aguentou até lá.

O julgamento dos três criminosos atraiu a atenção do Brasil inteiro para a Cidade Esperança. O tribunal parecia um grande torrão de açúcar cercado por formigas esfomeadas. Vans da mídia, fotógrafos, repórteres de todo canto, e até mesmo cineastas, faziam a vez dos insetos.

Os moradores curiosos da Cidade Esperança completavam o formigueiro, estavam ansiosos demais para saber tudo sobre o caso.

As sentenças foram as seguintes:

Vinícius cumpriria 8 anos de reclusão por crime de extorsão qualificado.

Dênis pegou 15 anos e 4 meses de reclusão por Cumplicidade nos crimes planejados por Anderson.

E Anderson foi considerado Culpado pelo homicídio duplo, triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e acobertamento de outro crime). Os últimos resultados laboratoriais apenas serviram para somar às provas. O exame criminalístico de cabelos permitiu que a frase munida de incertezas fosse proferida: "O fio de cabelo encontrado no objeto do crime, é microscopicamente compatível e provavelmente veio da mesma fonte". A fonte nesse caso era Anderson. E as pegadas que foram comparadas afirmaram que fora Anderson quem arrastara Juliet até o fundo da sala de aula antes de apunhalá-la. Sua pena, depois de feitas as contas, chegou a 39 anos e 6 meses.

Mas ele nem ao menos chegou a completar um ano preso.

Talvez, se aquela hipótese do "alarme do perigo" fosse verdadeira, Anderson ouviria o apito soar ao se envolver numa briga com outro detento, que o levaria à morte. Levou um golpe no peito. Anderson lembrou-se imediatamente de Juliet naquele instante, mas morreu antes de se perguntar de onde aquele pedaço de ferro afiado havia surgido.

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No dia seguinte, após a prisão dos três criminosos, leituras bíblicas foram feitas à beira das duas sepulturas. Depois, uma oração. As pessoas foram falar com Valéria depois de Juliet e Augusto serem recobertos de terra, oferecendo condolências seguidas por palavras gentis. Valéria chorava pouco quando recebeu abraços polidos, mas desabou quando Abilene e Fabiano vieram com abraços cheios de afeto.

Valéria tinha a mansão como seu novo lar agora. Assumiu a presidência da Metal Industrial e aproveitou ao máximo os conhecimentos repassados por Fabiano. Empregou todos os jovens amigos de Juliet na empresa, através de um novo programa de estágios. Tinha Alex como seu motorista, e obviamente, a velha Abilene como governanta (que, aliás, estava feliz por Natan e Bárbara terem se resolvido novamente).

Valéria sofreu muito quando recebeu a notícia do assassinato de seu filho na cadeia, mas teve de erguer a cabeça e seguir vida nova. Estava cansada de tentar ser feliz, não havia mais tempo para isso. Então, decidiu ser feliz de uma vez por todas, já que agora estava livre do monstro que acabara com boa parte de sua vida.

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Após todo o turbilhão do caso "O Cúmplice e o Assassino", William decidiu tirar férias. E decidiu também convidar Beatriz para jantar numa noite qualquer. Depois do encontro, estava bastante óbvio que um belo romance estava próximo de acontecer.

O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora